AC Entrevista Nathan Itaborahy: Cantautor repleto de originalidade e paixão pela música

 

“Aperte o cinto, vamos decolar, quem sabe o vento toca a gente para um outro lugar”. Esse é um convite para entrar no som e escapar das durezas do mundo com o álbum “Sentado no Céu”, do cantor e compositor mineiro Nathan Itaborahy. Nesse primeiro registro solo o artista apresenta em doze canções inéditas e autorais, algumas em parceria, um pouco do seu universo confessional e sua trajetória em 20 anos na música.

As primeiras canções de “Sentado no Céu”, que chegaram às plataformas digitais no inicio desse mês de julho, via distribuidora Tratore, nasceram no oitavo andar do apartamento de Nathan Itaborahy, em Juiz de Fora, MG, quando o artista voltou a morar na cidade, assassinou sua carteira assinada e passou a viver de música. Antes, chegou a fazer faculdade e mestrado de Geografia, em Belo Horizonte, e trabalhou na pesquisa com agroecologia e extensão rural em comunidades quilombolas na Zona da Mata de Minas Gerais. Mas foi quando largou o mundo acadêmico, para trabalhar com música e arte, que encontrou o prazer criativo na escrita e começou a escrever poemas, contos e músicas. Nessa época, publicou seu primeiro livro de poesias, “Devaneios Necessários”, e redescobriu Gilberto Gil (seu grande mestre e inspiração), Caetano Veloso, Chico Buarque e Milton Nascimento.

Crédito: Clara Castro e direção Júlia Fregadolli.

O cantautor, como Nathan gosta de se apresentar, coleciona mais de 70 composições, sendo que dessas, 28 já foram gravadas por outros artistas e bandas. Ele explica que suas músicas tocam em algumas questões existenciais, políticas e éticas que atravessaram sua vida em algum momento.

“É uma poesia bem confessional e autobiográfica. Mas cada música tem sua própria inspiração, sua inquietação”, diz.

“Sentado no Céu”, que dá nome ao disco, foi a primeira composição deste trabalho. É uma vinheta, bem despretensiosa, e funciona como um prólogo. Nos seus poucos versos ela fala sobre essa coisa de viver no apartamento, da sensação urbana de estar vivendo na altura, apartado e assistir o mundo moendo lá embaixo.

“Penso muito sobre tudo que implica nas nossas relações essa coisa de viver na cidade e nos apartamentos, essas pequenas caixinhas suspensas, que nos aproximam e nos afastam. Por vezes me senti assim, ‘sentado no céu’, como se tivesse aqui totalmente descompromissado com a certeza do movimento da cidade lá embaixo”, explica o artista.

O disco evoca, primeiro, essa condição da “altitude” da vida nos prédios. Nathan, que é geminiano, signo que tem o ar como elemento, revela que várias das músicas do disco tocam nesse tema do vento, do pensar e da suspenção. “Hey Tu” (parceria com Tiago Teixeira), traz o sabor da criação, do tentar, se jogar, caçar, a disposição e o comichão da arte; “Vivo Vento”, relata o começo da jornada musical, com um discurso libertário e como se a música também estivesse vulnerável aos tantos caminhos da vida, aos ventos inesperados. É a única canção que já foi gravada antes. “Pessoas”, (parceria com Fred Fonseca), nasceu de um haikai do livro “Devaneios Necessários”, de Nathan. É uma vinheta curta que carrega o espanto com nós mesmos, pessoas e seus esconderijos tão estratégicos. É uma faixa sem instrumentos de harmonia, totalmente experimental.

Reprodução: Capa Álbum Sentado no Céu – Nathan Itaborahy

Outro destaque do repertório é “Macaco Véio” (parceria de Nathan com Rogério Arantes), primeiro single desse álbum e lançado junto com o clipe, que foi gravado de maneira colaborativa, com imagens enviadas por 38 pessoas em suas casas na quarentena. A canção fala sobre o nosso lado louco, nosso alter ego descabido na figura do macaco; as feras que nos habitam e que vivem brigando com o nosso lado disciplinado e aplicado. Por tudo isso, é a música mais rock’n’roll do disco. Ouça ou baixe: https://tratore.ffm.to/nathan.

