Cidade bombando arte por todo lado

 

Nessa última terça-feira, dia 7 de outubro de 2025, o Teatro Riachuelo abriu as portas para o primeiro festival de teatro da cidade.

O Festival de Teatro do Rio de Janeiro nasce da vontade de homenagear quem faz o teatro acontecer.
É uma celebração de toda a cadeia criativa e produtiva dessa arte que movimenta o país — culturalmente, economicamente e socialmente.

Estive presente e assisti ao espetáculo “Ao Vivo – Dentro da Cabeça de Alguém“, com cinco artistas no palco, entre eles, Renata Sorrah.

A peça encaixou-se perfeitamente com a abertura. Inicialmente fala sobre o “eu” do artista no palco, tudo o que passa em sua cabeça após uma apresentação. O texto é do nada exato Márcio Abreu, que soube desenhar não só o artista cênico, mas nossas histórias, nossas vidas, nossa cidadania e nosso povo. Confesso que fiquei bem pensativa — o texto nos leva a análises tão profundas que, mais um pouco, encontramos petróleo dentro de nós. Risos.

De um lado, acontecia o Festival do Rio — um festival de cinema do Brasil, realizado anualmente na cidade do Rio de Janeiro, que surgiu em 1999 como resultado da fusão dos extintos Rio Cine Festival e Mostra Banco Nacional de Cinema, eventos que faziam parte do calendário cultural da cidade desde a década de 1980. Do outro, um festival de teatro de altíssimo nível.

E se o festival de cinema brasileiro abre a sessão de gala com um filme estrangeiro, com Julia Roberts (o que não entendi — afinal, foi em 2025 que trouxemos o nosso primeiro Oscar), o Festival de Teatro gritou brasilidade com dois artistas no palco.
Explodindo o teatro em palmas, dignamente ovacionados, pois contavam a história recente de nossas políticas, Rafael Bacelar nos leva a explosão interna, nos queima, enquanto um corpo trans, Bianca Manicongo, convidava umbandas e quimbandas para seguirmos juntos nesse país lindíssimo.
Um suprassumo cênico. Continuo em êxtase.

Haja fôlego para esses textos de Márcio Abreu, ufa!

Maria Siman é a curadora — e, para quem não sabe, faz da sua vida um pulsar teatral. Sempre a encontramos, sempre assertiva, com um olhar de águia para a curadoria. Aprecio muito o trabalho dela.

Aniela Jordan assume a direção artística e, sem sombra de dúvida, abre uma porta que não mais se fechará. Já estava mais que na hora!

Vida longa ao Festival de Teatro do Rio de Janeiro!

As peças do 1º Festival de Teatro do Rio de Janeiro são: Ao Vivo – Dentro da Cabeça de Alguém, O Figurante, Parem de Falar Mal da Rotina, Macacos, Não Me Entrego, Não!, Brás Cubas, Cenas Da Menopausa, Ficções, Tom na Fazenda, O Céu da Língua, King Kong Fran e Prima Facie.

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

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Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

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