Primeiro gostaria de saber como foram as filmagens dessa continuação. Vocês filmaram fora do Brasil, certo?
Sim. Estivemos em Israel e na África do Sul. Eu amo viajar, conhecer culturas diferentes, e quando consigo fazer isso a trabalho é incrível.
Israel foi um lugar que nunca havia pensado em conhecer, e me surpreendi, Tel aviv é uma cidade linda, apaixonante. Jerusalém foi uma experiência única, passar pelos locais das histórias que você escuta desde criança, é mágico.
Na África do Sul, no Soweto em Joanesburgo, tivemos um dia de filmagem com 30.000 figurantes de lá. Sentir a energia de todas essas pessoas foi uma sensação indescritível. Ver a alegria e amor deles ali foi emocionante, revigorante.
A cada trabalho eu sinto que me transformo um pouquinho profissionalmente e pessoalmente. E esse trabalho, finalizado com essa viagem, com certeza foi transformador para mim.
Por conta do sucesso do primeiro filme, a expectativa do público, naturalmente aumenta. Você também sentiu esse peso?
Não diria que senti peso não, mas sempre existe um frio na barriga quando um trabalho vai estrear, e com esse não foi diferente. Apresentar um trabalho para o público sempre gera uma expectativa não só para eles mas para nós também, que passamos um longo tempo entre preparação, estudo da personagem e filmagem.
Muito obrigada! Fico muito feliz!
No começo do processo, pesquisei vídeos e vi alguns filmes como referência, mas a parte de criação e descoberta mesmo foi na preparação através do texto, do que ouvi e do que intuía sobre a personagem. Nós fizemos um mergulho nessa história desde as primeiras semanas de preparação e aos poucos, dia a dia, fomos entendendo, construindo e criando a relação e verdade entre os personagens.
Nada a perder foi minha estreia nos cinemas, com uma personagem desafiadora, em um filme desafiador. Foi uma mega produção com uma equipe com grandes profissionais do cinema brasileiro, onde eu vivi a personagem dos 20 aos 64 anos. A história que foi contada, claro, aborda também a religião, mas o que mais me instigou a fazer o filme, além da oportunidade, foi o desafio. É um filme que fala de amor e superação antes tudo, um filme para todos os públicos.
O que você mais aprendeu com esse papel?
A personagem da Ester para mim é de uma força enorme mas completamente introspectiva. Foi um aprendizado de sutileza. Tanto na intepretação e nas emoções de cada cena, como na vida.
Gostaria que você comentasse um pouco sobre a troca com o Petrônio Gontijo. No filme fica visível com os personagens são diferentes, isso acredito que acarrete cenas bem difíceis emocionalmente.
Falar do Petrônio é um prazer para mim, porque ele, além de um ator maravilhoso que eu já admirava, é também um parceiro de cena incrível! Generoso, sensível, entregue, comprometido… Me senti muito confortável desde o momento em que começamos a trabalhar, então mesmo as cenas mais complexas eram muito prazerosas de se fazer, porque havia uma parceria e a certeza de que podíamos contar um com o outro. Isso é maravilhoso, saber que estamos contracenando com alguém com verdade e entrega deixa o trabalho muito mais leve e a troca do jogo de cena flui muito mais naturalmente. Tenho um carinho enorme por ele.