Sabe aquela pessoa repleta de entusiasmo, que é apaixonada pelo que faz e dedica suas melhores energias em prol de uma causa, de uma missão, de um trabalho?
Como uma chama, uma fonte de luz e de calor, uma paixão, se não houver realimentação, cuidados, reciprocidade, esse fogo queima até o final!
Por isso o termo “burnout”, está na mente dos médicos, dos executivos e dos empresários de praticamente todos os segmentos de negócios, pois quem de nós não está à beira de um ataque de nervos, num estado absurdo de stress, buscando suas últimas forças e fios de esperança, para sobreviver com alguma saúde mental e emocional às pressões por resultados nesses já praticamente dois anos de pandemia.
Todos avaliamos positivamente as vantagens da Tecnologia em nossas vidas, e o quão imprescindível tem sido para a economia, para a preservação dos empregos e dos negócios, para o ensino e os estudos as ferramentas de mensagens instantâneas, de videoconferência, EAD (ensino à distância), de ecommerce e a robotização dos atendimentos.
Porém, quantos de nós têm sido desafiados por essa mesma tecnologia a cumprirmos a etiqueta digital, a nos capacitarmos em um sem números de novas aplicações, APP, ferramentas para o cumprimento de nossas jornadas pessoais e profissionais?
Fomos forçados a levar nossos trabalhos para casa, nossos MBAs, faculdades, aulas dos filhos para dentro da nossa rotina doméstica. Passamos a não ter mais pausas para começarmos nossas jornadas, não ter intervalos entre eventos online, somos sobrecarregados de eventos, reuniões, lives para evoluirmos em novos temas, invadimos horários de almoço, sem pausas para cafezinhos, sem momentos de reflexão, de necessárias movimentações e estamos mais e mais invadindo momentos de exercícios físicos, de idas aos médicos, de resolvermos questões práticas do dia-a-dia e vamos mergulhando mais e mais no online em ações que tornam nossos relacionamentos e nossas necessidades pessoais relegadas a nenhum plano.
Quantos casamentos destruídos nesses 2 anos?
Quantos lutos mal vividos e inventários mal resolvidos?
Quantas sociedades desfeitas?
Quantos desempregos e falências em nossas famílias, pesando mais e mais em quem se torna o arrimo de família?
Quem esta cuidando desse emocional dessas pessoas que não podem parar, pois se pararem podem ser demitidas, prejudicadas se perdem o compasso?
E que compasso é esse?
Esse estado de esgotamento físico e emocional devido à toxidade dos ambientes de trabalho e de pressão por resultados, agora tem nome médico técnico e código na Classificação Internacional de Doenças (CID): respectivamente Síndrome de Burnout e CID-10 Z73!
Essa doença que nos torna incapazes de lidarmos com questões do dia-a-dia de modo eficiente.
Essa doença que pouca a pouco tem nos levado à compulsão em demonstrar o próprio valor (pois nos despersonalizamos e não enxergamos mais nosso próprio valor, nos tornando inseguros), essa incapacidade de se desligar do trabalho, a negação das nossas próprias necessidades, a falta de coragem e fuga de conflitos, o não escutar e negar nossos problemas e valores pessoais, o distanciamento das pessoas que nos cercam buscando a solidão, a estranheza de comportamentos e um enorme vazio interior, que nos leva a um quadro crônico de depressão e esgotamento.
O quanto você tem prestado atenção às pessoas ao seu redor?
Quantas delas estão apresentando esses sintomas?
Que pessoas apaixonadas pelo que fazem, perfeccionistas, destemidas, sem medo de aceitar desafios, sempre reconhecidas como inteligentes emocionalmente, vocês percebem que começaram a engolir sapos, estão frustradas em gestos, em palavras ou na linguagem corporal, e ai vão perdendo a graça, o ânimo, o entusiasmo, o desempenho, o brilho?
Esse estado de exaustão vital, que impacta o gerenciamento da vida, a perda do equilíbrio entre o pessoal e o profissional, a perda da identidade emocional, impacta fortemente, além da saúde, da perda da imunidade e da longevidade, também influencia os aspectos individuais e sociais/coletivo de bem-estar, de criatividade, de produtividade.
Empresas, escolas, grupos sociais, comunidades religiosas precisam estar atentas aos sinais e agirem de forma preventiva e curativa quando se percebe a existência do quadro de esgotamento.
Pausas, precisam ser feitas.
Momentos de leveza, de humor, de diversão, precisam ser estimulados.
Conversas empáticas precisam ser a tônica transformadora desses cenários.
Estratégias de tratamentos terapêuticos precisam ser disparadas para a busca da reversão do quadro médico.
É nessa hora que o papel das lideranças, sejam elas empresariais, empreendedoras, educacionais é essencial para transformar essas relações e esses ambientes, percebendo com olhar atento ao outro, alertando e conscientizando, direcionando e acima de tudo cuidando dos seres humanos que somos.
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SANDRA PORTUGAL
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