A coxia em cena

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Você já se perguntou o que acontece enquanto as cortinas do teatro estão fechadas? Você nunca parou para pensar no movimento e no trabalho que se desenvolve naqueles poucos metros quadrados escondidos por telas, tapadeiras, paredes falsas, tecidos e sombras?

Independentemente do tipo de palco – elisabetano, de arena, italiano ou qualquer outro espaço de apresentação para o público – sempre me encantou desvendar e viver o que ocorre por trás da cena, tudo o que não se consegue ver na frente do palco… E acredite, muita coisa acontece por lá!

A coxia, para bailarinos, é um espaço onde se ensaia, se prepara o corpo com movimentos de técnica, por exemplo, antes de começar o espetáculo. Muitas vezes, quatro ou seis horas antes a apresentação, os bailarinos, bem como a equipe técnica – o contrarregra, o sonoplasta (em alguns casos), o diretor, o cenotécnico, o iluminador trabalham nos bastidores e se unem de maneira dedicada para fazer um grande show.

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Nos bastidores acontece de tudo: ensaios técnicos, ajustes de figurino de última hora, alongamento enquanto não se entra em cena, descanso merecido depois de uma rotina de 20 minutos, conserto de um spot de luz, água, retoque na maquiagem, coloca figurino, tira figurino, aquece, mais uma cena. Ufa! E por aí vai. Tudo acontece numa velocidade enorme, todos ali trabalham em sintonia para não haver erros, e é um processo tão visceral que nem nos damos conta.

A coxia é um local de reunião, de concentração, de mobilização de um grupo que trabalha junto – aqueles que vão para a luz da ribalta e aqueles que ficam na retaguarda se esforçando para que tudo funcione!

E existe um momento mágico, enquanto as cortinas estão fechadas… são minutos antes da entrada do público, durante os quais a equipe inteira se põe em silêncio. Nada mais a ser feito, o burburinho na plateia faz os corações acelerarem. Expectativa. O nervosismo cede lugar para a coragem. Coragem para enfrentar e passar adiante a nossa verdadeira missão, que é a de encantar, comunicar, surpreender a plateia. Sentimentos que os dançarinos – e todos os outros artistas – têm quando a música começa, a luz no palco aumenta e as cortinas se abrem!

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É hora então de mostrarmos o resultado de todo o nosso esforço, de todo o trabalho daquele grupo, para a atenta plateia diante de nós. É hora de brilhar!

“Merde!”

Author

Sou Marcelle Pereira Soares Banks, a.k.a Celle Banks. Sou profissional com 10 anos de experiência na área de comunicação, com passagem pelo setor acadêmico privado e público, me formei em Comunicação Social na Universidade Federal Fluminense (UFF) e fiz o curso de Dança Contemporânea na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Há 12 anos, atuo profissionalmente como Bailarina, Designer, Coreógrafa e Publicitária. Amante das Artes Culturais e Sociais, sou empreendedora e promotora da diversidade cultural. Tenho um enorme desejo de me comunicar com as pessoas e escolhi fazer isso através da dança. Gosto de compartilhar com os outros a minha paixão pela dança. Meu maior interesse é estudar a diversidade de danças através do olhar contemporâneo, das danças tradicionais às urbanas. Já me apresentei em universidades, festivais e teatros do Brasil. Nos Estados Unidos, desenvolvo atualmente um trabalho sobre a investigação de danças tradicionais brasileiras. Essas obras têm aparecido em Festivais Internacionais. Em 2015, me mudei para a Argentina e aprimorei meus estudos a partir de fontes de universidades locais, como Universidad Nacional de las Artes. Divido-me entre Buenos Aires, Des Moines, Rio de Janeiro e Florianópolis, sempre embalada na minha paixão pela família e pela dança