O ArteCult está participando do RIO2C e um dos destaques de ontem(04/04/18) foi o painel de Bruce Miller, Showrunner responsável por The Handmaid’s Tale (“O Conto da Aia”), produção vencedora dos prêmios de Melhor Série de Drama e Melhor Atriz (Elizabeth Moss) no Globo de Ouro 2018, oito Emmy Awards, três Critics’ Choice Movie Awards.
Durante o painel, Bruce falou sobre vários pontos da série e contou que leu o livro de Margaret Atwood quando estava na adolescência e virou um grande fã. Miller também contou que é bem disléxico e que, até por isso, leu o livro várias e várias vezes, o que faz com todos os seus trabalhos.
Atwood está presente nos SET de filmagem da série e contou que ela lembra de que cada detalhe que escreveu, inclusive o que ela deixou de escrever. Sua presença no SET é um grande ganho para série, já que é a criadora da história. Não teve como não comentar sobre Elisabeth Moss, que, além de atriz, também é produtora da série e foi premiada por ambas as funções. Miller contou que ela não é produtora só pelo dinheiro, mas que se envolve e ajuda em vários pontos, como casting, gerenciamento da série. Também destacou Elizabeth como uma das melhores atrizes que já viu.
Um ponto técnico comentado foi a utilização do Voice Sound, a narrativa. Como o livro é praticamente todo uma narrativa, foi preciso um grande cuidado na hora de utilizar o recurso na série, para não ficar demais. Bruce nos contou que já escreve essas narrativas no roteiro. Uma outra curiosidade é que Elizabeth grava o áudio no seu celular, antes das cenas, para ser usado como base no SET e, depois, o áudio na pós produção. Com isso, há uma grande diferença, entre esses dois áudios, em entoação principalmente.
Durante uma coletiva com a imprensa, Bruce respondeu a uma pergunta do nosso canal:
Mari Barcelos (ArteCult/ @TitlCine): “Em relação a roteiro e produção, gostaria de saber para você, qual a diferença dessa série agora (“The Handmaid’s Tale” ) e de quando você começou no “E.R”?
Bruce Miller: “Toda série é diferente, porque há pessoas diferentes envolvidas, o sistema todo da série é diferente. Eu fiquei um bom tempo produzindo o E.R e ele já funcionava e ocorria tudo bem, tudo “acertadinho”. Depois de um tempo, é mais fluido. A maior diferença que eu sinto é que a gente está produzindo uma série para streaming e para o google, para a plataforma do google, e não para a TV a cabo. Então no E.R, por exemplo, tinha que se prever já os intervalos e eu tinha que filmar já pensando nesses intervalos comerciais que teriam durante cada episódio. Isso faz uma diferença tremenda. Você ter 1 hora pra trabalhar e no E.R, por exemplo, você tinha cerca de 43 minutos e 44 segundos, todo episódio.”
Bruce também nos contou que ainda não tem planos definidos para a série. É provável que haja 100 episódios, algo em torno de 10 temporadas, mas, como o mesmo disse, do mesmo jeito que não sabemos o que vamos fazer hoje mais tarde, ele prefere não trabalhar já pensando em um final ou quantidade.
Aqui no Brasil a série está na primeira temporada com episódios inédito,s todo domingo, só no Paramount Channel, às 21h.
Lá fora, a série vai estrear sua segunda temporada em abril.