Exposição de arte sonora com abelhas nativas mostra novas experiências da produção artística interespécie do artista, ativista e meliponicultor João Machado.
Um dos destaques é a escultura bioacústica, que transmite sons de colmeias de abelhas nativas.
Mostra inclui experimentação sonora musical a partir dos ruídos captados ao vivo de dentro de um enxame e mixados pelo músico Daniel Magnani.
Com curadoria de Arasy Benítez, exposição abre no dia 5 de outubro, às 14h, no Complexo Cultural Funarte, Galeria Mário Schenberg, e pode ser visitada até 3 de novembro.
O Complexo Cultural Funarte, nos Campos Elíseos, na cidade de São Paulo, inaugura “Geoprópolis Bioacústico“, uma exposição de arte interespécies focada na sonoridade de abelhas. O projeto foi selecionado pelo Edital Funarte Aberta 2023 e apresenta as novas pesquisas de João Machado, artista visual e ativista em defesa das abelhas autóctones brasileiras, com curadoria de Arasy Benítez. Num trabalho artístico pioneiro de pesquisa sonora sobre os ruídos produzidos dentro de enxames, João aponta um microfone para transmitir a toada desses pequenos seres. A mostra reúne quatro grandes trabalhos, incluindo uma escultura bioacústica, uma videoinstalação, uma obra sonora, além de várias atividades educativas. “Geoprópolis Bioacústico” abre no dia 5 de outubro, sábado, com a execução ao vivo da obra “Zumbido”, uma experimentação sonora realizada por João Machado e o músico Daniel Magnani. Em seguida, haverá um bate-papo entre os artistas, a curadora e o público. Com entrada franca, a mostra pode ser visitada diariamente, até 3 de novembro.
O destaque da exposição é a escultura bioacústica, uma espécie de caixa de som em cerâmica e metal, que lembra uma corneta. De lá, são ampliados e emitidos os diferentes sons captados pelo artista nos cerca de 50 enxames de abelhas nativas cultivados por ele na Serra da Mantiqueira, em Bocaina de Minas (MG). “Das esculturas sairá um som que nunca foi possível escutar dessa forma, alguns inclusive fora da frequência da audição humana”, explica ele. “Uns se parecem com o zumbido de mosquito, outros lembram o barulho de antigos videogames, mas a sonoridade é outra. É algo que não estamos acostumados a ouvir”, conta João Machado.
A mostra inclui também uma videoinstalação que transmitirá imagens captadas no interior e no exterior de uma colmeia. Os vídeos revelam não só a movimentação e atividade das abelhas como a arquitetura surpreendente criada por elas, que pode lembrar o interior do corpo humano. Em outro vídeo, conhecemos a Casa Mirim, uma residência projetada para ser habitada por humanos e abelhas. A mostra traz também uma tapeçaria de 4m x 1m, realizada em parceria com um coletivo de tecelãs do interior de Minas Gerais, a Casa do Tear Dona Mariana, em um antigo instrumento de madeira.
Nos dias 12 e 13 de outubro acontecerá uma deriva de mapeamento de abelhas nativas, uma caminhada coletiva para procurar e identificar abelhas nativas em ambiente urbano. A ação artística ocorrerá no entorno do Complexo Cultural Funarte. Além disso, no dia 12 de outubro, haverá uma oficina de “Bombas de Sementes”, uma atividade focada na sustentabilidade urbana. Todas as atividades da exposição são de classificação livre.
PROGRAMAÇÃO
Atividades abertas ao público geral
“Zumbido” – Uma experiência bioacústica por João Machado e Daniel Magnani
Experimentação sonora musical, fruto da parceria entre o artista João Machado e o músico Daniel Magnani. Utilizando uma mesa de mixagem com equipamentos de som, a dupla musicaliza sons de enxames captados ao vivo, com base em distorções, reverberações e improviso. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado) – dia da abertura
Horário: 14h às 14h30
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Bate-papo de abertura com artista e curadora
Os artistas João Machado e Daniel Magnani, e a curadora, Arasy Benitez, falam com o público sobre a importância ambiental e cultural das abelhas nativas do Brasil, e sobre a pesquisa estética dos artistas sobre o tema. O bate-papo acontece após a experiência sonora “Zumbido”. Classificação livre.
Data: 05/10 (sábado)
Horário: 14h30 às 15h30
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Oficina de “Bombas de Sementes”
O artista João Machado monitora uma oficina para a criação de “bombas de sementes” a serem utilizadas como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. É uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 10 anos acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12/10 (sábado)
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Deriva de mapeamento de abelhas nativas
O artista João Machado convida para uma experiência original de caminhada. Em um passeio coletivo, o grupo fará o mapeamento das abelhas nativas sem ferrão que resistem em ambiente urbano. A ideia é procurar, identificar e mapear os enxames de abelhas nativas encontrados no entorno do Complexo Cultural Funarte. Classificação livre, menores de 16 anos, acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 12 e 13/10 (sábado e domingo)
Horário: 11h às 12h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Atividades para públicos específicos
Oficina de “Bombas de Sementes” e visita guiada à exposição para pessoas com deficiência visual
O artista João Machado, a curadora Arasy Benítez e a arte-educadora Gabriela Conceição oferecem uma oficina direcionada ao público portador de deficiência visual. O objetivo é fazer “bombas de sementes” de plantas a serem utilizadas depois como alimento para abelhas que vivem em ambientes urbanos. É uma atividade para sujar as mãos e as roupas com muito barro e ao mesmo tempo aprender sobre abelhas nativas sem ferrão, como elas vivem e resistem na cidade. Classificação livre, menores de 10 anos, acompanhados pelos seus adultos responsáveis.
Data: 13/10
Horário: 10h às 11h
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Visitas mediadas com escolas da rede pública
As visitas mediadas com escolas públicas da região estarão a cargo da arte-educadora Gabriela Conceição. Serão 6 visitas mediadas com grupos em horário e data a combinar.
SERVIÇO
Exposição de arte “Geoprópolis Bioacústico”
Artista: João Machado
Curadoria: Arasy Benítez
Educativo: Gabriela Conceição Silva
Local: Complexo Cultural Funarte – Galeria Mário Schenberg
Abertura: 5 de outubro, sábado, a partir das 14h
Visitação: de 5 de outubro a 3 de novembro de 2024 – de quarta a domingo, das 14h às 19h
Entrada gratuita
Classificação: livre
Endereço: Alameda Nothmann, 1058 – Campos Elíseos – São Paulo – SP – 01216-001
Fonte: Escrita Comunicação