A edição especial de ‘Haja Coração’ estreia dia 12 de outubro na TV Globo e traz de volta à programação histórias e personagens divertidos, movidos pela paixão e cheios de vida. As desavenças e acerto de contas também não ficam de fora. A guerra entre os Di Marino e os Abdala é daquelas disputas familiares que movem a trama do início ao fim. Às vésperas da reestreia de ‘Haja Coração’, no horário das sete, os atores Mariana Ximenes, Malvino Salvador, João Baldasserini, Sabrina Petraglia e Marcos Pitombo, o autor Daniel Ortiz e o diretor artístico Fred Mayrink relembram curiosidades das gravações, a repercussão na época e falam da exibição no contexto atual.
“Depois de qualquer trabalho você amadurece, mas após ‘Haja Coração’ o que mais amadureceu foi a minha parceria com o Fred (Mayrink, diretor artístico). Sintonia essa que está ainda mais fina hoje, por conta de ‘Salve-se quem puder’. E fazer um remake e começar uma novela do zero são dois trabalhos completamente diferentes”, explica o autor Daniel Ortiz.
Para Fred, a tabelinha formada com Daniel para a novela reverberou no trabalho feito pelo elenco, que, para sorte do público, poderá ser visto novamente. “Somos verdadeiramente parceiros e eu acho que a evolução no trabalho é inevitável. Além disso, eu gosto de atores. A minha busca é mergulhar na emoção do ator. Aí que a história se alicerça, a emoção aflora. Melhor ainda quando isso vem de maneira coletiva, compartilhada com um bastidor feliz, companheiro. Fico feliz quando assisto a uma cena em que o ator está bem, que consegue acessar quem está em casa. Isso é o que eu busco incansavelmente”, avalia o diretor.
Mariana Ximenes falou sobre o peso de interpretar Tancinha, personagem lembrada até os dias de hoje pela atuação de Claudia Raia, em ‘Sassaricando’, novela de Silvio de Abreu que inspira a releitura de Daniel Ortiz. “O maior desafio era essa imagem da Claudia. E eu temia que todos tivessem a Tancinha já sacramentada da Claudia no imaginário. Ela é aquela atriz potente, ser humano maravilhoso, foi uma responsabilidade gigante. Tivemos que formatar uma Tancinha para os dias de hoje, em que muita coisa mudou. A gente tem um contemporâneo muito diferente de 30 anos atrás. Eu estava com receio mesmo”, confessou a atriz.
“Você estava apavorada. Eu lembro que eu falava para ela: “Calma, Mari, você está maravilhosa. Vai dar tudo certo”, retrucou, rindo, Malvino Salvador, que viveu Apolo, namorado bronco de Tancinha. Para ele, a maior provocação que o elenco encarou nesta obra foi criar a própria versão para personagens que boa parte do público já conhecia e tinha uma reverência forte por conta da novela anterior.
“Havia um “medo” de fazer Tancinha. Era como fazer Odete Roitmam. Você foi corajosa, Mari. Nós fomos”, elogiou Daniel Ortiz.
João Baldasserini, que, na trama, encarnou o publicitário Beto Velázquez, bon vivant responsável por balançar o coração de Tancinha e deixá-la ainda mais maluquinha, acredita que a novela segue atual e que traz uma mensagem importante com seu personagem. “Quando a novela estreou a gente era uma família muito unida. Éramos um núcleo muito gostoso. O Beto começou sendo um vilão, mas um vilão errado, mimado. Era um bobalhão. E, conforme ele vai conhecendo a Tancinha, ele vai se permitindo ser uma nova pessoa. No fundo, pelo fato dele ter conhecido o amor, ele consegue se tornar uma pessoa melhor. No mundo de hoje, precisamos de pessoas que tenham capacidade de reconhecer os seus erros. O Beto passou por isso. Ele vira uma pessoa melhor no fim da história”, garante.
Na pele da filha caçula de Francesca (Marisa Orth), Shirlei, Sabrina Petraglia falou com carinho sobre a personagem que era a mais introvertida da família e do par romântico que formou com Marcos Pitombo, intérprete de Felipe. O casal fez sucesso e ganhou as redes sociais com a hastag #shirlipe. “A gente não esperava, foi um susto. Eu não sabia nem se eu estava preparada para aquilo tudo. Eu só pensava: ‘continue trabalhando’. Foi maravilhoso. Uma história linda que o Daniel criou e o Fred conduziu de uma maneira extremamente humana. Foi a conjunção das estrelas. Se a gente não fizesse esse gol, eu nunca ia me perdoar. A gente entregou, colocou todo nosso coração ali. Foi uma personagem que mudou minha vida, minha carreira”, relembra Sabrina Petraglia.
A atriz comentou ainda que mantém contato com as pessoas com quem fez o laboratório para viver a personagem. “Até hoje eu falo com as minhas inspirações, que foram as meninas que sofrem dessa displasia de quadril. Todo meu andar era em cima do quadril, e eu ficava torta mesmo. Essa coisa da marcha da Shirlei foi muito difícil de acertar”, lembrou.
Par romântico de Sabrina, Marcos Pitombo diz que o personagem também foi um divisor de águas na sua carreira. “Para mim, ‘Haja Coração’ foi uma experiência incrível. É muito gostoso quando a gente começa a ver que o nosso trabalho está tocando o coração das pessoas. Era uma história muito cativante, e a nossa trama foi crescendo. Em cena, eu e Sabrina fomos muito parceiros e essa amizade veio para fora da novela”, garante ele.
‘Haja Coração’ é escrita por Daniel Ortiz, com colaboração de Flávia Bessone, Isabel Muniz, Patricia Moretzsohn e Nilton Braga, direção artística de Fred Mayrink e direção de Bia Coelho, Luciano Sabino, Alexandre Klemperer, Teresa Lampreia e Allan Fiterman. A edição especial da novela tem estreia prevista para 12 de outubro.