DOWNTON ABBEY 2: UMA NOVA ERA – Um bom desfecho para a história da série

 

Dando continuidade à série finalizada em 2015 e ao primeiro longa para os cinemas em 2019, a nova história, “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”apesar de dar sequência aos acontecimentos da série e do filme, também funciona como uma obra independente e não obriga que o público já tenha visto as obras anteriores.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

Para aqueles que estão vendo Downton Abbey pela primeira vez, esse filme pode ser um gatilho que desperte a curiosidade em saber como a série iniciou, mas para os fãs que já conhece bem esse universo que se passa na Inglaterra durante o final da década de 1920, vai ser uma experiência mais íntima e gratificante, seja pelos personagens queridos e carismáticos ou pelas referências de fatos e acontecimentos que ocorreram na primeira temporada da série. O público que está descobrindo Downton Abbey agora não entenderá alguns links, mas isso acaba sendo comum tratando-se de filme baseado em série. O que importa é que sendo uma história contada em outra mídia, os acontecimentos desse filme continuam fazendo parte do canônico da série.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

Sobre a história, o roteiro cria dois arcos para compor a trajetória dos personagens, o que lembra bastante a estrutura de roteiro de um episódio de uma série. Não temos como negar que é um longo episódio de 2 horas, não só pelo roteiro, mas também por outras escolhas criativas. Algumas delas combinam com a estrutura da narrativa optada pela direção, outras acabam não encaixando tão bem, como o ritmo novelesco que não combina com a linguagem cinematográfica.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

Os cinéfilos vão ter uma admiração maior por esse filme, já que um dos arcos criados envolve um cineasta que decide filmar seu próximo trabalho em Downton Abbey, o que deixa os moradores e criados do lugar divididos sobre transformar o lugar em um cenário de filme ou não. Mas certamente o que mais despertará o interesse dos cinéfilos é a forma como o roteiro mostra esse arco: como se fosse uma aula rápida sobre a história do cinema, para ser mais específico, a transição do cinema mudo para o falado, que no início acaba tocando nos mesmos tópicos que Cantando na Chuva também abordou e que pode funcionar para aqueles que não assistiram ao filme protagonizado por Gene Kelly. Mas para o cinéfilo que acompanha os clássicos, ao bater o olho em Downton Abbey 2, poderá surgir a sensação de plágio, mesmo o filme abordando isso da sua forma única. Depois, com tudo que é apresentado em seguida, acaba essa impressão e tudo fica claramente original.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

Ainda dentro do arco ambientado em Downton Abbey, existe um sub-arco envolvendo a personagem de Laura Haddock, que interpreta a atriz que protagoniza o filme feito na mansão. Laura é a típica atriz arrogante que não se adapta à mudança da indústria cinematográfica. Todo esse arco envolvendo a personagem é , infelizmente, fraco e genérico, a resolução de sua trajetória não tem capricho ou criatividade, o que só coloca ela junto com alguns dos criados para que se torne uma pessoa melhor, de forma tão preguiçosa que não deixa o momento genuíno.

O outro arco que compõe o filme, originado de uma informação dada pela personagem de Maggie Smith, fica bastante em segundo plano, mas que ainda nos desperta o interesse pela história criada, que envolve uma herança de uma Villa no sul da França, revelando algumas histórias do passado da personagem de Maggie que sua própria família desconhecia, fazendo até alguns personagens desconfiarem de suas origens, o que chega a ser o ponto forte desse arco. O que atrapalha um pouco é o ritmo novelesco que é mais forte nesse arco do que aquele que envolvendo a trama cinematográfica.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

Em relação à parte técnica, tudo muito atraente, desde os figurinos da época até os cenários deslumbrantes que remetem à antiga Inglaterra ou ao estilo britânico tradicional e conservador, assim como a trilha sonora que encaixa perfeitamente com esse estilo.

Cena de “Downton Abbey 2: Uma Nova Era”. Foto: Divulgação Universal Pictures

O diretor Simon Curtis tem um bom controle ao fazer humor sempre que o roteiro cria uma situação onde se consegue brincar com o momento, passando do cômico para o trágico ou para o sério, de modo que tudo flui naturalmente e sem dificuldades.

Uma das propostas que vai emocionar os fãs mais apegados da série é que o longa consegue criar um grande desfecho para a história de Downton Abbey e, como o próprio subtítulo nos diz, mostra-nos o fim de uma Era para dar início a uma nova. Um desfecho é composto de várias mudanças para os moradores do local, assim como despedidas de diversos tipos, com algumas delas bem tocantes.

Confira o Trailer

“Downton Abbey 2: Uma Nova Era” é um filme divertido, que não perde sua seriedade quando é necessária para dar continuidade à história e que encanta não só os fãs da série, mas também o novo público que tem interesse em se aprofundar na trama da série. É um bom desfecho para essa história.

NOTA: 7

BRUNO MARTUCI

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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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