A DINÂMICA ORGÂNICA: A TRILOGIA! Confira nossa entrevista com o escritor pernambucano Rodolfo Guimarães Neves sobre essa obra instigante que até já virou HQ!

 

O romance A DINÂMICA ORGÂNICA de Rodolfo Guimarães Neves, que já inspirou uma versão em quadrinhos e que foi lançado em sua nova edição pela Ibis Libris Editora, trata dos males do totalitarismo que, aliado à alta tecnologia e levado às piores consequências, resultaria no fim da história humana e início da história de seres gigantescos (megaorganismo) dominados por um cérebro, cujos neurônios foram outrora os cidadãos mais notáveis da sociedade, como juristas, artistas, economistas, cientistas, matemáticos, do mesmo modo, por analogia, que no nosso cérebro é dividido em setores que tratam de cálculo, abstrações, raciocínio lógico, emoções etc.

Rodolfo vislumbra na ficção uma guerra em um futuro não tão longínquo, entre as sociedades livres e esses imensos seres, que representam uma metáfora da luta das sociedades abertas e liberais contra os regimes totalitários ao longo da história.

A Dinâmica Orgânica é, na verdade, uma trilogia e Rodolfo revelou ao Artecult que já está trabalhando no segundo livro. Veja abaixo, com exclusividade, nossa entrevista com o autor sobre a trilogia:

 

A DINÂMICA ORGÂNICA – A TRILOGIA! ENTREVISTA COM RODOLFO GUIMARÃES NEVES

 

1) O primeiro livro de A Dinâmica Orgânica conquistou um público fiel e até inspirou uma adaptação para quadrinhos. Como foi para você ver sua história ganhar vida em outra mídia?

Eu diria um ainda pequeno, mas seleto público fiel. Quem leu o livro gostou da história.
Quanto à adaptação do livro para o quadrinho, eu diria que foi um desafio grande. Entretanto, eu sabia que estava com uma história cheia de boas sacadas e muitos traços de originalidade. É um história meio fora do padrão que deveria muito ser contada, de modo que eu queria “fincar” minha bandeira em outra mídia, no caso, a HQ, para alcançar um público diferente.
A adaptação de A Dinâmica Orgânica para os quadrinhos foi desafiadora. No livro, há uma história complexa de 300 páginas que tivemos que condicionar em 120, contando os balões, o layout e, obviamente, os gráficos, que, diga-se de passagem, ficaram lindos. Contei com o trbalho do experiente e talentoso quadrinista Pedro Ponzo, responsável por toda a arte gráfica da HQ. Junto com ele, adaptamos o roteiro, que era o próprio livro.
Como disse, a história é complexa, por isso fiz inserir na HQ um texto introdutório, para situar o leitor, e um glossário no final para dirimir dúvidas sobre esse novo Universo da Ficção Científica nacional.

 

2) O que mais te surpreendeu na recepção do primeiro livro e da HQ? Houve algum feedback dos leitores que te marcou especialmente?

Os leitores do livro acharam fascinante a forma como o crononauta volta no tempo, através do resfriamento da temperatura ao zero da escala Kelvin, passando por um “aquecimento negativo” para uma escala Kelvin negativa, em que haveria uma “entropia reversa”, abrindo-se uma janela para o passado por onde o crononauta viajaria a uma velocidade absurda.
Também ficaram curiosos com a mistura de tecnologia, misticismo e elementos do Espiritismo Kardecista (embora não seja uma obra espírita). O mundo do futuro teria uma rede mental telepatizada de comunicação e trocas de energia. Trocas essas que seriam o fundamento da nova economia surgida na Grande Primavera, ou seja, no período de reflorescimento da humanidade pós-Terceira Guerra Mundial.
Mas o que chamou mais atenção dos leitores, pelos “feedbacks” que recebi foi o conceito de fim da história de uma nação decorrente de sua transformação em um organismos vivo individual, os megaorganismos, com uma hiperconsciência compartilhada pelos neurônios, sendo estes originalmente os antigos membros mais destacados nos ramos do conhecimento da antiga nação, que deixou de existir. O processo de transformação de uma nação em um organismo vivo gigantesco individual é a chamada Dinâmica Orgânica, daí o título do meu livro.
Esses seres enormes lutam intertemporalmente contra as nações do mundo livre, que não se sujeitaram a esse processo de transformação e resguardam os direitos e garantias dos indivíduos. É uma história meio fora do padrão, como muitos dos meus leitores dizem.

 

3) A construção do universo de A Dinâmica Orgânica é complexa e cheia de camadas. Como foi o processo criativo para desenvolver esse mundo e seus conceitos?

