A mulher descoberta: rotina de um casal é novo espetáculo de Walter Macedo

 

 

As mudanças que se operaram nos últimos tempos não refletiram unicamente no cenário social, também exerceram influência nas relações conjugais. Casamentos longos, parcerias de vida em comum, compartilhadas, nem sempre são sinônimos de equilíbrio, felicidade e/ou companheirismo. As trincheiras podem ser criadas dentro de casa, ou dentro de cada um, de uma hora para outra. A partir das escolhas que fazemos – ou deixamos de fazer – corremos o risco de nos tornar prisioneiros de uma relação. Uma visão romântica em torno do casamento, exagerada idealização e elevada expectativa em relação ao casamento e as relações familiares acabam por frustrar os parceiros e até ser motivo para rompimento. Afinal, só a morte nos separa? Seria a morte a única possibilidade de libertação? E se, hipoteticamente, pudéssemos testemunhar o que acontece em nosso entorno nos instantes seguintes à nossa morte? O que testemunharíamos? Estaríamos satisfeitos ou incomodados com as decisões a serem tomadas pelos nossos entes queridos a nosso respeito?

O novo espetáculo de Walter Macedo Filho, que assina o texto e direção e Adriana Karla Rodrigues em cena, destrincha  a rotina de um casal  abalada por uma situação extrema.

A parceria diretor  e atriz já se deu em outras encenações com “Encontros”, “Entre Quatro Paredes” e “O Fim da Psiquiatra”, sendo “A Mulher Descoberta” a quarta montagem que fazem juntos.  A direção de movimento é cuidada por Ana Amélia Vianna, bailarina com 25 anos de carreira ininterruptos com coreógrafos e companhias qualificadas da cena.
A proposta da direção de Walter Macedo Filho para  “A Mulher Descoberta” joga luz na atuação da atriz Adriana Karla. A força da atriz é claramente vista na expressão de seu corpo/voz. O diretor propõe um processo de maturação do trabalho da Adriana Karla na formação e descoberta da personagem onde voz, corpo, gestos, formas e tonalidades vão criando camadas sobre camadas nas cenas.

Adriana Karla Rodrigues em “A Mulher Descoberta”. Foto: Divulgação.

Trata-se de uma conversa ao mesmo tempo silenciosa e amorosa em que o bailado da direção de cena é claramente visto com a direção de movimento.

Márcio sempre foi um marido preocupado e carinhoso. Mesmo depois de 39 anos de casados, ele segue a rotina de acordar sua mulher toda dia abrindo as cortinas com muito cuidado, servindo um café quente e dando um beijo em sua bochecha. Porém, em determinada manhã, essa hábito será quebrado para sempre. O fato é narrado pela mulher, que observa as reações e atitudes de Márcio a partir daquele momento. Ao mesmo tempo, ela faz um balanço da relação do casal nesses 39 anos de convivência.
O casamento como espelhamento para a conjugalidade, considerado como o ideal de amor, uma representação que se constitui na base inconsciente de busca por completude, causando uma reflexão sobre a dimensão do vínculo e sobre o espaço potencial propiciado pela relação amorosa. Redescobrir-se!

O resultado é um convite ao público para entrar na intimidade desse casal da trama.

Sinopse

No espetáculo, a rotina de um casal é abalada por uma situação extrema. O fato faz com que a personagem avalie os 39 anos de relacionamento, revendo os diversos papeis, escolhas e situações limítrofes do seu casamento.

EQUIPE

A equipe conta com Walter Macedo Filho, diretor, dramaturgo, jornalista, roteirista, escritor, gestor cultural e fotógrafo. Integrou o Círculo de Dramaturgia do Centro de Pesquisa Teatral, coordenado por Antunes Filho, e participou da primeira turma do Núcleo de Dramaturgia SESI-British Council, em São Paulo. Como gestor cultural, atuou no SESC São Paulo, Arena Carioca Dicró, Biblioteca Parque Estadual e Instituto Augusto Boal. Em 2012, publicou seu livro de contos, Nebulosos, pela Editora 7Letras. Em 2017, estreou seu espetáculo “Encontro” (autor e diretor), que esteve em cartaz no Rio de Janeiro, de maio a julho, com as atrizes Adriana Karla Rodrigues, Adriana Rabelo e Lis Maia. Também em 2017, seu conto “O fim da psiquiatria” foi selecionado para a edição especial “Civilização e Barbárie” (coletânea), da Revista Gueto;

Adriana Karla Rodrigues, atriz, com mais de 20 anos de atuação em teatro e tv, autora, arte-terapeuta, psicóloga, professora, gestora cultural e ex diretora de equipamentos culturais. Foi diretora do Museu do Amanha, da Biblioteca Parque e do MAR – Museu de Arte do Rio. Como atriz, estudou na Escola de Artes Dramáticas de SP (EAD/USP), também no grupo de formação de atores – supervisão da Miriam Muniz – Funarte São Paulo e formação de atores na Fundação Clóvis Salgado – Palácio das Artes – Belo Horizonte – MG. Em TV fez várias participações em novelas na Rede Globo e TV Manchete como elenco (Brida). É integrante do grupo “Tarja Preta” sob a direção de Walter Macedo Filho e com o grupo já está na quarta montagem: “Encontros” (Walter Macedo Filho). “Entre Quatro Paredes” (Jean Paul Sartre), “O Fim da Psiquiatra” (Walter Macedo Filho) e “A Mulher Descoberta”(Walter Macedo Filho);

