A bela utopia que devemos apresentar as crianças

Tistu – O Menino do Dedo Verde. Foto: Divulgação.

 

Ganhei o livro Tistu – O Menino do Dedo Verde, do francês Maurice Druon, quando eu era menina. Nunca mais esqueci aquela história. Cresci e entendi que não sonhei sozinha em desejar um mundo melhor. O que parecia uma utopia no meu universo infantil continuou ecoando na voz de Lennon com a canção Imagine:

“You may say I’m a dreamer
But I’m not the only one
I hope someday you’ll join us
And the world will be as one”

E quando pensamos em amor, claro que as flores são sempre bem-vindas, nunca canhões, balas ou outros recursos bélicos.

Sinopse

O Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro, apresenta a peça infantil Tistu, o Menino do Dedo Verde, uma adaptação da obra do escritor francês Maurice Druon. A montagem conta a história de um menino com a mágica capacidade de fazer tudo o que toca florescer, transmitindo uma importante lição sobre cuidado com o meio ambiente. A temporada vai de 23 de agosto a 14 de setembro de 2025, aos sábados e domingos, às 11h e 16h.

Mas por que deveríamos levar as crianças para assistir ao espetáculo “Tistu, o Menino do Dedo Verde“?

Existem várias respostas sobre os benefícios que o teatro pode trazer, mas duas delas já são suficientes para que os responsáveis avaliem e tomem essa decisão.

A primeira surge em forma de pergunta, capaz de provocar uma reflexão imediata: que tipo de cidadão o responsável deseja formar para a sociedade? Um cidadão que acredita na paz? Um cidadão que olha com mais benignidade para as situações complexas da vida? Ou um cidadão desprovido de sensibilidade? Cresci com Tistu na cabeça e sigo acreditando que a paz faz mais sentido do que a guerra.

A segunda resposta é clara: os pais podem simplesmente deixar seus filhos diante de uma tela, aumentando o risco de que sejam vítimas de pedofilia, como vimos recentemente em um domingo. Sem contar as inúmeras outras cargas negativas que as telas trazem aos pequenos. Isso precisa ser revisto com urgência.

O espetáculo começa com quatro crianças conversando sobre literatura, citando referências valiosas como Meu Pé de Laranja Lima, Marcelo, Marmelo, Martelo, O Pequeno Príncipe e Ziraldo. Logo depois, resolvem encenar Tistu.

O momento não poderia ser mais oportuno, considerando as guerras que nos cercam.

A peça é repleta de ludicidade. O ator que interpreta o personagem com o dedo verde é encantador, com expressões faciais e entonações que nos conectam à história (Renet Lyon). Ele monta um cavalo imaginário que fala e está presente no palco (Leo Dalledone). Além disso, a narrativa aborda amizades com crianças com deficiência e outros amigos marginalizados pela sociedade que se considera “sã”.

Com músicas, figurinos coloridos e brilhantes, e um tema fundamental a ser transmitido aos pequenos, a peça ajuda a plantar a semente de um mundo mais humano.

E, para surpresa de muitos, mesmo sendo uma companhia de fora, com artistas até então desconhecidos, o teatro estava lotado — sinal de que alguns pais também compartilham desse anseio “utópico” por paz.

Então, seja mais um a não perder a oportunidade de levar seu filho ao teatro e, juntos, construir um mundo melhor e mais pacífico!

 

FICHA TÉCNICA

Tistu, o Menino do Dedo Verde

Texto e Direção: Edson Bueno

Direção de Produção: Marcio Roberto

Direção Musical: Marcela Zanette e Du Gomide

Elenco: Renet Lyon, Jeff Bastos, Amanda Leal e Leo Dalledone

Sonoplastia: Chico Nogueira

Elenco Stand-in: Brigitty Zelinski

Cenário e Figurinos: Ricardo Garanhani

Iluminação: Rodrigo Ziolkowski

Maquiagem: Lilian Marchiori

Operador de Luz: Luiz Henrique

Operador de Som: Jessica Borges

Maquinistas: Luiz Henrique e Jessica Borges

Marceneiro: Tico Atanásio

Costureira: Larissa Yeda

Fotografia: Chico Nogueira

Produção Executiva: Claudia Zanca

Realização: Centro Cultural Banco do Brasil

 

SERVIÇO

Os ingressos podem ser comprados na bilheteria física do CCBB ou no site bb.com.br/cultura.

 

Paty Lopes (@arteriaingressos). Foto: Divulgação.

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Author

Dramaturga, com textos contemplados em editais do governo do estado do Rio de Janeiro, Teatro Prudential e literatura no Sesi Firjan/RJ. Autora do texto Maria Bonita e a Peleja com o Sol apresentado na Funarj e Luz e Fogo, no edital da prefeitura para o projeto Paixão de Ler. Contemplada no edital de literatura Sesi Fiesp/Avenida Paulista, onde conta a História de Maria Felipa par Crianças em 2024. Curadora e idealizadora da Exposição Radio Negro em 2022 no MIS - Museu de Imagem e Som, duas passagens pelo Teatro Municipal do Rio de Janeiro, com montagem teatral e de dança. Contemplada com o projeto "A Menina Dança" para o público infantil para o SESC e Funarte (Retomada Cultural/2024). Formadora de plateia e incentivadora cultural da cidade.

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