FELICIDADE É EDITAR UM LIVRO

 

FELICIDADE É EDITAR UM LIVRO

 

De todos os sonhos, o mais intrincado é a edição de um livro. A preparação é mais longa que a gestação humana e mais complexa que a chegada do homem à Lua. Todos os fatores colaboram a favor e contra o seu objetivo.

Mozart disse que “toda história vale a pena ser publicada em livro”, por isso temos tantos livros quanto pessoas sobre a Terra. Já visualizaram quantos zilhões de livros foram publicados em toda a História da Humanidade, desde os primórdios até o século XXI?

Nada supera a alegria de um autor ao ver editado o seu livro. É uma sensação ímpar, porque, primeiro, um livro NÃO é um filho: é muito diferente. Um livro é para sempre, e os filhos, não. E nada supera a frustração de não conseguirmos editá-lo ou de editá-lo mal. Por isso, todo cuidado é pouco.

Um livro não é Xerox (por mais que as máquinas digitais façam parecer assim). É necessário talento e qualidade para colocar um monte de páginas entre duas capas: ainda bem que há profissionais da área, portanto, fujam dos neófitos. Estes transformam livros em desastres e publicações em natimortos.

Nada superará a tristeza de ver o seu esforço sucumbir. Vivi, recentemente, um salvamento de livro: este queria, porque queria, vir a lume e conseguiu, urdiu seu caminho para nascer da melhor forma possível embora ainda esteja para provar a que veio, mas se pensarmos em sua história até ser publicado, acharemos inacreditável a sua trajetória. Essa é uma história que terei de voltar para falar sobre ela.

 

Thereza Christina Rocque da Motta

Rio de Janeiro, dezembro de 2025

 

 

 

Colunista ArteCult e editora
da Ibis Libris Editora (@ibislibris)

 

 

 

 

 

Author

Thereza Christina Rocque da Motta (São Paulo, SP, 1957) é poeta, editora e tradutora. Foi Jurada de Tradução do Prêmio Jabuti, em 2018. Recebeu a Medalha Chiquinha Gonzaga da Câmara dos Vereadores, em agosto de 2021. Coordena a Ponte de Versos desde 2000, evento incluído no Calendário Oficial de Cidade do Rio de Janeiro, em 2024. Fundou a Ibis Libris no Rio de Janeiro, em 2000. Publicou Joio & trigo (1982), Capitu (2014), Lições de sábado (crônicas, 2015), Minha mão contém palavras que não escrevo (2017), O amor é um tempo selvagem, Lições de sábado Vol. 2 e A vida dos livros Vol. 2 (2018), Poesia Reunida 40 anos (1980-2020), Sheherazade: Novas lendas das 1001 noites e três já conhecidas (2022), entre outros. Traduziu, entre outros, Marley & Eu, de John Grogan (2006), A Dança dos Sonhos, de Michael Jackson (2011), 154 Sonetos, de William Shakespeare (2009), Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll e O Corvo, de Edgar Allan Poe (2020), Mais mortais que os homens, org. Graeme Davis (2021) e A última casa da Rua Needless, de Catriona Ward (2023), vencedor do British Fantasy Award, como Melhor Romance de Terror de 2022.

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