Ana Amélia Viana, bailarina com 25 anos de carreira ininterruptos. Formou-secomo bailarina em técnicas modernas e contemporâneas tendo sido treinada pelos mais importantes profissionais de sua área de atuação. Inicialmente em Brasília, sua cidade natal, estudou com mestrestais como: Yara de Cunto, Giselle Rodrigues, Denise Zenícola, Lúcia Toller, Giovanne Aguiar e David Zambrano. Obteve sólido treinamento também em dança clássica com Giselle Santoro e Regina Maura. Posteriormente, já estabelecida no Rio de Janeiro, deu continuidade a seu treinamento com Eloísa Menezes.

Adriana Karla Rodrigues em “A Mulher Descoberta”. Foto: Divulgação.

Paralelamente,
vem desempenhando profissionalmente em algumas das companhias de dança mais representativas do país: Basirah Núcleo de Pesquisas, Regina Miranda e Atores Bailarinos e Marcia Milhazes Cia de dança, onde permanece como bailarina até os dias atuais, tendo se apresentado em todo Brasil e em diversos países da Europa e Américas, além dos Estados Unidos. Em seu campo de conhecimento e de atuação como professora, agregamse também: curso de formação em Contato e Improvisação, técnica de barra ao s olo, Iyengar Yoga, consciência corporal além de larga experiência como assistente de direção e direção de movimento para peças teatrais e óperas. Curso superior em Fisioterapia. Este é o terceiro trabalho em parceria com Walter Macedo Filho e Adriana Karla Rodrigues;

A carioca Ana Soter, formada em Design Gráfico pela PUC-RJ, onde lecionou durante sete anos. Em 1992, abriu a Soter Design, onde realiza trabalhos em diversas áreas do design gráfico, editorial e expositivo. Foi coordenadora da ADG Brasil – Associação de Design Gráfico, de 2002 a 2004. Desde a sua criação, a Soter Design vem deixando sua marca na construção da imagem e da memória do Rio. São projetos como a sinalização do Parque do Flamengo e do Parque Madureira, além de uma coleção de livros sobre a cidade, dentre eles a Coleção de Guias de Arquitetura da Cidade do Rio de Janeiro. Foi responsável pela criação da nova identidade visual da OSB – Orquestra Sinfônica Brasileira. Desde 2002 trabalhou com o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) na criação de marcas como a dos VII Jogos Sul-americanos do Time Brasil, da identidade visual da candidatura do Rio de Janeiro para os Jogos Olímpicos de 2016 e também pela elaboração, diagramação e produção do Dossiê de Candidatura da cidade para sediar os Jogos. Todos seus trabalhos têm em comum a busca pela elegância, sutileza simplicidade;

Mariama Furtado, Pós- Doutora em Saúde Mental e Atenção Psicossocial, Psicóloga, psicoterapeuta diretora do Instituto Epokhé Clínica e Formação em Gestalt terapia;

Márcia Noleto, Mestranda em filosofia, psicóloga, especialista em fenomenologia, coordenadora da C-FEN e fundadora do grupo Mães Semnome e,

Alexandre Trzan Ávila, Psicólogo. Pós-Doutorando em Filosofia no Centro de Filosofia, Política e Cultura na Universidade de Évora (Portugal). Docente e supervisor de estágio na USU. Coordenador Geral do Núcleo de Clínica Ampliada Fenomenológica Existencial (NUCAFE).

SERVIÇO

A Mulher Descoberta (@amulherdescoberta)

  • Dias 6, 13, 20 e 27 de setembro de 2022, terças-feiras, às 20h
  • Teatro Cândido Mendes (@teatrocandido)
  • Rua Joana Angélica, 63 – Ipanema
  • Ingressos: Sympla (@sympla)
  • R$ 40,00 e R$ 20,00 (meia)

Texto e direção: Walter Macedo Filho (@waltermacedofilho)
Com Adriana Karla Rodrigues (@adrianakarlarodrigues)
Direção de movimento: Ana Amélia Vianna (@aameliavianna)
Arte:
Ana Soter (@ana_soter)
Márcia Noleto
Mariama Furtado
Alexandre Trzan Ávila

 

 

Author

Ana Paula Tergilene é uma emancipadora de talentos artísticos e produtora artístico-cultural, com foco na produção de cultura e arte e, na inovação através da arte. Cursou letras, pedagogia e direito, lecionou vinte anos na educação básica Municípal/RJ, atuou como Mediadora e Conciliadora Judicial por mais de cinco anos em duas comarcas - ambas no Rio de Janeiro, porém sempre teve o olhar voltado para o encantamento que traduz a arte e a cultura. Por anos atuou como coordenadora de projetos de educação e cultura, mas o olhar apaixonado pela arte persistiu. Em 2018 decidiu se dedicar exclusivamente ao seu sonho apaixonado e com isso nasceu a Innovate Artis Agência e Produtora, da qual é proprietária. Sua forma de pensar arte e cultura é peculiar e ímpar, visa a transformação da sociedade através do trabalho que o artista profere para que o público seja o alvo da metamorfose e maior veículo de transporte cultural da atualidade e das gerações futuras.

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