Funcionando há mais de 20 anos na Rua Piauí, no bairro de Higienópolis, o Instituto Moreira Salles (IMS) está de endereço novo. Desde da semana passada, dia 20, ele está instalado na mais emblemática das avenidas paulistanas: a Av.Paulista.
O prédio lembra uma caixa de vidro translúcido que tem um “buraco” retangular no meio. Sim, é isso mesmo: a fachada do edifício é todo em vidro. Da rua, à noite, ele fica mais belo ainda, pois é todo iluminado e o imóvel se torna um “objeto” que “decora” a avenida de dentro para fora (v. fotos).
Além desta função, digamos, “decorativa”, o IMS inova ao colocar o térreo (o pavimento que entendemos como o que se encontra no mesmo nível da rua) no 5º andar. Assim, o visitante é “enviado” para o andar através de dois lances de escada rolante. Lá chegando, ela(e) vê a recepção que fornece a programação – vasta, diga-se de passagem – e também, a cafeteria (que, uma lástima, oferece somente Nespresso…), além do guarda-volume e de uma fantástica vista para toda a extensão da Paulista. É esse o “buraco” retangular. Resumindo: é do 5º andar que o Instituto centraliza a circulação das pessoas.
Mas deixando de lado o prédio em si, vamos às exposições. Em cartaz, neste mês de setembro, estão três fascinantes exemplos.
Uma delas é, no mínimo, instigante. “24 Horas” exibe, durante o período de 24 horas, um filme que contém cenas de filmes, com um detalhe: cada cena tem um relógio que marca exatamente o horário do seu (que dizer, o horário que o seu celular mostra, já que quase não existem mais relógios de pulso). Como a cidade não para, a exibição do filme fica “rolando” durante 24 horas. É ir e conferir.
Outra: “Corpo a Corpo”. Vários fotógrafos mostram seus trabalhos que falam sobre o corpo e o registro deles. Saem as molduras e entram a fotos-recortes que delineiam o contorno humano. Interessante é a exibição de quadrados pendurados com fotografias que se veem claramente de políticos, sem identifica-los, mas cujas images não deixam enganar, pois parecem que foram “pintadas” com lama.
A terceira mostra é a dedicada ao fotógrafo suíço Robert Frank cujo trabalho se encontra profusamente exibido na terceira galeria, ocupada pela mais completa exibição fotográfica dele. Não só as célebres fotos que compuseram o livro “The Americans” (foram 27 mil fotogramas – entre os anos de 1955 e 1957 – dos quais ele escolheu 83, ), estão presentes, mas, também, as que testemunharam sua trajetória, inclusive os filmes que serão exibidos, todos, no Cineauditório. Junto com a exposição, o livro é lançado, finalmente, em português.
Bem, caros leitores, em linguagem das redes sociais, “curti” e “recomendo” com 4 estrelinhas. Mas aviso, se você não curtir fila, é melhor deixar para ir em Janeiro, quando a cidade está mais vazia. Fica a dica.
ANDREA ASSIS
SERVIÇO:
IMS
- Onde: Av. Paulista, 2424 – Tel.: (11) 2842-9120
- Quando: 20 setembro a 30 dezembro 2017. Horário de visitação: de 3ª a dom. e feriados, das 10h às 20h; 5ª, das 10h às 22h
- Quanto: gratuito
- Site: https://ims.com.br/programacao/