AMIGURUMI – contração das palavras japonesas AMI, que significa malha/crochê e NUIGURUMI, que significa bicho de pelúcia, ou seja, ?????? Lit. bicho de pelúcia feito de crochê – é uma técnica japonesa para criar pequenos bonecos feitos de crochê.
É fato que essa técnica já fazia parte da cultura nipônica – no que pese haver a possibilidade de ter se originado na China, onde há registros de bonecas de malha durante a dinastia Shang – mas ganhou grande força na década de 80 com o surgimento da personagem Hello Kitty, que se tornou febre e uma das figuras mais conhecidas do universo AMIGURUMI.
Com a grande procura e demanda de amigurumis foi criada em janeiro de 2002 a primeira Associação Japonesa de Amigurumi.
Daí a se espalhar por esse mundo globalizado foi um passo. Com a inevitável expansão da cultura Japonesa ao redor do mundo, a técnica do AMIGURUMI ficou bastante conhecida em vários países do oriente, finalmente chegando até o Brasil. E, aqui, rapidamente, caiu no gosto das crianças, jovens e adultos, criando uma legião de adeptos por todo o país.
E o contato de uma dessas (agora) fãs incondicionais com a técnica AMIGURUMI, deu-se por acaso, quase sem querer. E ela mesma nos conta:
“Olá, meu nome é Camille Schimmelpfeng e eu amo crochê! Sou formada em Design e sempre adorei trabalhar com esse ramo de criação. Conheci o crochê com minha avó Rosa. Ela me ensinou o básico quando eu era pequena, mas depois que ela faleceu, eu parei de “crochetar” e acabei esquecendo uma boa parte do que havia aprendido. Alguns anos se passaram e minha mãe perguntou se eu gostaria de fazer alguma aula de artesanato com ela e, sem pensar duas vezes, falei que queria reaprender crochê por causa da minha avó.
No decorrer da aprendizagem, no Studio Tricote (@studiotricote), eu descobri o amigurumi com a professora Leila, e foi amor a primeira vista! Desde então, todos os dias, trabalho em minhas encomendas e sempre busco por criar e aprender novos amigurumis. Minhas inspirações vêm de séries e filmes que assisto e de livros que leio. Além disso, adoro pesquisar as novidades em amigurumis, me atualizando com novos produtos e técnicas.”
Sempre flertando com a ARTE sob todas as suas formas e com uma vontade latente de empreender, ainda que não soubesse bem o que era isso, Camille e seu sócio Thiago Rosa criaram a MIITHI, uma loja (virtual) de pôsteres virtuais, de temas variados – principalmente da cultura Geek – que, rapidamente, adquiriu um público cativo e fez nascer nela aquela vontade de avançar um pouquinho mais…
Abaixo, alguns exemplos de pôsteres disponibilizados no site https://www.elo7.com.br/miithi :
Quando teve o contato inicial com a técnica AMIGURUMI, visualizou – de pronto! – que havia ali uma grande oportunidade a ser explorada. Um campo fértil, em que poderia agregar sua vigorosa paixão pela arte e a gigantesca possibilidade de espalhá-la por todos os cantos.
Rapidamente, percebeu que teria que se dedicar e, em tempo recorde, passou a dominar a feitura desses pedacinhos de arte. Isso fica claro quando olhamos sua primeira peça – sim, ela guarda como relíquia, como um marco desse início de caminhada, do ponto inicial dessa sua linda trajetória!
Pois bem. Em 2019, já segura e sem medo de empreender, Camille criou a MIIGURUMI (www.miigurumi.com.br) e passou a divulgar seus trabalhos. Criou um site para que as pessoas pudessem ter acesso aos itens que produz e o dividiu em categorias. Mas ela já alerta: “não são categorias fechadas – longe disso! – pois a arte não possui limite. Sempre é possível fazer algo novo, atender àquela demanda especial de um cliente, sonhar junto com ele! Tudo é possível…”
De lá pra cá foram incontáveis peças produzidas, sempre com muito carinho e amor, e outras tantas que saíram do ateliê e encontraram morada em outros lares. E todos elas, é certo, levaram, de alguma forma, alegria e beleza pro novo cantinho que passaram a ocupar, pois esse é o lema da MIIGURUMI. E o feedback extremamente positivo e generoso dos clientes acerca do trabalho realizado é que vale a pena e impulsiona Camille a continuar:
Sempre atenta aos detalhes e perfeccionista ao extremo, a artesã – como gosta de ser reconhecida – investe tempo nos detalhes. Nenhuma criação da MIIGURUMI, por mais simples que seja, é anunciada se não atende suas exigências mínimas de qualidade e a peça somente é disponibilizada quando está perfeita! Todos os pontos, acessórios, escolha da linha adequada, utilização correta das agulhas, TUDO é milimetricamente revisto, de forma a garantir que o produto final atenda às expectativas – dela e de quem adquiriu – e não gere frustração.
Aproveitando um pequeno – e raro – intervalo em sua produção, Camille Schimmelpfeng falou com o ARTECULT:
Quando o artesanato entrou em sua vida?
Desde pequena tenho esse encanto, meio intuitivo, pela arte. Eu aprendi crochê com minha vó e desde pequenina faço algum tipo de artesanato. Adorava colecionar “sucatas” para, com elas, criar alguma coisa nova…
Quais são suas fontes de inspiração?
Certamente, minha grande – e primeira – inspiração foi minha vó, que me ensinava tudo e, com ela, sempre fazia algo novo e diferente.Quando criança, gostava de assistir a um programa chamado “Art Attack” e me aventurava na tentativa de fazer alguma daquelas atividades. Muitas vezes, eu apenas assistia mesmo, já que não possuía o material necessário. Hoje, busco muitas ideias no Pinterest…
Como é a rotina do seu ateliê? Conte um pouco do seu dia a dia.
Trabalho desde que acordo e, quase sempre, vou até a madrugada. Fiz da minha casa parte do meu ateliê. Organizo meu material em caixinhas e acabei ocupando diversos espaços do apartamento com novelos, revistas e enchimentos, para facilitar. Minha mãe me ajuda bastante, principalmente quando as encomendas são maiores que as previstas – eu faço as peças de crochê, enquanto ela costura e monta os meus amigurumis.
Como é seu processo criativo?
Quando a encomenda chega, primeiro vou à internet para ver soluções de mercado para esse pedido. Procuro, também, receitas prontas como base, para facilitar o trabalho, ainda que a maior parte das vezes sejam necessárias inúmeras modificações. Mas, o melhor mesmo, para mim, é quando o cliente quer algo novo. Vira um desafio e ficamos, minha mãe e eu, planejando a execução da peça.
Viver de artesanato é…
Um sonho, que tenho me esforçado – ao máximo! – para transformar em realidade…
Sempre atenta às novas tendências, Camille resolveu investir no (ainda) não tão explorado nicho de Amigurumis personalizados. O cliente envia uma foto do que quer e a MIIGURUMI materializa, em arte, esse desejo de eternizar. A personalização, segundo ela, traz um grande diferencial para o produto, tornando-o “único”, na medida em que agrega um valor “imaterial”. Afinal, não se trata apenas de mais um bonequinho, seja de pessoa ou de animal de estimação, mas algo “novo”, que carrega consigo muita emoção e um grande – e forte – simbolismo.
Bom, ficaram curiosos? Não seja por isso. Basta entrar em contato por Whatsapp, rede social ou acessar o site da MIIGURUMI e passear – com muita calma e sem pressa! – pelas belas criações da Camille! Conheça e siga a :
www.miigurumi.com.br