Fim das relações: Saiba quando e por que você atingiu o seu limite em um relacionamento, segundo o neurofilósofo Fabiano de Abreu

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O neurofilósofo Fabiano de Abreu analisa padrões de comportamento para determinar os motivos que levam as pessoas a desistirem das outras, de relacionamentos e até mesmo de seguir investindo ou acreditando no outro.

Às vezes chegamos a um estado de esgotamento físico, emocional e psicológico em relacionamentos ou relativo a uma outra pessoa, seja na esfera pessoal ou profissional. E isto pode ser devido a múltiplos motivos e encontrar pelo caminho tantos outros catalisadores.

Fernando de Abreu. Foto: Divulgação.

Segundo o neurofilósofo Fabiano de Abreu, que é um estudioso da mente humana, a desistência do outro se dá pela falta de perspectiva daquele que é o alvo das suas expectativas: quando não há mais meios ou mais solução, quando acredita-se que não tem mais jeito, desistimos. É cansar-se mentalmente, é o esvaziamento das forças, o desaparecimento da vontade. Onde a preguiça se instala não pela falta de investimento afetivo ou irresponsabilidade na dinâmica da relação, mas pela desistência das ações que tinham por objetivo inicial a reciprocidade, quando não há o retorno esperado, uma sensação de cansaço, de desesperança, toma conta de nós, até chegar a desistência.”

Ponto de retorno

Abreu ressalta que somos movidos pela esperança e para alcançar nossas metas, fazemos diversas tentativas. No entanto, quando são constantes as frustrações e rejeições, desistimos:

“Quando chegamos a este estágio, é um ponto sem retorno. Como uma energia que se esgota e não pode ser recarregada. O cansaço cognitivo vem da constatação de que não há mais solução. É um sentimento praticamente irreversível e por mais que a outra parte demonstre o interesse de mudança, já não há credibilidade nem motivação. Até quando há essa motivação, sempre existirá o receio, a sensação ansiosa e negativa de voltar a ser como era, tudo outra vez.”

Previsibilidade das relações

O neurofilósofo acredita que uma vez estabelecida na nossa mente um padrão de comportamento do outro, nos tornamos incrédulos em uma mudança:

“Passamos a prever um comportamento futuro, com base na experiência prévia.”

Isto se deve, segundo o especialista, a uma sensação de autossuficiência e de que já sabe tudo sobre o outro, colocando a sua própria razão acima da verdade do outro:

“grande parte das pessoas estão centradas no próprio ego, e obsessivas por si mesmas, pensam que estão com a razão; acreditam tanto nas próprias certezas, que não conseguem reconhecer através da racionalidade a possibilidade de estarem erradas. Muitas outras acabam desistindo e se cansando de um relacionamento por incompetência própria, devido a pouca capacidade de percepção sobre a vida e sobre os outros. Boa parte delas, usam da manipulação e do ambiente para tentar entender de forma inteligente a outra pessoa ou a situação, tentam se antecipar ao que “acreditam” que acontecerá, e desistem antes mesmo de começar, ou, frente às suas percepções, antes de se machucarem.”

Não julgueis para não seres julgados

Abreu coloca que muitos assumem a posição de juízes em um relacionamento, quando deveriam ser parceiros, seja isto em qualquer tipo de relacionamento:

“Quando julgamos a competência de alguém, revelamos em nós mesmos a falta de competência que temos em perceber o outro. Ou simplesmente não estamos conseguindo nos conectar aos fatos, ou aos motivos sem julgar. O julgador é plenamente incompetente na interpretação do outro.”

Fernando de Abreu. Foto: Divulgação.

Para o neurofilósofo, sem o autoconhecimento não é possível compreender o outro:

“O outro sempre carrega em si, aspectos que são meus. Pois nossa condição humana, nos coloca ora como espelho, ora como reflexo. Um dos maiores problemas que vivemos em nossa sociedade não é somente o egoísmo, o egocentrismo, o achismo, a falta de razão e a falta de educação, é a falta de capacidade de pensar nas possibilidades. A grande maioria das pessoas sofrem por não saberem administrar soluções, por não conseguirem avaliar as questões, as informações, e seus motivos, por querer sempre impor julgamentos ao fato, e julgar sem antes ser juiz de si mesmo nas próprias razões, é imperativo de conflito.”

Egoísmo como causa principal do fim das relações

Abreu pondera que muitas vezes, o cansaço em relação aos outros é proveniente de um ego hipertrofiado:

“É avaliar a si mesmo como um ser onipotente; e colocando no outro o erro e a culpa. Por isso, há tantas pessoas cansadas umas das outras! Na verdade, elas se cansam delas mesmas! O cansaço vem da indisposição em não saber lidar com o outro, visto que pensam que os outros é que precisam se moldar a elas. Como justificativa de estarem cansadas de si mesmas, cansam-se das outras quando elas não atendem às suas expectativas egoístas. Quando elas não aceitam ser da maneira que elas acreditam ser a corretas.”

 

 

 

 

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