Depois da clássica animação, “Caverna do Dragão” lançada na televisão em 1983, e do fiasco que foi o longa metragem lançado em 2000, o famoso jogo de RPG, “Dungeons & Dragons” ganha mais uma nova versão, e mesmo não alcançando o nível da animação, que é adorada pelos fãs, Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes pode se considerar um novo acerto nessa nova onda de adaptações baseadas em jogos em gerais.
A estrutura proposta pelos diretores John Francis Daley e Jonathan Goldstein (A Noite do Jogo) tratando o filme como uma partida de Dungeons & Dragons é o que faz o filme funcionar, e mesmo a historia esteja previamente escrita pelo roteiro, o cuidado para a direção passar a escrita dentro da estrutura de jogadas e consequências que o RPG carrega, foi um acerto na maior parte das vezes, que acaba provocando a sensação de escolhas que os jogadores tem nas partidas, e também na sorte, quando um ato de sucesso depende dos números dos dados, e os grandes aspirantes do jogo vão notar muito isso no desenrolar da história, quando os personagens são colocados em situações, onde existem escolhas diferentes a serem tomadas, além é claro de figuras e elementos do jogo que são bem presentes no filme, que ajuda os fãs a familiarizarem esse mundo nessa nova obra cinematográfica.
O momento em que o filme perde a mão na estrutura proposta, é quando o roteiro tenta ditar as regras sobre o que ou não fazer, que além da exposição excessiva, deixa claro que o roteiro é inspirado em um jogo, e joga na cara do espectador isso de lembrar esse fato, ao colocar um personagem como o “mestre supremo” que dita como os personagens devem agir durante a trajetória deles, tirando toda a sutileza em disfarçar isso.
O CGI que é feito para gerarem as criaturas magicas é bem feito, o design delas baseadas nos animais e monstros desse universo, conseguem dar vida a esse mundo fantástico, diferente do CGI dos cenários, que se nota a artificialidades dos mundos gerados digitalmente, principalmente em cenas de perseguição que se torna visíveis o uso de recursos técnicos gerados por computador, que quebram um pouco o encanto que a cena deveria carregar.
A historia tem uma estrutura básica, de recuperar um artefato, e impedir que o vilão use esse mesmo item para provocar o mal, o que não é ruim, o roteiro é eficaz em desenvolver cada passo dessa estrutura do enredo, o que consegue enaltecer essa história são os personagens que é puro carisma, a dupla principal, interpretados por Chris Pine e Michelle Rodriguez são muito bem colocados na trama, dando suas motivações pessoais que acabam desencadeando toda a aventura que acontece, mesmo que as razões do personagem de Pine acabam ficando em segundo plano, quase irrelevante durante a trajetória deles. Já os personagens Sophia Lillis e Justice Smith além de terem boas funções dentro do grupo, a direção consegue dar destaque a eles em algum momento, que mesmo o protagonismo vai mais para a dupla Chris e Michelle, os dois não se tornam a sombra deles, tendo cada um seu momento de destaque, além de dividirem o humor que é muito presente na estrutura, e é bem dosado pela direção.
A vilã interpretada por Daisy Head, apesar do visual ameaçador, não transmite o mesmo nível de perigo que ela quer provocar, dentro dos antagonistas, o que é vivido pelo Hugh Grant consegue roubar a cena quando ele aparece, ele consegue ser de longe o personagem mais odioso e traiçoeiro do filme, mas ao mesmo tempo ele tem um carisma impressionante que é quase impossível não o adorar, um raro caso de ame e odeie o personagem.
Além do jogo, a direção usa e abusa de referências as obras do escritor J.R.R. Tolkien (“O Senhor dos Anéis” e “O Hobbit”), na qual o próprio RPG usou como base, e essas referencias são bem presentes, algumas delas bem discretas, mas a maioria bem obvias, e é claro, uma referencia bem direta da animação “Caverna do Dragão”, que só está no filme como fã-service.
Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes é um ótimo RPG em forma de filme, misturando aventura, humor e raramente um toque de tensão, mas para o fã que só tinha o filme de 2000 como referência a “Dungeons & Dragons” no cinema, vai ficar bem contente com o resultado desse novo projeto, que possa provocar a curiosidade de outros públicos a conhecer esse tão famoso jogo que conquista gerações.
NOTA: 7
BRUNO MARTUCI
Confira o trailer:
ArteCult – Cinema & Companhia
Siga nosso canal e nossos parceiros no Instagram para ficar sempre ligado nas nossas críticas, últimas novidades sobre Cinema e Séries, participar de sorteios de convites e produtos, saber nossas promoções e muito mais!
@artecult , @cinemaecompanhia , @cabinesete ,
@cinestimado, @cineelaw e @marimastrange
#VamosParaOCinemaJuntos