Acho que isso daria até uma tese de sociologia ou economia. Mas vamos lá: há dois conceitos-chaves no meu livro A Dinâmica Orgânica: a economia por energia em rede telepática e a transformação de nações em organismos vivos individuais.
Assim, quanto ao primeiro ponto, houve uma certa influência do ocultismo, do misticismo e do Espiritismo. Leio livros dessas áreas desde meus 14 anos. Sempre fiquei intrigado sobre questões envolvendo energias corporais, fluido vital e comunicação mente a mente. Como também gostava muito de ler algumas coisas sobre economia, passei a indagar-me sobre uma possível economia do futuro que tivesse superado o tão antiquado dinheiro. Por que não a energia vital do cidadão como meio de troca? Foi nessas elocubrações que surgiu o conceito de economia por energia.
Já o segundo ponto, a transformação de nações em organismos vivos individuais, isso é uma ideia fixa que tenho desde a juventude. Sempre fui fascinado por imagens de satélite de cidades, e me encantei quando vi uma cidade por alto durante um voo internacional que fiz aos 15 anos. As pistas, os prédios, os veículos e as pessoas, tudo parecia serem células de uma coisa maior, de um organismo vivo mesmo, do ponto literal. Futurologia e cientistas de diversas áreas se perguntam como seria a humanidade do futuro, se haveria o “fim da história”. Minha hipótese é de que existe uma possibilidade real da humanidade tornar-se algo diferente, no caso do livro: um megaorganismo. A “Dinâmica Orgânica” seria o processo natural do arranjo do poder e da inteligência ao longo do tempo. Da mesma forma que um ser unicelular em um copo d’água tem seu “universo” circunscrito àquele recipiente, pelas leis da evolução, quando o ser unicelular deu origem ao ser pluricelular, este passou a participar de uma nova dimensão da realidade, em que há a percepção montanhas, prédios e mares. Desse modo, pela Dinâmica Orgânica, haveria um novo salto dimensional, dessa vez para um ser ainda maior: o megaorganismo. Poderia passar horas conversando sobre isso, mas é basicamente essa a questão, fruto de muita imaginação e observação.

 

4) Já podemos ter um gostinho do que esperar no segundo livro? Você pode nos adiantar alguma novidade sobre a trama ou a evolução dos personagens?

Claro. O segundo livro da trilogia vai contar a história desse universo a partir do olhar de uma das personagens do primeiro livro. A história a ser contada compreenderá desde o fim da Terceira Guerra Mundial, passando pela grande primavera, que é o reflorescimento da humanidade, a “guerra das sombras”, uma série de tramas conflitos e assassinatos que resultou na divisão do mundo entre nações livres, mantenedoras dos direitos e garantias do indivíduo como pessoa, e os megaorganismos, seres gigantescos resultantes da transformação de algumas nações em giganteicos organismos vivos individuais, onde as antigas pessoas não passam de meras células descartáveis desses seres enormes, controlados por um núcleo em que ficam os neurônios. A história do segundo livro vai se estender para um pouco depois da história de A Dinâmica Orgânica, que, aliás, não passa de uma história inserida dentro do segundo livro da trilogia.
Estou escrevendo esse segundo livro com dedicação e esmero, caprichando no estilo da escrita. Os pontos em aberto do primeiro livro serão esclarecidos nesse segundo, como a questão do que chamarei de “flor do tempo”, uma estrura fractal que representa as diversas linhas do tempo do multiverso e as estruturas subsidiárias que representam as intercecções nesses universos. Aguardem!

 

5) Como a adaptação para quadrinhos influenciou seu olhar sobre a história? Existe a possibilidade de mais materiais derivados, como novas HQs ou até uma animação?

Basicamente, sob a pena de Pedro Ponzo, meus personagens ganharam rostos, corpos e vestimentas. É algo incrível de presenciar. Foi um belo trabalho do renomado quadrinista pernambucano. Embora tenha ganho nos lindos gráficos e cenas de ação, a história teve que sofrer cortes para caber em 120 páginas, o que no livro são 300. Isso tudo tendo que contar os balões, layout, gráficos e fluxo da narrativa, que é diferente do fluxo do livro. A história perdeu parte dos seus detalhes e houve quem criticasse que alguns trechos “correram rápido demais”. De toda sorte, tenho certeza que Pedro e eu fizemos o melhor para adaptar aos quadrinhos uma história complexa e com tantos elementos como viagem no tempo, telepatia, megaorganismo, energia vital, clonagem (sim, há clonagem na história também!), neurônios, futuro etc. Nos quadrinhos a história ficou um pouco mais jovial. É para jovens de todas as idades.
Agora, meu sonho mesmo, e vou lutar por isso, é ver o universo de A Dinâmica Orgânica sendo retratada numa animação. Seria a glória. Pedro desenhou a cara dos personagens, agora falta eles se mexerem! Eu ficaria ainda mais orgulhoso e realizado pela minha obra de ficção científica e tenho certeza que Pedro adoraria ver os desenhos deles em animação.
Contudo, se para passar o livro para o quadrinho foi muito caro, para fazer uma animação seria uma fortuna. Tem que haver uma grande recepção da história pelo público. Antes de tudo, terminarei a trilogia em livro. Depois, verei se tenho condições de contratar novamente Pedro Ponzo para fazer novas HQs da continuação da história desse universo. Também avalio fazer uso de programas de incentivo à cultura do governo ou parcerias com empresas de animação nacionais. Tudo isso está no horizonte, embora ainda longe.

