BBB21 – Entrevista com o terceiro colocado: Fiuk

A fama com certeza não era o objetivo de Fiuk ao entrar no ‘Big Brother Brasil’, visto que o ator, cantor

Fiuk – Foto: Globo/João Cotta

A fama com certeza não era o objetivo de Fiuk ao entrar no ‘Big Brother Brasil’, visto que o ator, cantor e agora ex-BBB já era conhecido por seus trabalhos na TV e na música. Durante o confinamento de 100 dias, mostrou-se uma pessoa que, quem via pelas novelas ou no palco de um show, desconhecia. Imerso nas relações dentro da casa, expôs todo o sentimentalismo e a sensibilidade que compõem sua personalidade e enfrentou as inseguranças que tanto temia. O “Seu Fiuk” – como costumavam chamá-lo por seu jeito por vezes ranzinza – e o cozinheiro também fizeram parte de sua trajetória no BBB.

Ao ver seus aliados irem embora logo no início do jogo, estabeleceu conexões importantes com outros participantes, como Sarah, Gilberto e até Juliette, com quem teve vários conflitos. Vencedor da última prova de resistência da temporada, conquistou vaga na final da 21ª edição do reality e ficou com o terceiro lugar no pódio do BBB 21, depois de receber 4,62% dos votos.

“Essa experiência foi muito transformadora. Lá eu fui do inferno ao céu. Foi o começo mais difícil do mundo e o final mais lindo de todos. Eu entrei muito inseguro e com medo do que poderia acontecer e hoje eu saio muito grato por tudo que vivi”, destaca. Na entrevista abaixo, Fiuk dá detalhes sobre a experiência que viveu no BBB e revela seus planos para o futuro.

Como você avalia sua participação no BBB 21?
Foi uma transformação na minha vida, algo que eu precisava viver. Eu nunca tive coragem de expor características minhas como depressão, TDAH; foi uma transformação me assumir de fato. As minhas qualidades e os meus defeitos eu tinha medo até de mostrar para minha família. Essa experiência foi muito transformadora. Lá, eu fui do inferno ao céu. Foi o começo mais difícil do mundo e o final mais lindo de todos. Eu entrei muito inseguro e com medo do que poderia acontecer e hoje eu saio muito grato com tudo que vivi.

Fiuk – Foto: Globo/João Cotta

Acredita que foi isso que conquistou o público e te levou até a final?
Tomara que sim! Porque quando eu entrei no BBB eu sabia que não conseguiria esconder nada de ninguém, então eu espero que sim! Claro que ninguém agrada todo mundo, mas por eu ter chegado à final, ter passado por cinco paredões, eu me senti muito acolhido de uma certa maneira. Sei de várias coisas já, vi que virei vários memes, porque eu não sou perfeito e eu sei disso. Mas foi muito divertido. Até minhas coisas estranhas e tristes pareceram mais divertidas aqui fora. Então pelo menos eu fiz alguém dar risada, se conhecer um pouco melhor e se aceitar de alguma maneira.

Você imaginava chegar tão longe?
Eu não sei se eu esperava, mas eu sonhava. Então, todo dia que estava muito difícil eu deitava a cabeça no travesseiro e me perguntava o que eu estava fazendo da minha vida, e eu falava: “Cala boca todas essas coisas ruins, deixa eu sonhar um pouco”. Então, todo dia eu dormia sonhando. Deitava mal e começava a pensar em coisas boas e começava a sonhar. Orava bastante, o que me tranquilizava muito. Então, foi aos pouquinhos. Foi uma transformação. O terceiro paredão mudou muita coisa, eu voltei muito feliz.

Acha que vencer aquela última prova de resistência foi determinante para estar entre os finalistas?
Totalmente! Eu senti que de alguma maneira eu precisava daquela prova. Eu sei que o Gil, a Juliette e a Camilla são pessoas muito especiais, então, eu tinha certeza de que precisava vencer aquela prova para chegar na final. Eu só sairia de lá arrastado.

Sua relação com a Juliette já começou estremecida, você chegou a duvidar dela e tiveram vários conflitos. Porém, nas últimas semanas, selaram a paz e chegaram até a viver um “casamento” lá dentro. Como você avalia sua relação com ela agora?
Eu adoro ela! Às vezes eu demoro um tempo para conhecer alguém de verdade. Eu sou uma pessoa fácil de lidar, talvez pelas minhas características e pela minha história. Então eu sempre tive muita mania de perseguição, algumas pessoas se aproximavam por interesse. Eu acho que isso me ajuda muitas vezes, mas também atrapalha. Eu até tive essa conversa com a Juliette lá dentro, porque eu duvidei dela. E isso me fez muito mal, mas ao mesmo tempo me fez muito bem de ver que era de verdade e que ela não tinha desistido de mim, que eu podia contar com ela e sentir o carinho. Foi tudo muito especial. Eu me segurei muito, não vou negar, mas foi muito especial. Eu não queria deixar esse lado vencer, eu queria viver lá dentro. Não consegui ser forte com o cigarro, que acabou sendo uma fuga para ansiedade, mas nas questões de relacionamento eu queria ser forte. Ela é uma pessoa muito especial.

