Semana passada, fui a um show muito bom do Lucas Santtana. Ele é um compositor/cantor baiano que costuma se apresentar com DJ e banda, mas este show foi só ele e o violão, um acústico no teatro Rival, no Rio de Janeiro. Desde então, ele está no meu Spotify em looping. E o curioso é que o surpreendente não foi uma canção, mas ele falando de improviso entre as músicas… Não esperava que fosse engraçado, leve, sarcástico. E, mais curioso ainda, foi o que me ficou marcado do show: apesar do humor, saí com uma sensação melancólica… uma música dele que a Marisa Monte gravou me remeteu a este lugar – “Abololô”: “ E a saudade vem, vem pra qualquer um, qualquer hora…”
Saudade é uma palavra que está na minha cabeça desde segunda-feira – saudade, saudade, saudade… Aí, veio a notícia do Darcy Burger, o Dadá, e o coração relembrou o significado da palavra – o Apertadinho já sabe que vai ter que conviver com a Chatinha!
Quem acha bonita toda essa melancolia nunca foi obrigado a conviver com essa CHATA do tipo que dói. Acompanhada de outra insuportável chamada morte. Ô, duplinha desagradável. Dupla estraga prazer, inacreditável.
Um dia, a gente se acostuma com ela, a tal da saudade – porque com a morte não dá pra se acostumar! Pois então, pra saudade a gente dá nome e tudo. Essa vai ser “saudade do Dadá”. Hoje, está mais forte porque acabou de chegar. Apesar de, daqui pra frente, eu ficar mais e mais tempo sem vê-lo, a “saudade do Dadá” vai diminuir, encontrar o lugar dela e vai se transformando em outras coisas – música, poesia, peça, texto de blog, programa de TV e, em alguns dias, em choro mesmo, do tipo tradicional.
Ela chegou fazendo bagunça, algazarra, zoneando, parece um redemoinho, se tornando o centro das atenções, e não podia ser diferente, é a cara dele. A “saudade do Dadá” foi logo se aproximando de umas outras que já tinham se aquietado, colocou todo mundo ouriçado, tão num converse, numa prosa sem fim, numa algazarra que meu coração não tá aguentando. Já, já, acabo com essa bagunça delas. Vou lá, dou uns gritos (do tipo que ele me ensinou), apago a luz e termino com a festa.
O coração da gente, às vezes, precisa de paz, de silêncio. Chega de falatório! Cinco minutos. Cinco minutos ao menos. Cinco minutos foi tudo o que eu consegui, o que, em se tratando de Dadá, é um feito e tanto. Bastou ficar em silêncio e a Saudade, como ele sempre fazia, se reinventou, se transformou na “Ideia Dadá”!
Socorro! Avalanche! Veio com ela “Som do Vinil”, “CU”, “Clara Nunes” e Canal Brasil, Canal Brasil, Canal Brasil, Canal Brasil e todo o mundo que vem junto com esse canal.
E, como a “Ideia Dadá” está sempre pensando lá na frente, em setembro, estreia uma coprodução do Canal nos cinemas – “Lua em Sagitário”. Uma história de amor, rock e liberdade! Uma história de jovens (bem a alma do nosso amigo). A produção é de Santa Catarina com o elenco quase todo local. Serguei (sim, ele mesmo), Elke Maravilha (outra que virou Ideia recentemente, daquelas inspiradoras!) e Jean Pierre Noher estão no elenco. Uma delícia de filme para assistir e comprar o CD ou spotify, sei lá. Vou escutar muito essa trilha – tem Tulipa Ruiz, Mallu Magalhães, Marcelo Jeneci e muito mais. Tem muito mais mesmo, muito mais por aí.
Então, Ideia Dadá, bora seguir que ainda tem muita coisa para se fazer.
NOTINHAS
Matéria sobre o Dadá – http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/post/diretor-de-dvds-darcy-burger-deixa-farta-producao-musical-audiovisual.html
Teatro Rival – https://catracalivre.com.br/rio/agenda/gratis/novo-teatro-rival-tem-programacao-gratuita-de-quarta-sexta/
Abololô – https://www.vagalume.com.br/marisa-monte/abololo.html
Lucas Santtana – https://www.youtube.com/watch?v=oBmai1kszfQ