 

6) A ficção científica brasileira tem ganhado cada vez mais espaço. Como você enxerga o crescimento do gênero no país e qual a importância de obras como a sua nesse cenário?

Quando escrevi meu livro, tive a certeza de estava dando uma boa contribuição para a ficção científica nacional. Minha história era uma história que merecia ser contada ao mundo. Foi uma realização em minha vida.
Assim que terminei de publicar a obra, fui naturalmente procurar divulgá-la nos meios referentes à ficção científica e HQ no Brasil, e isso me levou a descobrir um gama de autores nacionais de muito talento, além de especialistas acadêmicos sobre literatura de fantasia e ficção científica. Curiosamente, percebi que muitos desses talentosos escritores nacionais tinham criado seus próprios “universos” de ficção científica e fantasia. Vi que era um entre muitos, mas só fez aumentar meu orgulho de estar ao lado de tantos e tão bons (e excelentes) escritores brasileiros desses gêneros. Ainda procuro me firmar nessa miríade de Demiurgos Literários e seus universos fantásticos. Isso vai levar um tempo. Estou aperfeiçoando minha escrita e aprendo mais em cursos on line com professores altamente especializados, como, por exemplo, o professor Alexander Meireles, muito conhecido nesse meio. Pessoa altamente gabaritada. Como disse, ainda estou em processo de aprendizagem.

 

7) A trilogia parece trazer reflexões profundas sobre ciência, sociedade e identidade. Quais são os principais temas que você pretende explorar no segundo livro?

Vou desenvolver os processos que levaram à Terceira Guerra Mundial. Também pretendo explicar como foi o processo de divisão do mundo entre as nações livres e os megaorganismos, assim como como explicar os detalhes da viagem do tempo ao passado, o multiverso e as intececções entre cada universo demonstrada na “flor do tempo”. Haverá uma demonstração de como será a vida no futuro e os desafios de uma sociedade altamente telepatizada que aboliu o dinheiro.

 

8) Para quem ainda não conhece A Dinâmica Orgânica, por que vale a pena mergulhar nesse universo?

Embora no enredo os megaorganismos sejam literalmente o fim da história de uma nação e o início da história de um ser gigantesco, o livro instiga o leitor a ver o megaorganismo como uma metáfora do que haveria de pior em um regime totalitário. Como costumo dizer em trocadilho, o livro retrata “a luta contra a pior ‘espécie’ de totalitarismo.” Antes de tudo, o livro convida o leitor a pensar no futuro e nas ameaças às liberdades individuais decorrentes do avanço da tecnologia. É, antes de tudo, uma grande defesa da liberdade contra a tirania em sua pior expressão.

 

 

SINOPSE

Estamos em Recife, no ano do Senhor de 2749. Por todo o planeta, dois modos de vida antagônicos lutam intertemporalmente para a preservação de suas existências, num mundo que há séculos superou uma catastrófica hecatombe nuclear. De um lado, as nações livres, em que os direitos e liberdades individuais foram preservados, com interação com os animais, engenharia genética, sociedades humanas de comunicação telepática em rede e uma economia baseada em energia vital. De outro, gigantescos seres pluriorgânicos, gerados da transformação de nações inteiras em organismos vivos individuais, onde os órgãos são comandados por um cérebro, que outrora fora composto pelos indivíduos mais notáveis daquela nação (atuais neurônios). Para estes últimos, é o verdadeiro fim da história humana e o início da história de seres gigantescos, cuja geração, a partir de um decaimento da sociedade capitalista de delicada economia pósTerceira Guerra, foi um processo previsto, no século XXIII, pelo filósofo alemão Sonne Schwartzman, que o denominou com o mesmo nome de sua obra: “A Dinâmica Orgânica”. Seus partidários, os grandes inimigos do mundo livre e infames colaboradores desses imensos seres, são os chamados “organicistas”, o pior que o totalitarismo já produziu na face da Terra, e procuram descaracterizar a própria Humanidade das sociedades de outrora em favor da criação da mente coletiva cerebral desses megaorganismos, de cujos neurônios (notáveis) espera-se um salto dimensional de sua anterior consciência individual para uma hiperconsciência coletiva. Salto este chamado de Transcendência.

