
Fotos: Divulgação
A mostra recebeu mais de 30 mil visitantes na primeira semana em cartaz com obras inéditas e magnéticas sobre o cotidiano nas metrópoles brasileiras
Celebrando 15 anos de carreira, o esculturista Flávio Cerqueira realiza uma temporada no Centro Cultural Banco doBrasil Rio de Janeiro (CCBB RJ) com a exposição ‘Flávio Cerqueira – Umescultor de significados’ até 18 de janeiro. Esta é a primeira vez que o artista apresenta individualmente uma mostra na cidade e, para a ocasião, foram reunidas mais de 40 obras, incluindo 3 inéditas, peças em bronze e um jardim que convida o público à contemplação, localizado no primeiro pavimento do Centro Cultural Banco doBrasil. A exposição encerra a turnê doartista por outras sedes do CentroCultural, tendo sido apresentada nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Brasília, atraindo mais de 200 mil visitantes. No Rio de Janeiro, a mostra ultrapassou a marca de 30 mil visitantes em apenas uma semana.
A curadoria é de Lilia Schwarcz, antropóloga e historiadora, parceira de Flávio há mais de uma década. Dessa colaboração nasce uma seleção sensível de obras, organizada para construir ummicrocosmo afetivo. Nesse ambiente, o paisagista Lula Câncio, que atuou com Burle Marx, traz uma proposta inédita, integrando espécies vegetais que, em diálogo com as esculturas, compõem uma paisagem expositiva singular.
Para Flávio, a arte nasceu da observação. Crescido em São Paulo, em uma família sem o hábito de frequentar exposições, ele aprendeu a enxergar beleza no cotidiano, característica que atravessa sua produção até hoje. Em suas mãos, o bronze, tradicionalmente reservado a figuras públicas, se transforma em monumento às vidas comuns, despertando a atenção e a sensibilidade do público.
“A arte é para todos. Foi para mim, ainda criança, foi para a minha família e acredito que continua sendo assim. Meu trabalho busca essa linguagem universal que a gente aprende vendo e sentindo. Acho que consigo traduzir certas realidades nas minhas esculturas, que acabam exercendo um efeito quase magnético, prendendo o olhar e a atenção das pessoas”, explica Flávio.
Essa realidade de que ele fala passa por questões intrínsecas à história brasileira, como classe, identidade, raça e gênero. Para a curadora, as obras dos artistas provocam e despistam o público, convidando-os à reflexão.
“Ele não fala somente da denúncia, da vitimização, mas também pela perspectiva da agência, da subjetividade negra, dos costumes, do afeto e da comunidade”, conta Lilia e completa:
“nas mostras doFlávio, as pessoas saem felizes, saem alimentadas, porque Flávio traz esse senso de coletividade”.
No Rio de Janeiro, a experiência coletiva ganha forma no espaço O Jardim das Utopias, um verdadeiro oásis erguido nocoração da cidade. O projeto foi pensado para criar equilíbrio entre as esculturas de bronze e o paisagismo de Lula Câncio, oferecendo um respiro em meio à metrópole.
“Em São Paulo, o jardim acabou sendo ressignificado pelo público. O que nasceu como um espaço artístico passou a ser incorporado à rotina das pessoas, especialmente dos trabalhadores que iam até lá no horário de almoço. Foi emocionante ver a arte se tornar parte desse cotidiano, tema que atravessa minhas obras, e perceber como ela pode transformar a forma como vivemos a cidade”, pontua Flávio.
Gratuita e aberta ao público, a exposiçãoreafirma a trajetória de Flávio Cerqueiracomo um dos principais nomes da escultura contemporânea no Brasil. Em cartaz até 18 de janeiro, ‘FlávioCerqueira – Um escultor de significados’ convida o público a experimentar a força poética de suas obras e a refletir sobre como a arte pode transformar o olhar sobre o cotidiano.
Confira as imagens
Serviço
Exposição: Flávio Cerqueira – Umescultor de significados
- Período: Até 18 de janeiro de 2026
- Local: Centro Cultural Banco do BrasilRio de Janeiro – Rua Primeiro de Março, 66, 2ª andar – Centro, Rio de Janeiro/RJ
- Entrada gratuita
- Classificação: Livre
























