Coletivo de Dança Lemagidé apresenta espetáculo que dialoga com feminino, natureza e cultura negra

Foto: Divulgação

“Conversas ao Pé da Terra” será apresentado em três unidades SESC do Rio de Janeiro no mês de agosto. Entrada livre e gratuita

O Coletivo de Dança Lemagidé realiza uma série de apresentações gratuitas do espetáculo “Conversas ao Pé da Terra” em três unidades SESC da cidade do Rio de Janeiro, durante o mês de agosto. Em cena, quatro mulheres negras partem de uma pesquisa coreográfica de “dança-memória ancestral” e movimentam seus corpos em um diálogo com a terra que as constitui, nutre e abriga, como espaço de criação.

A temporada de apresentações inicia dia 7 de agosto, no Sesc Madureira. Em seguida, o coletivo sobe ao palco do Teatro Sesc Ramos, dia 13 de agosto e do Sesc Tijuca, dia 15 de agosto.

Formado pelas artistas Débora Campos, Gik Alves, Letícia Bento e Maiara Viana, o coletivo se baseia em processos de cocriação que tem como eixo principal as danças negras, passando por modalidades como o coco, o samba, a dança dos orixás, o maracatu, o jongo e o cafezal, mesclando com influências da dança contemporânea e dança do ventre.

O espetáculo integra a Mostra Regional de Artes Cênicas do Sesc e conta com mentoria em dramaturgia da atriz Tati Vilela, premiada como Melhor Atriz no Festival do Rio 2021, e da atriz e diretora de movimento Gabriela Luiz, que faz a preparação corporal das bailarinas.

Foto: Divulgação

Sobre o espetáculo: “Conversas ao Pé da Terra”

“Conversas ao Pé da Terra” traz como base de sua narrativa uma costura entre os fios das energias da natureza de axés e do ser feminino. No desenhar da dança, as artistas reverenciam Nanã, senhora da lama, orixá da sabedoria, guardiã da vida e da morte.

“Em diálogo com a floresta, nossa eterna mãe, trabalhamos o respeito e os cuidados com todos os seres que a compõem, dançando o reinício, a criação e a morte, porque tudo é movimento. Nossa vida é movimento, nossa não vida também”, declara Gik Alves, que assina a direção de pesquisa e cena.

As quatro mulheres dançam os movimentos cíclicos de morte-renascimento e vida na terra, para a terra e com a terra. Em contato com o solo, exploram no corpo os processos de morte e (DE)composição até as transformações da matéria, celebrando a vida que ressurge, no girar de saias.

“Esse espetáculo é uma conversa com as muitas mulheres que somos e as naturezas todas que trazemos conosco e habitamos, desde o útero ancestral da criação. Momento de encontro de existências paralelas, material e espiritual”, revela Débora Campos que integrou a concepção do trabalho junto às outras integrantes.