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A HQ “A DINÂMICA ORGÂNICA”

Em 2021, R.G.Neves e o Quadrinista Pedro Ponzo lançaram uma campanha de financiamento coletivo no site Catarse.me para a publicação da versão da história em quadrinhos. A campanha obteve sucesso e a HQ ficou genial.

“Sentado em um café no centro da cidade, eu rabiscava tranquilamente em minha prancheta…

Esperava chegar uma pessoa que eu ainda não conhecia. Era um filósofo misterioso, que queria adaptar um de seus livros para a linguagem dos quadrinhos.

Logo um sujeito corpulento, de óculos e claramente ansioso entrou pelo café. Nos reconhecemos e começamos a conversar.

Muito sério, esse escritor (R. G. Neves) começou a falar sobre o universo de ficção científica que ele havia criado.

Países que se tornam gigantescos organismos, viagem no tempo por aquecimento negativo e entropia reversa, economia por energia… Entre um café aqui e uma empada ali, eu acompanhava perplexo as descrições e histórias…

Vampirismo energético, ciborgues, nanotecnologia, rede telepática de comunicação…

Alguns assuntos eram familiares, mas a forma com que ele tratava tudo isso , e principalmente a ideia de megaorganismos, me deixou boquiaberto (e um pouco confuso, confesso)…

Quando voltei para casa, depois de concordar em fazer a HQ “A Dinâmica Orgânica” eu pensei: “Essa é a história mais maluca que já escutei na vida!”

E fiquei empolgado em dar forma àquele universo inusitado e fora do padrão.” (Pedro Ponzo, quadrinista. @pedro_ponzo)

Clique AQUI para saber mais sobre a HQ “A Dinâmica Orgânica” de Pedro Ponzo, baseada no livro de R.G.Neves.

 

Confira o teaser da terceira edição do livro “A Dinâmica Orgânica”

SOBRE RODOLFO GUIMARÃES NEVES

RODOLFO GUIMARÃES NEVES, nasceu em Olinda, Pernambuco. Advogado
licenciado, Bacharel em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo, Bacharel em Economia pela Univesidade Estácio de Sá e com especialização em Planejamento e Gestão Pública pela Universidade de Pernambuco. Atualmente trabalha como servidor público federal. Teve poemas e contos selecionados em diversas
antologias. Foi premiado com a trilogia completa do livro “O Senhor dos Anéis” de J.R.R. Tolkien, num concurso literário do antigo sítio IGler, do portal IG – Internet Grátis, no início do milênio. É autor do livro de ficção científica “A Dinâmica Orgânica”, publicado pela editora Ibis Libris em 2024, assim como do respectivo roteiro de história em quadrinho de ficção científica homônima. Seu conto “O Mal Iluminado” foi selecionado para compor a antologia de contos “23 Formas de Morrer”, da Editora Amélie. Já o seu conto “A Invocação” foi selecionado no concurso literário Kosmokontos da Editora Ventura em 2023. Em 2024, participou da coletânea de contos do edital solidário volume 01 da Revista Literatura Fantástica com seu conto “O Grande Platô”. É autor da antologia intitulada “Eles, Outros Contos e Poemas”, da Editora IGP e da peça teatral “Ressentimento”, ambas da editora Travassos. É o autor dos frevos “Cidades Irmãs” e “Aurora das Festas”, regitrados na Biblioteca Nacional. Foi o vencedor do concurso da Revista PUB 2023, na categoria teatro, com sua peça teatral “Resignação”.

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SERVIÇO

A Dinâmica Orgânica

• Romance de ficção científica
• Autor: Rodolfo Guimarães Neves
• Editora: Ibis Libris
• 300 p. ;  16cm x 23 cm
• ISBN: 978-85-7823-381-5
• e-ISBN: 978-85-7823-382-2
• Classificação: 1. Literatura brasileira. 2. Romance. 3. Ficção científica.
• Copyright c 2024 Rodolfo Guimarães Neves
• Editora: Thereza Christina Rocque da Motta
• Projeto gráfico e diagramação: Felipe Nascimento
• Ilustração da capa: Romildo Gomes
• Para versão e-book do livro A Dinâmica Orgânica : link AQUI para Kindle na Amazon.
• Para versões físicas para vender: tratar com o autor através do
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