Luciana Sagioro e Miguel Oliveira contam sobre a experiência em entrevista exclusiva ao ArteCult
O Prix de Lausanne, na Suíça, é uma competição internacional para jovens bailarinos de 15 a 18 anos. É considerado um dos principais eventos do ballet clássico e é conhecido por reunir olheiros das principais escolas de danças internacionais. A edição de 2022 aconteceu de 30 de janeiro a 6 de fevereiro e revelou dois incríveis talentos brasileiros: Luciana Sagioro, de 15 anos, e Miguel Oliveira, de 16 anos.
Luciana é natural de Juiz de Fora, mas foi morar no Rio de Janeiro aos 10 anos para que pudesse se dedicar com mais afinco às aulas de ballet clássico.
“Acompanho a Luciana desde os 9 anos quando ela veio fazer uma aula experimental aqui na Escola Petite Danse e desde esse primeiro dia percebi um talento natural. Uma criança tão pequena, mas que demonstrava muita maturidade e paixão pela dança. Além disso, me impressionou o físico alongado, musculatura forte e muita facilidade na execução dos passos.” – destaca Nelma Darzi – Fundadora e Diretora Artística da Escola de dança Petite Danse, onde Luciana faz aulas no Rio de Janeiro.
Para participar do Prix de Lausanne, Luciana passou por uma intensa preparação. Eram cerca de 7 horas diárias, entre aulas, ensaios, treino funcional e meditação. Tanta dedicação deu resultado: entre os 70 bailarinos competidores, Luciana conquistou o terceiro lugar geral da competição (“Bourse Jeune Espoir”), e também o prêmio de favorita do público da internet, através de uma votação popular durante os dias de evento.
“A experiência no Prix de Lausanne foi única e inesquecível. Foram muitos dias de aprendizado, de conhecimento. Uma vivência que guardarei no meu coração pra sempre. Muito gratificante ser reconhecida mundialmente.” – revela Luciana, em entrevista exclusiva ao ArteCult.
Além disso, a jovem bailarina recebeu oito ofertas de bolsas de estudos, em diversas escolas de todo mundo.
“Escolhi a Ópera de Paris, porque é uma escola muito reservada e seletiva, pouquíssimos bailarinos são CONVIDADOS. Além disso, a França é o berço do Ballet Clássico.” – esclarece.
Sagioro vai ser a primeira brasileira a estudar na Escola da Ópera de Paris. Ela inicia seus estudos na capital francesa em agosto, mas já sonha alto:
“Meu sonho é fazer o meu melhor e poder aprender ao máximo lá na Ópera e em um futuro distante, pretendo me tornar Ètoile da Ópera de Paris, cargo mais cobiçado e mais alto em uma companhia de dança”.
A história de Miguel Oliveira não é muito diferente de Luciana. Ele iniciou os estudos do ballet clássico aos cinco anos, em Brasília, e precisou de muita dedicação para se destacar no cenário internacional. Atualmente, ele dança na Escola Basileu França, em Goiânia, onde fez toda a sua preparação para participar do Prix:
“Foi uma preparação bem puxada, tecnicamente, mas além da preparação técnica tive uma preparação psicológica.” – destaca o bailarino.
“Foi uma experiência inesquecível, tive aula e coachs com professores do mundo inteiro, um aprendizado único.” – revela orgulhoso o bailarino brasileiro.
Miguel foi um dos finalistas da competição e recebeu o prêmio “Best Young Talent Award”, oferecido pela The Rudolf Nureyev Fundantion.
Ele também recebeu propostas internacionais, de escolas de Hamburgo, Palucca, Houston, Oslo e Carolina do Norte. A escolha foi pela bolsa de estudos em Hamburgo, onde Miguel pretende dar os primeiros passos na sua carreira internacional.
Para os bailarinos que se inspiram nas histórias da Luciana e do Miguel, Nelma Darzi deixa uma mensagem:
“Quando uma jovem com esse perfil inspira outros jovens, eu digo que tentem não ser igual, porque ninguém será igual ao outro, mas procurem ver o que fez dessa menina alcançar um sonho tão difícil e a partir daí seguir alguns passos semelhantes, como: disciplina, trabalho diário, dedicação, força de vontade, resiliência e humildade para aprender sempre. Não basta ter talento natural, é preciso ser esforçado, não se conformar com o mais ou menos e acreditar no sonho.”
Veja os vídeos das apresentações de Luciana Sagioro e Miguel Oliveira no Prix de Lausanne: