Durante o último dia do Rio2C, dia 8 de abril, Hungry Man, COMBATE e UFC
apresentaram a première mundial de “Minotauro“, um documentário sobre a vida de Antônio Rodrigo Nogueira, e tive a grande oportunidade de assistir.
Durante uma conversa antes da exibição, Fernando Serzedelo, um dos diretores do doc., comentou que tudo começou de uma conversa informal, quando eles estavam visitando o ‘set’. de filmagens de Velozes e Furiosos 5, e logo depois se iniciaram as gravações.
Foram 7 anos de filmagens, recolhendo material para os 70 minutos do documentário “Minotauro”, produzido pela Hungry Man e coproduzido pelo Canal COMBATE, em parceria com o UFC, que mostram imagens de lutas e depoimentos de adversários, amigos, jornalistas e familiares para ilustrar a permanente busca do baiano de Vitória da Conquista pela superação das adversidades.
Responsável pelo projeto do documentário desde o princípio, Fernando Serzedelo começou a documentar em 2011 os momentos mais importantes e imperdíveis da trajetória de Rodrigo. No início de 2016, o canal COMBATE e o UFC entraram no projeto, e Fernando convidou JC Feyer para dividir a direção do filme. Em dois anos, eles filmaram na Bahia, Rio de Janeiro, Estados Unidos e Japão.
“Conviver com o Rodrigo ao longo deste tempo foi inspirador para além do filme“, resume Fernando.
JC Feyer conta que acompanhou, como fã, a trajetória nos ringues e octógonos de seu futuro personagem. O desafio que se impôs, ao lado de Fernando Serzedelo, foi o de retratar um lutador de MMA de uma forma sensível e original e conseguir passar para a tela um pouco da grandeza de Minotauro como homem.
“Ele rompe completamente o estereótipo do lutador moderno e resgata os valores mais importantes das artes marciais: respeito, hierarquia e disciplina. Rodrigo representou nosso país como poucos, é um grande ídolo, que precisa ser apresentado como lutador e ser humano”, acrescenta Feyer.
Desde o momento inicial do projeto, Minotauro demonstrou sua preferência pelo formato de documentário, para contar sua vida:
“Queria dar voz às pessoas que fizeram parte desta trajetória, mostrar imagens reais das lutas e dos problemas que tive de superar”, conta.
JC Feyer e Fernando Serzedelo imprimiram um tratamento cinematográfico ao doc., o que se traduziu na escolha de uma equipe de cinema para Direção de Fotografia, a cargo de Gustavo Hadba, Michelle McCabe e Fernando Young, e Montagem, assinada por Renato Vallone.
O documentário apresenta uma dança de ângulos muito bonita, tornando tudo muito dinâmico, além de usarem uma união de imagens dos lugares onde ele estava, e não só das lutas ou entrevista.
A ideia de jamais desistir, fica totalmente visível em toda a vida de Rodrigo, dentro de suas decisões e garra para seguir mesmo em situações que vários apontaram o mesmo como louco ou derrotado.
Entre o épico duelo contra o monstro americano Bob Sapp, no Pride 2002, que abre o filme, e o confronto com Brendan Schaub, na primeira vez em que Minotauro disputou o UFC no Brasil, o espectador vê o brasileiro de muletas, depois de as diversas cirurgias a que precisou se submeter. Nesta passagem, ouve-se que Minotauro lutou pela própria vida, quando um caminhão passou por cima dele, na infância e entende-se por que, mais do que uma estrela do esporte, ele é considerado um autêntico herói.
No documentário também fica destacado o quanto uma reportagem que Gloria Maria fez para o Fantástico, fez com que esse esporte fosse conhecido e reconhecido aqui no Brasil, afinal no Japão, Minotauro era uma lenda, um verdadeiro astro e aqui pouco se falava, ou se conhecia do esporte e de seus astros.
Feliz com o resultado do filme, Minotauro destaca que ele enfatiza sua luta insistente pela superação, por honrar o lema que sempre o guiou, “jamais desistir”, além de mostrar o esforço que sempre fez pela divulgação do MMA no Brasil.
Aposentado dos octógonos, ele hoje divide seu tempo entre a função de embaixador do UFC Brasil, levando o esporte a cada vez mais lugares e pessoas ao redor do mundo, e o papel de empresário, no comando, com o irmão Antônio Rogério “Minotouro”, da rede de academias Team Nogueira:
“São 11 mil alunos no Brasil e 1.500, fora. Sempre tivemos olho clínico para achar talentos e atrair os melhores treinadores. Nomes como Rafael Feijão e Júnior Cigano surgiram no Team Nogueira.”
Adepto de primeira hora da responsabilidade social, Minotauro também mantém um projeto social, que leva o nome do Team Nogueira.
As sequelas de uma vida que castigou seu corpo levaram Minotauro a deixar as competições. Mas, quando bate a saudade do octógono, ele não vacila: corre para uma de suas academias e treina duro, até a exaustão: “Aí, volto pra casa feliz”.
Uma curiosidade que tive após o filme, foi o fato de ter sido utilizado como um elemento visual o labirinto, que foi inserido de maneira brilhante logo o início e no final do doc., Fernando Serzedelo, contou que além da relação histórica do Minotauro com o labirinto, na casa dos pais de Rodrigo, existem cafezais, que também parecem formar grandes corredores de labirintos.
Fica aqui o meu convite para todos conferirem esse documentário, que estreia em Maio no Canal Combate. Sendo fã ou não de MMA, vale a pena conhecer a história de vida de alguém tao inspirador.