Confissões de uma Garota Excluída , que já está disponível na NETFLIX , foi baseado no best-seller de Thalita Rebouça, tendo Klara Castanho como protagonista. O evento de pré-estreia que ocorreu dia 20/09, reuniu cerca de 300 convidados. A apresentação do filme foi seguida por um animado (e importante) bate-papo só para convidados, com Thalita e Klara, além de Thaynara OG, da rapper MC Soffia e do criador de conteúdo Igor Saringer. De forma leve e divertida, eles falaram sobre experiências pessoais relacionadas aos temas do filme, como bullying, autoaceitação, pressões sociais, rivalidade feminina e relações familiares.
CONFIRA A ENTREVISTA:
Thalita Rebouças opina sobre as pressões sociais:
“O que eu tenho pra dizer para os adolescentes é que vai passar. Parece que não, que você está passando a pior coisa que vc ta vivendo e vai viver. mas não é. É só entender que todo problema tem alguma solução, não olhe com lente de aumento, respira fundo, clareia a mente. Tentar ver a vida com óculos coloridos.”
E segue falando sobre os dramas da adolescência…
“Desde que eu comecei a escrever, o que mudou foi o acesso à informação, que agora está na palma da mão. Mas por dentro os adolescentes continuam iguais, com os mesmos dramas e intensidades. Continuam sofrendo com espinhas, com o não, não sabendo se frustrar, impacientes com adultos. O bacana é que o adolescente de hoje é o adolescente que eu fui e que meus pais foram. o que muda são os tempos, mas a essência não muda. e é isso que é tão prazeroso escrever para esse público. to falando com a alma deles, entra década e sai década, e é tudo igual.
Eu acho muito importante o papel da arte na nossa vida, porque o livro, a novela, o filme, a série, tudo isso pode fazer a gente pensar melhor e melhorar a vida e relação das famílias, dos amigos. E isso é incrível.
Em todo esse tempo [quase 2 décadas escrevendo para adolescentes] o que mudou foi o acesso à informação, mas por dentro os adolescentes continuam iguais, com os mesmos dramas, com a mesma intensidade. Se adolescente fosse definido em uma palavra seria “intensidade”. Eles continuam intensos, sofrendo com espinha, com o “não”, continuam não sabendo se frustrar e sendo impacientes com adultos. O bacana do adolescente é o adolescente que eu fui, meus pais foram. Por dentro, a essência não muda e é isso que torna tão prazeroso para mim o fato de escrever para adolescentes. Saber que estou falando da alma deles.
O conselho que eu dou para filhos de pais que estão fazendo bullying dentro de casa é: manda ver a Tetê e a família dela que eu tenho certeza de que eles vão entender o recado e vão entender que palavra fere, tem formas e formas de falar.”
Klara Castanho explica a leveza da personagem e sua intensidade sutil e aconselha não levar a vida tão a sério.
“Eu queria fazer a Tetê o mais natural possível, eu queria que o maior número de pessoas pudesse se identificar e se identificar com as situações da Tetê, ao mesmo tempo talvez uma vida totalmente diferente. A personagem pode cair num lugar bobo e chato, mas quis fazer ela disposta a melhorar, feliz de ter uma nova oportunidade a cada dia, de sentir que ela tinha felicidade e vontade de evoluir, melhorar a realidade dela. Eu amo muito a Tetê, e queria fazer com que as pessoas se apaixonassem por ela também.
Eu sempre tenho em mente em todos os personagens que eu faço que todas as cenas são cruciais. Desde os 12 anos eu consigo acessar essa intensidade, o drama. Mas a Tetê não é óbvia, é mais sutil. É uma intensidade leve dentro dessa personalidade dela. Eu precisava viver as cenas de forma intensamente, mas não sendo pesado. Era acessar o drama que aprendi desde criança, mas dando a sutileza necessária para dosar essa personagem. Isso foi um desafio.
O conselho que eu daria pra Tetê da vida real é para ela não se levar tão a sério, não levar tudo tão a sério. Tudo é mais leve do que imagina. O peso que você coloca, daqui um tempo, não faz sentido. Viva do seu jeito, sempre vai ter alguém que vai te amar do jeito que você é, não mude por ninguém, mude por você. As coisas se ajustam com o tempo, quem não vale a pena, não insiste para que fique na sua vida. Entenda quem você é, e antes de qualquer coisa, se ame do jeitinho que você é, que as coisas se encaixam da melhor forma possível.”
Quando perguntada sobre rivalidade feminina, Mc Soffia revelou:
“A gente precisa cada vez mais se unir e resolver os problemas que foram colocados pra gente pela sociedade. Na escola comigo nunca aconteceu um caso de rivalidade feminina, mas eu via acontecer ao meu redor.
Eu tenho que ser a primeira pessoa a me aceitar. Se eu não me amar em primeiro lugar, se eu não tiver amor-próprio, não vou conseguir seguir passando a mensagem nas minhas músicas sobre empoderamento, para que as meninas que estão passando por baixa autoestima possam se olhar no espelho e se sentir maravilhosas.”
Thaynara OG se identifica com a família da personagem principal porque às vezes a família quer ajudar, tem boas intenções, mas ela acaba atrapalhando…
“Então, é importante essa mensagem que o filme traz, da pressão e bullying vindo de dentro da família também. As palavras são fortes e pressionam ainda mais quando vem de dentro.
Estamos no setembro amarelo e sempre temos que buscar ajuda, temos que falar de saúde mental sempre. Conversem com a família, busquem ajuda profissional. Vai passar.
Os problemas são muito parecidos com os que passei na minha adolescência e meus pais também. Mas na época deles, mal se falava do termo bullying. O acesso à informação que vai aumentando ao longo de gerações, o acesso a redes sociais de certa forma aumenta a pressão, a autocrítica.
Até hoje a gente que trabalha com o mundo digital, mesmo que não seja adolescente, sofre muita pressão estética, surgem críticas que não partem da gente, mas o subconsciente vai captando. Por isso sempre reforço algo que eu pratico, que é a terapia, para trabalhar a questão da autoestima, autoaceitação e como você se vê. É normal se sentir inseguro, mas é importante filtrar de onde vem essa corrida maluca para se adaptar a padrões inalcançáveis de beleza, impostos pela sociedade, ou se é uma demanda sua.”
Para Igor Saringer a relação familiar deve ser pautada no diálogo:
“Tenho uma relação saudável com meus pais. Mas vendo o filme e me inspirando, eu falaria para os meus pais, e todos os pais, desde cedo, sempre estimular o lado comunicativo entre pais e filhos, perguntar mais como o filho está, como foi o dia dele na escola. O diálogo é muito importante, aproxima e é capaz de resolver muitos problemas!
Me identifiquei com a própria Tetê, porque na época que eu estava no colegial, tinha muita espinha. E no colégio eu tinha muita vergonha de ir para o recreio, ficava na sala porque via as pessoas comentando, me zoando e isso me deixava triste. Então vários problemas que a Tetê passa, não com as espinhas, mas com o suor, por exemplo, me fizeram lembrar de mim quando era mais novo.
Produzido pela Panorâmica para a Netflix, Confissões de uma Garota Excluída é dirigido por Bruno Garotti (Ricos de Amor), nome por trás de sucessos juvenis do cinema brasileiro. O roteiro é de Bruno com Thalita Rebouças (Pai em Dobro), Flávia Lins e Silva e, como colaboradora, Christiana Oliveira. Já a produção é de Mara Lobão e Rodrigo Montenegro, com produção executiva de Vanessa Jardim e Augusto Medeiros.
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