Michel Teló e grande elenco estão de volta com a terceira temporada de “Bem Sertanejo — O Musical”.
O espetáculo foi um grande sucesso de público por onde passou durante às duas primeiras temporadas, com mais de 60 apresentações esgotadas. Nessa temporada o projeto já foi apresentado novamente em São Paulo, Curitiba, além de passar por Florianópolis e Maringá e fazer seu encerramento no Rio de Janeiro.
Não é para menos “Bem Sertanejo – O Musical” é um dos melhores musicais brasileiros que assisti nos últimos anos. Logo no início do musical a história da Viola Caipira é contada, já mostrando as raízes da música do sertão e da cultura de interior. No primeiro ato mergulhamos no rico mundo rural onde aprendemos sobre a história do Brasil, interação com os índios, um pouco da vida dos tropeiros e tudo isso com muitos clássicos da música caipira sertaneja como, por exemplo: Luar do Sertão e Tá Nervoso Vai Pescar. A religião também se encontra muito presente dentro de todo o espetáculo, além do contato com a alimentação e a ligação da mulher com à terra.
O segundo ato mostra a trajetória dos artistas caipiras, desde as primeiras apresentações pelo interior até chegar na cidade grande. Duplas como Milionário & José Rico e Tonico & Tinoco mostram a evolução da música que passa até pela moda do Rock n’Roll. “O Brasil é o único país do mundo que se briga para cantar a música da própria terra”, frases assim fazem parte das grandes contestações presentes em todo o espetáculo que também aborda o poder da mulher. Uma linda mensagem sobre o homem jeca existe e mostra como ainda existe um preconceito com o homem do campo que não deveria existir. Os cenários são de impressionar qualquer um, mudando de acordo com a história, trazendo uma profundidade ao palco e destacando todos os atos e artistas.
Entrevistamos Michel Teló, um dos grandes responsáveis por esse projeto acontecer, falamos sobre a trajetória do musical, escolha das músicas, mudanças e muito mais.
Confira abaixo a entrevista na íntegra:
ARTECULT (Mari Barcelos): O musical já está na sua terceira temporada. Em 2017 quando foi a estreia, vocês esperavam todo esse sucesso?
MICHEL TELÓ: Eu sabia que o projeto ia agradar ao público, porque cuidamos de todos os detalhes desde a concepção até colocar tudo em prática. Mas não esperava que chegaríamos na terceira temporada.
Além de alguns substituições, o espetáculo sofreu alguma alteração? Até mesmo por opinião do público?
Demos uma diminuída no tempo do espetáculo somente. Cortamos algumas cenas e tiramos um intervalo.
Em relação ao repertório, teve alguma canção que não estava no roteiro e você pediu para inserir?
Alguma canção que ficou de fora e você queria cantar?
Ah muitas canções ficaram de fora, porque a história da música sertaneja é muito rica. Mas acho que as escolhas contam bem a história do gênero. Além das músicas, há uma história por trás, né… então escolhemos de acordo com o roteiro que queríamos contar.
A evolução do homem e da música andam lado a lado no espetáculo. Você, principalmente por viver da música e estar na maior parte da sua vida no ambiente musical, acredita que a música pode ajudar na evolução, educação e até mesmo na formação de um ser humano?
Com certeza. No caso da música sertaneja, ela soube se modernizar, seguir os passos do homem que saiu do campo para viver na cidade grande. E muitas das canções contam a história do país também. A música tem o poder de formar um ser humano, sem dúvida.
O Bem Sertanejo era um sonho antigo seu e percorreu um grande caminho até chegar aqui, passando por uma série no Fantástico, um Livro, a gravação de um DVD Ao Vivo e só depois com o formato de musical. Todo esse caminho, somou para o grande sucesso? Você já tinha uma ideia mais ‘pessoal’ sobre essa história tão bonita do sertanejo?
Tenho certeza que somou. A ideia inicial era só um documentário, para deixar registrado a história da música sertaneja. Quando apresentamos para a Globo e para a direção do Fantástico, eles adoraram a ideia. O projeto cresceu e ficou maior do que eu podia imaginar. Ver cada uma dessas etapas se concretizando foi a realização de um sonho pra mim. Eu sempre quis contar a história da música sertaneja, que é a história do Brasil também porque vivi isso, ouvia desde pequeno a música caipira, as modas de viola. Sem dúvida é uma realização pessoal.
Michel você é um artista completo, um dos maiores do gênero atualmente e já com grandes contribuições para história da música sertaneja e agora está resgatando toda a origem de uma cultura que é muitas vezes esquecida. Como é contar uma história que, além de trazer músicas de ícones que foram grandes influenciadores para sua carreira, mostra que você também faz parte dela?
É uma honra poder contar essa história, mostrar a evolução do gênero, a quantidade de artistas consagrados que temos. A música sertaneja soube seguir o homem que saiu do campo pra tentar a vida na cidade grande, soube se modernizar, soube acompanhar a história. Não é à-toa que ainda é o gênero mais tocado nas rádios do Brasil. Sinto muito orgulho desse projeto e muito honrado por fazer parte dessa história também.
Um espetáculo poético, rico na beleza histórica, musical e visual. “Bem Sertanejo – O Musical” mostra com amor e paixão a nossa cultura, sem máscaras ou pré-conceitos.
O musical está em cartaz na Cidade das Artes, no Rio de Janeiro mas corra, pois essa é a última semana do dia 17/01 (quinta-feira) até 20/01 (domingo). Você não pode perder essa oportunidade!
Ingressos no link: https://www.ingressorapido.com.br/event/9480/d/41593
Para mais informações sobre o musical, acesse: http://www.bemsertanejomusical.com.br/
MARIANE BARCELOS
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