ELVIS: Uma história cheia de euforia e revoltas sobre o homem que mudou para sempre o Rock n Roll

 

Mesmo 45 anos depois de sua morte, Elvis Presley não perdeu o título de O Rei do Rock, sendo um dos cantores que mais inspiram os novos nomes da música da atualidade. E agora, tem sua história e trajetória imortalizada em ELVIS, contada através de um filme espetacular… ou pelo menos parece ser.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

O roteiro escolhe bem os pontos de maior interesse da história de Elvis, passando desde sua infância, quando descobre o mundo da música em que ele não só iria fazer parte, mas transformá-lo completamente, com um estilo novo que conquistou os jovens dos anos 50, até sua descoberta e seu estrelato, que passa entre momentos de vitória e derrotas em sua carreira. De fato, a história do cantor tem seu peso emocional bem dosado, ao construir a personalidade de Elvis mostrando seu lado humano carregado de ambições e desejos, mas com suas fragilidades e com tudo ligado a uma única motivação de vida do cantor.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

O filme mostra bem como as coisas chegam e são retiradas dele em diversos momentos em sua trajetória. Tirando a forma midiática utilizada pela direção para contar a história de uma lenda do rock, as situações são bem comuns e muitos se identificarão com os sentimentos de Elvis em determinados momentos. E é exatamente isso que faz Elvis ser um filme emocionalmente delicado: por ter uma história simples sobre um homem que alcançou e ultrapassou muitas barreiras e dificuldades ao trazer um novo estilo e ritmo para a música.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

Outro recurso que ajuda na narrativa é a atuação de Austin Butler como Elvis. O ator se transforma por completo no Rei do Rock, não somente no visual, que aliás também reflete o ótimo trabalho de maquiagem e figurino, mas também na postura, nos movimentos de dança, no jeito de falar e até mesmo na sua voz quando canta. E o que escutamos é 100% sua voz, sem a adição da voz do verdadeiro Elvis por cima, como foi feito por exemplo com Rami Malek ao interpretar Freddie Mercury em Bohemian Rhapsody. É impossível enxergar Austin durante o filme inteiro, ao invés disso, o público verá apenas o próprio Elvis Presley incorporado no ator, como se ele tivesse ressuscitado e usa Austin apenas como um receptáculo para cantar novamente.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

Como dito anteriormente, o figurino e maquiagem são pontos a serem destacados, pois recriam perfeitamente os trajes emblemáticos de Elvis, além de reproduzir a moda dos anos 50 e 60 com autenticidade. Mas quando se fala do trabalho da maquiagem, nota-se bastante esse recurso no personagem vivido por Tom Hanks, o empresário de Elvis Tom Parker, que faz uma transformação física notável no ator. E já que estamos citando Hanks, é através de seu personagem Tom Parker que a trajetória de Elvis é contada, ou seja, através do ponto de vista do ex-empresário do artista. Hanks, assim como Butler, tem uma atuação extraordinária, incorporando um homem odioso que não perdia a oportunidade de explorar ao máximo o sucesso de Elvis.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

Há momentos em que até existe uma justificativa para seus atos, mostrando, por exemplo, que tudo aquilo seria apenas para ajudar no crescimento do prestígio de Elvis, fazendo com que o espectador quase tenha um mínimo de empatia por Parker, mas isso apenas faz parte de uma jogada brilhante da direção, já que, como dito, o filme é contado a partir da visão do ex-empresário, logo ele busca estar com a razão na maioria das vezes. O roteiro nunca esquece de destacar a personalidade persuasiva e manipuladora do empresário sobre Elvis, sempre sabendo o momento exato de impacta-lo quando uma nova oportunidade de deixá-lo rico aparece.

Cena de “ELVIS”. Foto: Divulgação Warner

No meio de tantos elogios que foi feito até o momento, se dependesse do que foi analisado até agora, Elvis poderia ter sido um filme maravilhoso e grandioso, porém as escolhas que o diretor Baz Luhrmann (“Moulin Rouge” e “O Grande Gatsby”) faz para contar essa história já não são tão boas. Primeiramente, temos uma montagem frenética e apressada que, apesar de tentar refletir o ritmo do sucesso de Elvis, fica difícil de acompanhar, principalmente pelos cortes constantes feitos em um curto período de tempo, além da divisão de múltiplas telas simultâneas, que deixa a visão do espectador cansada, a ponto de quase desistir de continuar acompanhando o filme. Isso se aplica desde o início, durante o primeiro ato inteiro. Só após o segundo ato, quando se começa a abordar as tragédias e tristezas de Elvis, que o ritmo tem uma desacelerada e o espectador consegue ter um tempo para absorver e aproveitar melhor o filme, antes de voltar para a forma rápida e sem coordenação da direção ao conduzir a história, o que faz a duração de 2h40 ser longa e desnecessária.

O que ajuda a disfarçar esse ritmo descontrolado da direção é a trilha sonora composta pelos maiores sucessos de Elvis, músicas memoráveis e belíssimas que embora pontuais ao serem introduzidas, também cumprem com a função de cortina para os erros que a narrativa carrega, assim como o desfecho, que perde muito da qualidade que fora estabelecida, e o que era para ser um dos momentos mais tocantes do filme, perde muito do tom dramático e acaba não tendo o impacto emocional que a cena precisava. Assim como boa parte do filme, utiliza uma música tocante para forçar as emoções do público, ao invés de trabalhar a cena em si.

Confira o trailer

Elvis conta uma história simples, sobre um homem e o seu sonho de se destacar na multidão com sua música. Isso poderia render um bom filme com a mesma proporção, se tivesse uma direção que soubesse trabalhar na mudança de um ritmo eufórico e animado para um mais sério e dramático, de modo constante, o que faria o público ter mais facilidade de acompanhar esse filme de longa duração, sem se cansar.

NOTA: 5

BRUNO MARTUCI

 


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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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