Com criação e direção de Bruno Barreto, a produção é baseada numa história real, a minissérie reconta em quatro episódios a expedição do ex-presidente dos EUA pela região amazônica, ao lado do explorador brasileiro.
A trama se passa no início do século 20 e João interpreta Thomaz Reis, responsável pelos registros de uma expedição realizada por Theodore Roosevelt (Aidan Quinn) e Marechal Rondon (Chico Diaz), para explorar o último rio não cartografado do país: o Rio da Dúvida, em Rondônia.
Conversamos com o ator sobre a sua preparação, as gravações e mais detalhes sobre a minissérie.
Confira abaixo a entrevista exclusiva completa
Qual foi a cena mais difícil de ser gravada?
Foi uma cena em que estávamos todos dentro das canoas – e eram várias canoas – em uma corredeira, e precisávamos parar os barcos todos juntos em uma pedra, e saltar deles. Parece simples, mas foi super complicado. As canoas não paravam juntas, o rio nos empurrava para longe, era difícil parar os barcos para poder saltar pra fora, a água entrava nos barcos e molhava o figurino… Foi desafio não em questão de carga dramática, mas sim na parte técnica e funcional. E é importante entender que quando estamos filmando na natureza, ela sempre tem a prioridade.
A série se passa em Rondônia na década de 20, época essa que Rondônia estava praticamente fora do mapa. Como foi o estudo para viver um personagem dessa época?
Fui ler tudo sobre essa expedição. Fui entender o que realmente aconteceu, quanto tempo durou… Fui ler sobre cada um dos personagens, sobre o momento político-cultural que o Brasil vivia na época, que os EUA viviam… Como eram os modos de vivência, como se falava, como se vestiam, tudo era informação valiosa. O figurino e a caracterização nos ajudaram muito nesse processo.
Sabemos que “O Hóspede Americano” foi baseado em vários estudos e existem alguns livros que falam sobre a Expedição Científica Rondon-Roosevelt. Você leu algum desses livros?
Sim, eu li um livro brasileiro sobre essa expedição, e li um livro especificamente sobre o meu personagem, Thomaz Reis. Eles me trouxeram muitas descobertas e percepções interessantes sobre a realidade daqueles homens, militares de alta patente, dos homens que os acompanharam na expedição, sobre como era a Amazônia naquela época, enfim. Tudo muito distinto da minha realidade, então foi um mergulho super interessante!
O seu personagem, Luís Tomáz Reis era um militar que ficou muito conhecido pelo trabalho como cinegrafista dessa missão. Você estudou sobre essa ‘profissão’? Como os fatos eram retratados na época…
Eu adentrei um pouco o universo dos cinegrafistas e documentaristas, e descobri que Thomaz foi um dos primeiros documentaristas brasileiros da história. Existe inclusive uma discussão para entender se ele era um militar ou um documentarista, e era os dois. Fui fazer um workshop para aprender a mexer nas câmeras de 1914, como elas funcionavam, como era registrada a imagem, como era o processo de revelação dos filmes… Especialmente em um contexto como o que Thomaz estava inserido, no meio da Floresta Amazônica, sem nenhum recurso. Todos os registros que temos hoje dessa expedição foram feitos por ele. Tenho apenas algumas imagens do próprio Thomaz Reis, segurando sua câmera de madeira, ao lado de índios, em cima de pedras, ao lado dos rios…
Além de ator, você é diretor e roteirista também. Dar vida a um personagem como o Tomaz Reis, que retratou diversos momentos super importantes, participou de filmes em 1917, entre outros feitos, mudou ou acrescentou algo na sua maneira de trabalhar?
Foi extremamente inspirador e poético poder dar a vida a esse homem. Um militar que, mesmo naquela época, dedicou o seu tempo à arte, aos documentários e ao cinema. É inspirador reconhecer a história de homens como ele, que em 1914, se aventuraram pela floresta Amazônica, sem saber o que iriam encontrar, correndo riscos de afogamento, de confronto com índios, com animais, e ainda assim, carregando uma câmera pesada de madeira, se entregando para poder registrar tudo aquilo, devoto de sua missão como cinegrafista. Me sinto conectado com ele. Dividimos o amor pelo cinema, pela imagem, pelo ato de fotografar, seja qual for a circunstância. Isso me inspira.
Não posso deixar de perguntar, como foi trabalhar com esses dois grandes atores, que são o Aidan Quinn e Chico Diaz
Foi um baita aprendizado. Além de serem duas pessoas super queridas e carinhosas, são duas forças da natureza em cena. Observar esses artistas trabalhando, a maneira como se aproximam do trabalho, se relacionam com o roteiro, com os personagens, a entrega e dedicação à história… Foi profundamente transformador. Mergulhar no jogo da atuação é sempre melhor quando você está ao lado dos melhores jogadores. Que trazem sempre a alta performance. Que dão tudo de si. O olhar sempre ali, presente, potente. A cada trabalho que faço, sinto que cresço, que evoluo, que me potencializo. Esse projeto foi um desses.
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