Lucas Figueiredo: ator estreia monólogo no Teatro Cândido Mendes

O ator Lucas Figueiredo acaba de rodar o país com o bem-sucedido espetáculo  “Allan Kardec – Um Olhar para a Eternidade” (direção de Ana Rosa). A peça já atraiu mais de meio milhão de espectadores. O ator interpreta 6 personagens e divide o palco com nomes como Rogério Fabianno e Érica Collares.  Ele também é o Diretor Assistente da peça Piano Bar, com texto de João Batista e direção de Sueli Guerra, atualmente em cartaz no Rio de Janeiro.

Em breve, no dia 05 de Julho, Lucas estreia o monólogo “Benvindo – Lições de um Sujeito Ordinário“, com direção de Lauro Senna,  no Teatro Cândido Mendes, em Ipanema (curta temporada: até 26 de julho, às sextas). O texto de sua autoria em parceria com Daniel de Mello, ironiza com humor o paradoxo entre a vida real, repleta de adversidades e imprevistos, e a vida perfeita e editada das redes sociais.

Lucas interpreta o personagem Benvindo, um arquivista “pouco sociável” que, por uma armadilha do destino, se vê na obrigação de substituir um famoso coach em uma palestra motivacional. Sua sinceridade e humor ácido são características contrárias ao que se espera de um profissional especializado em autoajuda. Mas o seu carisma às avessas e suas desventuras acabam surpreendendo e cativando o público que estaria à espera do palestrante.

Entrevista

Nesta entrevista para o ArteCult, o ator e dramaturgo Lucas Figueiredo conta um pouco mais sobre o novo personagem, sua experiência como autor, sua visão do humor e seus próximos passos.

ArteCult: Na comédia “Benvindo – Lições de um Sujeito Ordinário”, o personagem central ironiza a superficialidade das redes sociais, exemplificada na figura dos coaches de ocasião, por exemplo. Como foi a criação do personagem? Quais foram as suas referências? 

Lucas como Benvindo. Foto: Marcos Morteira

Lucas:

A personagem foi criada na pandemia. Confinados por meses a fio, mergulhamos todos nas redes sociais com maior intensidade e, pra mim, foi sufocante em determinado momento. Senti a necessidade de escrever sobre as camadas da vida real que são excluídas das vitrines sociais, que não estão à mostra. Muitas vezes, ali estão o que há de mais interessante e verdadeiro. Benvindo fala sobre o que não deu certo em sua vida permeada por situações constrangedoras, exalta o ridículo humano e deixa de lado as virtudes sempre destacadas à exaustão. Lembro do meu avô quando dizia: o erro, o imprevisto e a morte são caminhos inevitáveis. Benvindo traz seus fracassos pra cena e produz humor a partir deles.

ArteCult: Por que você escolheu falar sobre este tema?

Lucas:

Porque penso que o humor é revolucionário para lidar com as agruras da vida. E, também, porque estamos vivendo tempos onde se compra muito facilmente a ideia de vida simplificada (10 passos pra ser feliz, fórmulas pra ficar rico rapidamente e sem esforço etc) quando, na realidade, o percurso humano é bem mais complexo e encantador, eu diria. A beleza está exatamente nas especificidades de cada um de nós e no uso que fazemos delas para achar lugar e deixar algum legado, se possível.

Lucas em Descaminhos. Foto: Divulgação.

ArteCult: Este é o seu primeiro texto? Quando e como começou a escrever para teatro?

Lucas:

A pandemia me trouxe a escrita a partir do momento em que fiquei sem atuar. Quando houve o fechamento temporário dos espaços teatrais, estava em cartaz no Teatro João Caetano. Deixar os palcos por tanto tempo teria sido insuportável se não tivesse acessado o universo teatral através da escrita.

ArteCult: Já foi dito que a vida é uma comédia para os que pensam e uma tragédia para os que sentem. O que acha dessa ideia? Porque? 

Lucas:

Acho que a existência é tragicômica, para todos aqueles que pensam e sentem. Não à toa, a comédia e a tragédia são modos distintos de abordar o drama humano, mas estão absolutamente próximas uma da outra.

ArteCult: Quais são os seus próximos projetos?

Lucas:

Seguir com o Benvindo e com Allan Kardec – Um Olhar para a Eternidade, peça que já faço há cinco anos e que, há mais de doze, roda o Brasil. Além disso, eu e Ticiana Studart (diretora teatral) estamos traçando ideias para uma peça em homenagem aos autores de Língua Portuguesa. Vai ser lindo.

Sobre Lucas Figueiredo

Lucas Figueiredo. Foto: Divulgação

Lucas Figueiredo é ator e dramaturgo.  Sua formação inclui bacharelado em Artes Cênicas pela CAL – Casa das Artes Laranjeiras e diversos cursos, entre eles os mais recentes são o workshop Um Recorte do Teatro Moderno, com Virgínia Cavendish e o workshop Estudos sobre William Shakespeare, com Moacir Chaves. Integrou o elenco de diversas montagens, entre as mais recentes: “E Se Mudássemos de Assunto?”, de Renata Mizhari e direção de Marcos França e “In Extremis” de Neil Bartlett, com direção de Ticiana Studart. Atualmente, está em turnê pelo Brasil com a peça “Allan Kardec – Um Olhar para a Eternidade”, de Paulo Afonso de Lima e direção da atriz Ana Rosa.

Lucas Figueiredo em cena na peça “Allan Kardec – Um Olhar para a Eternidade”

Lucas Figueiredo em cena na peça “Benvindo – Lições de um Sujeito Ordinário

(Foto: Marcos Morteira)

 

SERVIÇO

“Benvindo – Lições de Um Sujeito Ordinário”

  • Local: Teatro Cândido Mendes
  • Temporada: de 05 a 26 de julho, às sextas.
  • Horário: 20h
  • Endereço: R. Joana Angélica, 63 – Ipanema, Rio de Janeiro.
  • Telefone: (21) 3149-9018
  • Ingressos: R$ 60 (inteira), R$ R$ 30 (meia)
  • Classificação: 14 anos
  • Sympla: https://acesse.one/iYMB9
  • Assessoria de Imprensa: Circulo Comunicação

 

 

 

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