No vídeo dessa semana no canal Analógico Lógico! no YouTube, eu falo um pouco (muito!) a respeito de uma das lentes mais icônicas de todos os tempos, se é que ela não é a mais icônica de todas: a Helios 44 58mm f/2. As Helios são conhecidas, sobretudo, por usarem o design óptico de outra lenda das lentes: a Biotar.
No começo do Séc XX, os designs ópticos sofreram uma tremenda evolução em relação ao que era utilizado desde antes de 1850. Como as primeiras lentes meniscais, de um elemento e até mesmo as Petzval, por exemplo, que sendo feitas nos anos 1840 eram consideradas as primeiras lentes para retrato, ainda que fossem “defeituosas” em relação à correção do astigmatismo, essa característica as fazia excelentes em isolar o objeto ou pessoa do fundo, porém eram terríveis para todo o resto.
Dessa forma, seguindo a contínua evolução da fotografia, seus recursos, técnicas e equipamentos, no final do Séx XIX e começo do Séc XX, Carl Zeiss, como já vimos em artigos aqui no ArteCult e em vídeos no Analógico Lógico, bem como outros construtores de lentes, foram aprimorando o design destas, sobretudo, se valendo das fórmulas matemáticas de Carl Friedrich Gauss, evoluindo a estrutura óptica meniscal (ou mono elementar) para os Gauss (de dois elementos corretivos), duplos Gauss (dois pares contrapostos de elementos Gauss) e por aí vai…
Assim, após o lançamento da fabulosa série Planar, seguiu-se, não só prr Zeiss mas, também, outros fabricantes, a evolução desse design de elementos simétricos para o desenvolvimento de lentes de design assimétrico, onde os elementos do grupo anterior ao diafragma era maiores que os do grupo posterior. Esse design foi batizado pela Zeiss de Sonnar, uma alusão à palavra “Sonne”, sol em alemão.
Finalmente, em 1927, a Carl Zeiss lança uma evolução desse design Sonnar denominado Biotar. Uma alusão à vida em uma lente que conseguia ser maravilhosa em retratos como as próprias Petzval, sem o inconveniente destas, bem como poderia ter sua usabilidade bastante aumentada devido ao incremento de sua velocidade que, saindo dos f/4.5 das Planar, agora chegava-se a f/1.5, com o modelo de 85mm surgido em 1936 com o advento da primeira câmera para bobinas de filme 135, as Kine Exakta. Tudo isso foi visto ostensivamente tanto aqui nos meus artigos no ArteCult, quanto no Analógico Lógico, no YouTube.
Tudo ia esplendorosamente bem, lindo e perfeito, até que irrompe a Segunda Grande Guerra e a produção da Zeiss passa a servir ao exército daquele-que-não-deve-ser-nomeado, enterrando, dessa forma a Alemanha e o resto do mundo no caos (déja-vu, enfim).
Com o final da Segunda Guerra, a Alemanha destruída ainda foi responsabilizada pela guerra em si e os dados que dela advieram. O país foi dividido pela metade, ficando o lado da Carl Zeiss, na cidade de Jena, do lado Soviético que, transferiu todo maquinário, projetos ópticos, tecnologia na fabricação de vidros, etc, para a União Soviética, especificamente a cidade industrial-militar de Krasnogorsky, onde foram estudados e aprimorados como uma das inúmeras indústrias alemães expropriadas como reparação de guerra.
Então, alguns anos mais tarde, surge a Helios BTK 58/2 que era a lente standard da câmera KMZ Start, trazendo o design Biotar aprimorado e dando início à lenda da mítica lente mais produzida de todos os tempos, lançando a verdadeira (r)evolução de lentes e câmeras de qualidade para o povo!
Gostaram? Querem mais? Então não percam o vídeo ÉPICO sobre a Helios 44 no canal Analógico Lógico e não se esqueçam de dar aquela força esperta seguindo o canal, curtindo os vídeos e compartilhando com os amigos. Forte abraço e boas fotos!
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