Estive ausente da minha coluna um tempo, eu estava em minha produção. O espetáculo/projeto “A Menina Dança” que passou em dois editais de cultura de relevante importância do meu país. Retomada Cultural de Dança, da Funarte e Sesc Corpo Negro.
A história que eu quis contar para o meu público alvo foi sobre a heroína de guerra Maria Felipa.
Maria Felipa durante a Independência queimou quarenta navios portugueses, com uma estratégia fantástica. A heroína juntou-se a outras mulheres, entre elas indígenas, e após deixá-los desesperados por conta de urtigas mandou para as profundezas do mar as naus portuguesas, e pergunto: como essa história não está nos livros escolares?
A resposta é simples, tratava-se de uma mulher, como bem diz o crítico de dança Claudio Serra em sua resenha para o espetáculo A Menina Dança.
A montagem conta com danças afro-brasileiras e cantigas de roda, essa que eu mesma escolhi e submeti para os editais, entendendo a conexão que podia ser feita entre plateia e artistas no palco. As crianças devem conhecer essa história, porque multiplicam sem pudor o que ouvem e essa é a intenção desse projeto.
O Riobaldo e Dona Arraia, estão ao lado da Maria Felipa, interpretada pela atriz e dançarina Gabriela Luiz. Riobaldo é o peixe que diverte a plateia, seja adultos ou crianças, a gargalhada é certa. Marcos Bandeira atua cheio de comicidade, utilizando os gramelots que orientei a direção. O nome Riobaldo é uma homenagem ao Guimarães Rosa, literário que admiro.
Aprendi essa ferramenta utilizada ao teatro infantil e também as mímicas com o teatro da Artesanal, uma das maiores cias teatrais desse país. Assim como o texto, uma parte, algumas frases que são do texto Maria Felipa para Crianças, peça apresentada no Teatro Municipal em 2022.
Temos dois percussionistas no palco que trazem vida para o espetáculo, Ivan Karu e Vitor Ligeiro.
A Dona Arraia é interpretada por Bellas Silveira, que também faz parte dessa contação de história.
Já as amigas da heroína são interpretadas por Tatiana Reis e Danielle Gomes, uma indígena e uma africana. É importante lembrar que a ilha de Itaparica onde morava a Maria Felipa moravam indígenas também.
Ricardo Rocha trouxe um figurino baseado em suas pesquisas em Abdias Nascimento, cabeça de peixe e arraia compõe figurinos belíssimos. Saias com grande diâmetros auxiliam nas danças, que com a iluminação de Valmyr Ferreira me trouxeram a garantia do belo, contando com o visagismo de Keila Santos.
“O espetáculo foi leve e divertido, perfeito para as crianças. O Pedro dançou o tempo todo e disse que era a primeira vez que via uma indígena. Achei muito legal ter a oportunidade de apresentar para ele um pouco dessa cultura tão rica de forma lúdica. Ele até disse que queria ver de novo no domingo”.
Esse depoimento é da Viviem, mãe do Pedro, que chegou ao teatro através da Eventinhos, que é uma ponte relevante de mães atípicas a acessibilidade ao teatro.
Chancelado também pela atriz Izabela Bicalho em suas redes sociais, quando levou sua neta.
https://www.instagram.com/reel/C7bh2BYur3O/?hl=pt-br
O mais impressionante é como as crianças ficam hipnotizadas durante o espetáculo, como respondem aos artistas e por isso posso dizer que valeu muito a pena desenhar esse projeto.
A estreia foi no Sesc Tijuca, onde contei com um grupo precioso de técnicos, que jamais esquecerei!
E vamos circular!
A diretora artística e coreógrafa foi Flávia Souza.
Ficha Técnica:
- Texto, Idealização e Direção de Produção: Paty Lopes
- Direção Artística e Coreografia: Flávia Souza
- Elenco: Bellas da Silveira, Dani Gomes, Gabriela Luiz, Marcos Bandeira e Tatiana Reis Percussão: Ivan Karu e Vitor Ligeiro
- Figurino: Ricardo Rocha
- Desenho de Luz: Valmyr Ferreira
- Assistentes na montagem de luz: Brayan Sodre Seguins Nunes, Sol Rosário e Louise
- Visagismo: Keila Santos
- Direção Executiva: Edison Corrêa
- Filmagem: A4 Filmes
- Técnica de Luz: Brisa Lima
- Técnica de Som: Cynthia Rachel Esperança
- Assistente de som: Brenda Fernandes
- Fotografia: Valmyr Ferreira
- Programação Visual: André Barroso
- Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa
- Assistentes na montagem de luz: Brayan Sodré Seguins Nunes, Sol Rosário e Louise
- Assistente de som: Brenda Fernandes
- Participação especial na cenografia: Wanderley Gomes
SERVIÇO
1º de junho – Quadra do Salgueiro às 16 horas
Endereço: Rua Silva Teles 104 Andaraí, Rio de Janeiro
7 de junho – Museu da Maré às 14 horas
8 de junho Museu da Maré às 17 horas
Endereço: Av. Guilherme Maxwel, 26 – Maré, Rio de Janeiro
14 e 15 de junho, Teatro Ruth de Souza – às 11 horas
Endereço: R. Murtinho Nobre, 169 – Santa Teresa, Rio de Janeiro
OBS: dia 15 terá sessão com audiodescrição
Classificação indicativa: Livre – a partir de 04 anos
Duração: 45 minutos
Lotação: Sujeito à lotação
Gênero: Infantil
Para retirada de ingressos gratuitos no Salgueiro e no Museu da Maré
Para retirada de ingressos gratuitos no teatro Ruth de Souza