Desde o final da fase 3 da Marvel Studios, o conceito de multiverso tem sido moldado e, cada vez mais, sendo abordado nas obras da Marvel no cinema, principalmente nas séries, desenvolvendo mais o conceito de realidades alternativas que proporcionaram momentos empolgantes ao trazer outras versões de personagens queridos, como foi o caso de “Homem-Aranha Sem Volta para Casa” e que trouxe de volta as telas rostos conhecidos de filmes antigos do herói.
Infelizmente, diferente do último filme do Homem-Aranha ou da série “Loki”, em “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, quando somos apresentados às versões alternativas do protagonista, não temos tantas mudanças físicas do mesmo, como foi visto nas duas obras citadas, ao invés disso, colocaram Benedict Cumberbatch para interpretar todas as versões alternativas do Dr. Stephen Strange e que não possuem mudanças tão radicais na aparência, apenas em traços de sua personalidade, o que é algo um pouco relaxado dos realizadores, comparado ao que foi proposto na série “Loki”, quando temos versões bem diferentes do anti-herói, ou mesmo em “Homem-Aranha Sem Volta para Casa”, que trouxe de volta os antigos intérpretes de Peter Parker.
Mesmo que, visualmente, as diferentes existências de Doutor Estranho sejam meramente parecidas, a atuação de Cumberbatch está ótima, entregando para cada versão um caráter diferenciado e criando assim para cada uma, sua própria personalidade, com base em uma motivação comum, mas tomando caminhos diferentes em cada universo, criando em cada um Doutor Estranho diferente.
Diferente de outras obras que expandiram o conceito do multiverso dentro do MCU, esse filme, acrescenta pouco a esse conceito, o máximo que é apresentado é uma conexão entre as realidades e os sonhos, e a personagem América Chavez (Xochitl Gomez), que é aquilo que move os personagens a visitar o multiverso é pouca explorada. A história que estrutura tudo isso, apesar de direta, tem um ritmo acelerado, colocando uma sequência de ameaças e perigos uma atrás da outra, sem haver uma pausa razoável para o espectador assimilar a última cena.
O diretor Sam Raimi (da primeira trilogia do Homem-Aranha) teve bastante autoria no filme, notando-se a diminuição de piadas e momentos cômicos que são padrão no estilo da Marvel, e dando mais destaque a um estilo mais sombrio, levando em vários momentos e por completo ao gênero do terror, o que combina com a proposta da história, principalmente no que existe relacionado à Wanda (Elisabeth Olsen) que é transformada na grande vilã do filme. Mas o desenvolvimento de seu personagem na trama é inferior ao que conseguiram em WandaVision. Apesar disso, Raimi consegue criar uma imagem ameaçadora e cruel, através de sua motivação, fazendo-nos entender completamente o seu lado, afinal, por isso para quem acompanhou sua série, conseguirã compreender melhor suas atitudes, a ponto de até torcer pela Wanda em certos momentos, mas até ela cometer atos violentos, que é quando o tom de terror cresce e diferencia essa obra.
O conceito é bem diferente comparado ao primeiro filme do personagem principal, tendo menos cenários distorcidos e dando mais prioridade à construção de ambientes no multiverso. Quando nos é mostradas versões alternativas de Nova York, por exemplo, notamos diferenças sutis, mas quando os personagens são levados a lugares mais surreais, já fica mais atrativo e interessante, sejam os cenários minimalistas com um conceito mais futurístico, ou seja os mais sombrios, o que ajuda a criar um ambiente que provoca medo.
Existe apenas um momento eufórico que mesmo com o que já foi divulgado na mídia pelo estúdio, ainda consegue guardar algumas surpresas para agradar os fãs, e já nos fazer pensar sobre o que a Marvel possa nos trazer num futuro próximo para o seu universo cinematográfico.
Confira o Trailer:
“Doutor Estranho no Multiverso da Loucura” não tem tanta loucura quanto o título sugere e mesmo não sendo um filme ruim, pode decepcionar um pouco os fãs que esperam ver um filme lotado de fan-services como em “Homem-Aranha Sem Volta para Casa”. Ainda assim, possui uma direção que sabe usar bem o estilo proposto, fugindo um pouco da fórmula Marvel e, mesmo assim, gerando um longa empolgante, mesmo que também não contribua tanto para o desenvolvimento do conceito do multiverso do MCU.
NOTA: 7
BRUNO MARTUCI
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