Confira o divertido clipe de MACACO VELHO:

 

 

 

 

Recentemente, Nathan lançou dois singles desse trabalho. “Solta”, primeiro respiro do álbum, nasceu para trazer paz em um momento de tormenta pós eleição de 2018. A música, lançada no dia 12 de junho, contou com a participação especial da namorada e companheira de Nathan, a cantora Clara Castro.

Ouça ou baixe agora: https://tratore.ffm.to/solta.

O disco também conta com a canção “Amo Ana ano afora”, uma declaração para Clara Castro, que fala de como o amor leva a uma certa suspensão do tempo, como faz embolar nossos sensos e sensações.

Em entrevista exclusiva ao Artecult, o cantor Nathan Itaborahy revelou detalhes sobre o seu mais rescente trabalho, os tempos de resistência que a nossa cultura passa no atual momento em nosso país, a importância da música nos tempos de quaretena e muitas outras curiosidades. Abaixo, segue alguns trecho do bate-papo super leve e divertido que tivemos junto ao artista via Zoom:

Crédito: Clara Castro e direção Júlia Fregadolli.

Entrevistador: Poderia falar um pouco sobre você e os seus trabalhos mais rescentes?

Nathan: O artista contou que é de Minas e estava divulgando o seu mais novo trabalho, o disco “Sentado no céu” que teve composições de sua própria autoria. Ao artecult ele afirmou a importância da arte nesses tempos de pandemia e acredita que nesse momento de quarentena a percepção as letras, musicalidade e melodia funcionam de maneira mais aprofundada. Pois as pessoas param um pouco para observar certas coisas que estavam no automático e na correria do dia-a-dia não iriam notar. Ele informou tambem que o público esta dando um feedback muito positivo para ele do seu trabalho mais rescente.

Entrevistador: Sobre os planos futuros pós-pandemia?

Nathan: O artisto contou que pretende se mudar para capital de São Paulo onde o cenário da música é muito ativo e pensa em futuras colaborações com artistas locais por lá. E que continua as suas composições nesse tempo de quarentena e tem alguns projetos como um disco voltado para o público infantil.

Entrevistador: O cenário de música de Minas Gerais possuem diversos e ricos artistas que representa o Estado Brasil afora. Como você se sente fazendo parte desse grupo?

Luiza Casé: Minas Gerais possui artista de calibre gigantesco como exemplo Milton Nascimento é um deles e muitos outros. O artistita informou que se sente honrado em fazer parte do grupo de musicos que fazem parte do seu Estado e encara isso como uma grande responsabilidade.

Gostaram do nosso bate papo? Então, não percam as próximas entrevistas!!

 

 

Author

Luan Ribeiro, natural de Mata de São João, Bahia, é como um "protagonista" que decidiu viver em meio aos grandes filmes. Especialista em comunicação, segue guiado pelo seu amor às histórias épicas e sagas cinematográficas, Luan é o criador do @CinemaeCompanhia no Instagram, que ganhou destaque como a editoria do Canal de mesmo nome no Portal ArteCult.com. Para ele, assistir a um filme é como entrar em um multiverso, uma oportunidade de se teletransportar para galáxias distantes ou enfrentar dragões, tudo enquanto escapa da rotina. Luan é um verdadeiro "rato de cinema", acompanhando as estreias como um Jedi em busca do equilíbrio entre a fantasia e a crítica afiada. A cada visita às telonas, ele analisa o enredo, as performances e, claro, traz aquele toque geek que só um verdadeiro fã de cultura pop pode oferecer. Pelo CINEMA & COMPANHIA, ele não só compartilha críticas e curiosidades como também realiza entrevistas dignas de tapete vermelho, sempre com um olhar atento para valorizar o Cinema Nacional e suas produções heroicas. Instagram.com/CinemaeCompanhia E-mail: luancribeiro@icloud.com

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