Se o filme não antecipasse que a trama é baseada em fatos reais, o público não acreditaria por ser tão fantástica e surpreendente. “EIKE: TUDO OU NADA” conta a trajetória do famoso empresário Eike Batista, que já foi o homem mais rico do Brasil, e o 7° mais rico do mundo, com uma fortuna de mais de 30 bilhões de dólares em sua conta e que, praticamente da noite para o dia, perdeu absurdamente esse valor com extrema facilidade.
Cena do filme “EIKE: Tudo ou Nada”. Foto: Divulgação Paris Filmes.
O mais interessante de “Eike: Tudo ou Nada” é a forma como os diretores Dida Andrade e Andradina Azevedo decidem mostrar Eike Batista (Nelson Freitas) como um homem inteligente, com grandes ambições e com bastante humanidade, a ponto de criar um carisma bem equilibrado, mostrando que ele não era apenas um empresário ganancioso ou que só ligava para si próprio e seus aliados, mas que ajudava os pequenos investidores dando a eles a mesma oportunidade de enriquecer com seus métodos. Com o desdobramento dos fatos, o personagem nos faz sentir diversos sentimentos em relação ao seu caráter, sejam positivos ou negativos.
Cena do filme “EIKE: Tudo ou Nada”. Foto: Divulgação Paris Filmes.
O ator Nelson Freitas também merece destaque na composição do personagem que interpreta, ao criá-lo com um carisma contagiante, mostrando sempre a extrema confiança ao defender seus ideais e ao mostrar sua visão sobre os investimentos, dessa forma, refletindo um Eike ambicioso e que também conseguia despertar a ambição nas pessoas à sua volta.
Cena do filme “EIKE: Tudo ou Nada”. Foto: Divulgação Paris Filmes.
O roteiro foca no desenvolvimento da ascensão e na queda do empresário, mostrando uma fase específica de sua vida, sem enrolação, indo sempre direto aos pontos cruciais que o levaram a tomar suas decisões, além de mostrar referências em que ele se inspirava para elaborar estratégias e na tomada de decisões ousadas, e até mesmo arrogantes, contudo, os diálogos criados para explicar algum termo sobre negócios ou economia são muito artificiais, como se fosse realmente uma aula sobre economia e investimentos. Assim, com um estrutura que mais parece um telecurso, e apesar do roteiro procurar focar naquilo que se quer contar da historia de Eike, sua escrita literária lembra mais um livro do que um roteiro de cinema.
Cena do filme “EIKE: Tudo ou Nada”. Foto: Divulgação Paris Filmes.
Como o filme decide contar apenas sobre um momento especifico da vida do empresário, a forma como encontraram para contar outras fases e triunfos de Eike durante sua vida é bem diegética, com o protagonista citando tal ocorrido com entusiasmo, apenas quando o filme foca rapidamente na vida amorosa do personagem. A escolha de mostrar isso dessa forma se distancia do resto do estilo do filme, pois mostra seus relacionamentos em uma sequencia teatral no estilo circense que se distancia muito da estrutura estabelecida feito pelos diretores.
Cena do filme “EIKE: Tudo ou Nada”. Foto: Divulgação Paris Filmes.
Um dos arcos criados, e que acaba tendo certa importância, é de como as atitudes de Eike conseguiam despertar a atenção dos pequenos investidores que sonhavam também com uma vida melhor, tendo a mesma oportunidade de enriquecer usando os métodos do empresário. Isso causa forte impacto no espectador quando as ações da empresa de Eike começaram a cair e a desvalorizar. E embora exista uma justificativa para a existência dessa abordagem dentro da narrativa, faltou somente uma conexão mais relevante com o arco principal, já que se retirar essa abordagem, não fica lacunas ou afeta o resultado final da história.
Confira o trailer:
Eike: Tudo ou Nada conta uma história que, de tão fantástica, é realmente difícil acreditar que tais fatos ocorreram. E mesmo com uma estrutura não sendo totalmente adequada para cinema, a trajetória de Eike Batista consegue sustentar essa obra e manter a atenção do espectador.
NOTA: 7
ENTREVISTAS
E no dia 12/09, após a exibição em primeira mão do filme Eike: Tudo ou Nada, entrevistamos com exclusividade membros da equipe do filme, entre eles, o elenco presente, Nelson Freitas, Juliana Alves e Thelmo Fernandes, e os realizadores do filme, os diretores e roteiristas Andradina Azevedo e Dida Andrade e o produtor Tiago Rezende.
Durante a pré-estreia que ocorreu na noite do mesmo dia, conversei com a jornalista e escritora Malu Gaspar, autora do livro “Tudo ou Nada”, no qual o filme foi baseado.
Confira o vídeo abaixo minha entrevista:
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