E com o Gil foi só amor (e cachorrada), especialmente nas últimas semanas. O que poderia dizer sobre a essa amizade?
O Gil foi demais (risos)! Valeu muito, foi lindo tudo que a gente viveu e foi muito natural. Às vezes eu tenho essa dificuldade de me abrir rápido e de criar um situação. Então, ele foi muito especial comigo desde o comecinho. Me acolheu muito, principalmente pelo jogo, porque eu tinha muito medo de jogar e do que eu tinha que fazer, eu não entendia direito. Eu me via como uma peça de jogo de xadrez. E ele me puxou e explicou como as coisas funcionavam. Tudo que a gente viveu foi especial. Eu tinha vergonha de tomar banho de bermuda e terminei pulando pelado na piscina e dando um selinho nele.

Você viveu um romance com a Thaís, que acabou não engatando. Por que acha que o relacionamento não foi adiante?
Eu não queria me envolver. Então, eu achei que no começo ela tinha mais esse negócio da brincadeira e acabei brincando. E quando vi que era uma coisa um pouco mais séria para ela eu comecei a me preocupar muito e comecei a falar com ela que não era. Fiquei muito preocupado de ter magoado ela de alguma maneira porque ela é uma menina muito bacana também. Ela tinha muita dificuldade no jogo e eu tentava acolher muito ela. Mas me envolver era uma coisa que eu não estava pronto, ainda mais lá dentro.

Fiuk – Foto: Globo/João Cotta

Fora da casa, a falta de posicionamento pode ser vista como uma tentativa de não se comprometer no jogo. Você acha que, em algum momento, priorizou outras coisas em detrimento da competição?
Eu estava tão exposto com as minhas próprias feridas que qualquer coisa a mais eu não conseguiria lidar. Qualquer problema ou situação que precisasse da minha atenção constante eu não conseguiria lidar. Tinha o meu lado triste, mas eu estava tentando levantar, brincar, fazer piada. Eu queria me envolver com outras coisas. Sempre que ficava um pouco pesado eu tentava olhar o lado bom.

Cozinhar foi algo que te ajudou durante o confinamento?
Muito! Me ajudou e atrapalhou, né? Porque rolou uma treta. Mas eu precisava de algum refugio, algo que eu realmente conseguisse esquecer as dores, os traumas, as cicatrizes que eu tenho, ainda mais para mim que sempre fui tão fechado e tão tímido. A cozinha me dava um respiro, uma coisa que do nada me tocava onde eu estava. E ao mesmo tempo me atrapalhava um pouco porque eu nunca tinha dividido cozinha com outras pessoas, por isso dava um conflito ou outro. Mas me ajudou muito.

Quais foram os momentos mais especiais que viveu no programa?
Os momentos que eu lembro que eram muito especiais e que me marcaram muito foram as voltas dos paredões. O primeiro foi muito marcante. Mas, fora momentos, eu vou guardar pessoas, vou guardar o Gil que foi tudo para mim. A Juliette que foi uma pessoa que me ensinou muito e não desistiu de mim, foi muito generosa. E a Camilla, sempre ali conversando, debatendo vários assuntos e sempre foi uma companheira, acho que desde o primeiro monstro que eu fui com ela. Pela Thais também tenho um carinho. Não tem como, eu tenho um carinho por todos de alguma forma.

Que mudanças você percebe no Fiuk que entrou no BBB para o que sai agora?
Entrou um Fiuk medroso inseguro, com medo de tudo. Medo de me expor, medo dos meus defeitos. Quando eu entrei eu dei muito de cara com essas coisas que eu achei que já tinha resolvido aqui fora. Eu entrei com várias questões. E lembro que o meu primeiro paredão me deu um gatilho muito legal, eu voltei muito mais leve, confiante e com vontade de viver. Foi um processo bem natural e devagar e hoje eu tenho muita certeza do que eu gosto de fato e do que eu preciso melhorar. Eu entrei muito inseguro sem saber direito o que eu era e o que eu parecia ser. Então, foi um presente para mim.

Quais são seus planos daqui para frente? Pretende seguir na carreira musical e/ou na TV?
Agora provavelmente eu vou focar na música, muita coisa para gravar e muito lançamento. Quem sabe uma novela… Eu gosto muito de atuar, é como se eu deixasse de ser eu.

O que pretende fazer com o prêmio que recebeu?
Isso eu ainda vou pensar. Mas provavelmente investir nos meus equipamentos para música, que são prioridade agora.

Author

Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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