Saudações Terráqueos! Hoje posto para vocês uma pequeníssima aula teórica sobre um dos inúmeros “efeitos” (detesto essa palavra) que se pode conseguir com uma câmera analógica. Mas, como no vídeo do Canal Analógico Lógico, no Youtube, eu exemplifiquei com uma câmera digital, única e exclusivamente por questões de praticidade em tempos de pandemia, resolvi engrossar o caldo e explicar, muito por alto, como um efeito similar pode ser conseguido com programas gráficos, baseados em fórmulas matemáticas de Gauss, um dos principais teóricos da fotografia moderna (vide lentes Gauss, duplo Gauss…). Vamos lá?
Em 1777, nascia na cidade alemã de Braunschweig, Johann Carl Friedrich Gauss, um famoso matemático cujas fórmulas muito influenciaram, além da Matemática, a Geodésica, a Estatística, a Geometria Diferencial, a Astronomia e a Óptica.
Nos tempos modernos, suas fórmulas matemáticas permitiram que a imagem, seja esta analógica, porém, digitalizada ou a imagem digital pura pudessem, através de programas gráficos, ter os pixels que a compõem modificados, seja geograficamente, em seu posicionamento relativo na imagem, bem como tornados mais ou menos desfocados, conforme se queira mais ou menos contraste local ou total, reduzir a quantidade de ruído aparente, diminuir aberrações cromáticas e, até mesmo, reproduzir um desfoque de fundo ou realçar um determinado objeto, simulando profundidades de campo.
Então começamos a compreender que os editores ou processadores de imagem, mesmo não mencionando, trabalham baseados nos conceitos de matemáticos de Gauss, a partir do momento em que esta imagem entra em algum dos inúmeros recursos que visam a sua “transformação”, a sua manipulação, mediante a alteração do tamanho, densidade e localização espacial relativa de cada um dos milhões de pixels que a compõe.
Dos inúmeros tipos de desfoques Gaussianos, há um que acho especialmente interessante: o desfoque de movimento, desfoque radial ou zoom, conforme o seu editor de imagem ou programa gráfico o nomeie, mas que fazem exatamente a mesma coisa, “arrastar” os pixels da imagem dando uma sensação de movimento. Quem nunca viu aquela foto do carro em alta velocidade com o fundo borrado que foi batida com o carro parado que meta o sorvete na testa.
Muito que pois bem, hoje faremos uma coisa que eu não gosto de fazer, porque eu gosto que as pessoas estudem e pensem por conta própria. Mas, me abrindo uma exceção parcial, irei dar uma meia “receita de bolo” a(s) outra(s) parte(s) da receita eu deixo que vocês testem, testem, testem e descubram o que funciona e o que não funciona. Mas já dou uma boa base para a brincadeira.
Hoje ensinarei para vocês como fazer o desfoque em zoom, desfoque radial ou de movimento na mão, analogicamente falando, sem programa, computador ou coisa parecida. Como se fazia antigamente. A boa e velha fotografia purista. Deu medinho? Calma que eu explico.
Mas para fazermos o truco precisamos de algumas coisas: uma câmera (de filme ou digital), uma lente zoom, um tripé (bem) estável e, opcionalmente, um filtro ND. Calma, não chora. Explicarei pormenorizadamente. Melhor que curso de Karatê por correspondência.
Para fazermos a técnica, a sua fulgurante câmera deverá ser ou estar em modo manual. Se for uma câmera vintage como as Spotmatic, K1000, Prakticas “L”, tranquilo. Se for alguma mais moderna como uma Nikon F4, F5 ou F6 ou qualquer uma outra eletrônica, esta deverá ser colocada no modo manual OU prioridade de velocidade (tempo). Em relação às digitais, a mesma coisa, deverão estar em modo manual ou velocidade (tempo). Lembrando que isso não funcionará para câmeras point & shoot, apenas para SLRs e para as rangefinders que possuam esses requisitos.
Vamos à receitinha do bolo: estando a câmera montada sobre o tripé estável, com o objeto ou pessoa a ser fotografada posicionada, o foco deverá ser exatamente no centro do quadro. A lente zoom deverá estar em sua maior abertura (f/2.8, f/3,5…) e esta deverá estar no lado tele ou longo (85mm, 105mm, 120mm…).
A fotometria deverá ser tal que permita que a câmera bata a um segundo estando ela completamente aberta. Se, por acaso, ficar muito superexposto, aí é que entra o filtro ND para compensar essa claridade. Não tem filtro ND? Beleza. Espera a luz descer (final de tarde) até que se alcance os um segundo de exposição. “Xou!”
Já disse que a velocidade que você deverá bater é de um segundo? Caso eu tenha esquecido, a velocidade com que se baterá a foto é de um segundo. Nem meio e nem dois. Um segundo é a velocidade e a velocidade é um segundo.
Então tudo pronto? Vamos ao truque: assim que apertar o botão disparador, você deverá rodar o zoom da lente para o lado grande angular dentro desse um segundo de exposição. Simples, não? Aparentemente. Isso envolve uma certa dose de treino, mas gera um efeito interessante, especialmente para retratos ou naturezas mortas, ao dar um super destaque à pessoa ou ao objeto fotografado.
Agora só falta vocês saírem, baterem e dizer para os amigos que foram vocês que inventaram essa antiga e esquecida técnica de fotografia analógica. Espero que tenham gostado e não percam esse vídeo no canal Analógico Lógico!, no YouTube. Toda semana um vídeo novo para você que pensa que fotografia é bem mais que apertar um botãozinho. Um forte abraço para todos e… fotos para o povo!
Confira o vídeo! Não esqueça de curtir!
https://www.youtube.com/watch?v=vmuj3XAM-aI
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