Esse título me veio à cabeça quando pensei no mercado da Dança… Quantos estudantes realmente irão trabalhar e sobreviver com a dança?
O que torna você um profissional de dança? O que faz de você um bailarino, um coreógrafo, um analista do movimento, um preparador físico, um dança-terapeuta?… São muitas as funções e possibilidades de trabalho com dança, se também estiverem associadas a outras áreas do conhecimento.
Um dançarino nunca deixa de ser um grande observador sensível e eterno aprendiz. Essas características fazem desse profissional um ator importantíssimo na sociedade. Dançando ou não, um profissional de dança sempre terá em sua jornada a capacidade de atuar em muitas outras áreas além dos palcos.
Mesmo com um mercado de trabalho super disputado, por vários motivos – falta de recursos, poucos espaços para apresentações, reduzidos festivais voltados à cultura em geral, além de poucas universidades com esse tipo de formação -, o desafio está em encontrar maneiras para superar todos esses obstáculos.
O governo parece estar fazendo a sua parte. Tramita na Câmara dos Deputados um projeto de lei que regulamenta o exercício da profissão da dança, com medidas que visam proteger esses profissionais, como a fixação de uma carga horária semanal e regras para os direitos autorais.
Outro movimento que se percebe é a exigência de uma formação superior para o bailarino. Não basta mais uma formação puramente técnica, o mercado vem querendo profissionais mais completos e melhor preparados.
Mas não é o suficiente. É preciso bem mais para poder viver, sobreviver e ser feliz e realizado nessa área.
O grande pulo do gato é investir numa formação mais ampla e diversificada, pois um profissional de dança pode entrar em cena de muitas outras formas.
É como explica a coordenadora do curso de Dança da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp, Daniela Gatti: “O profissional pode se voltar à produção e à estética, com probabilidade de articulação de questões pedagógicas e será licenciado como professor de Dança. Como bacharel, ele estará inserido nos campo da arte e da criação, como um interlocutor de questões sociais, econômicas e políticas. Também há espaço para trabalhar com a questão social, pois esse profissional pode propor projetos voltados ao desenvolvimento da área”*.
O mercado está cada vez mais aberto. É preciso estar atento e forte, preparado, atualizado e inspirado. Dançar muito – e sempre – para não dançar.
*Fonte: Blog Acesso.com.br