Será que todo grande amor é capaz de resistir ao tempo e à distância? Em ‘Mar do Sertão’, a próxima novela das seis da TV Globo que estreia na próxima segunda (22/08), obra criada e escrita por Mario Teixeira e com direção artística de Allan Fiterman , Candoca (Isadora Cruz) e Zé Paulino (Sergio Guizé) são completamente apaixonados um pelo outro, mas são separados por uma manobra do destino: Zé Paulino sofre um acidente e é dado como morto. Depois de 10 anos, quando retorna, Candoca está casada com seu grande rival, Tertulinho (Renato Góes).
O ArteCult participou da coletiva, que aconteceu de forma remota, e trouxe mais informações e curiosidades sobre a trama.
Mario Teixeira, o autor (que foi coautor de sucessos como O Cravo e a Rosa e I Love Paraisópolis), revelou que, como cearense, sempre viveu o Ceará, o Nordeste, e criou uma história regionalista, com uma paisagem inventada a partir do seu texto. A novela fala dos vários tipos humanos, ambientada num Brasil profundo, que está dentro de todos nós.
O diretor Allan Fiterman aproveitou para falar sobre a trilha sonora:
“Foi fácil montar a musicalidade da novela, pegando clássicos como Asa Branca, mas com roupagem nova. São clássicos, mas pegando novas versões. Os personagens são arquétipos, e todos querendo montar esse universo fabular com essa trilha. Sobre a presença de atores nordestinos, precisamos trazer diversidade e atores também nordestinos, mas do Brasil inteiro, cabe a nós trazer isso para a TV, assim a gente se renova a cada trabalho e as pessoas acabam conhecendo novos talentos e a gente não cai na mesmice.”
Sobre a fase inicial da novela
O diretor Allan (que nasceu em São Paulo, mas que começou sua carreira em Los Angeles trabalhando em vários setores da indústria cinematográfica) comentou sobre a fase inicial: “A gente começa tentando retratar o Sertão, foi para Alagoas, Piranhas, Pernambuco, enfim, conseguimos gravar várias cenas-base, importantes para ambientar a cidade fictícia. A gente tenta trazer uma geografia que não existe e fabular, tentando trazer, por exemplo, para o personagem Timbó (família bem sofrida e pobre) mostrando um lugar mais seco e lúdico, enfim, a gente queria retratar tudo da maneira mais fiel ao texto.”
O trio de Protagonistas também comentou sobre esse início:
Renato Góes (Tertulino): “Nada melhor começar em locação, é um presente para começarmos a nos ambientar, não só importante para as imagens, mas também para a construção dos personagens.”
Sergio Guizé (Zé Paulino) : “Importante começo, tentando descobrir como era a comunicação entre Candoca e Zé Paulino, criando a conexão e começando a fazer a relação ganhar vida.”
Isadora Cruz (Candoca): “Foi maravilhoso começar pela viagem, fazendo as externas.”
Sobre as Principais Características dos Personagens:
Durante a coletiva, o elenco comentou sobre as principais características dos personagens que poderão “encher o coração” das pessoas ao ver a novela:
Isadora Cruz: “Candoca percebe que tem o poder de transformar a realidade das pessoas e da cidade, ou seja, o poder da sua voz como mulher sendo movida pelo amor ao ambiente e aos animais”.
Isadora comentou sobre a importância da personagem para sua carreira e adiantou sobre o triângulo amoroso: “Acho q será muito interessante, pois são dois amores bem distintos para a personagem, pois Zé Paulino é um amor puro, verdadeiro, inocente e Tertulino, um amor baseado na praticidade da vida, de acolhimento quando ela mais precisou, ajudando a criar a filha, logo muito grata por isso. Vai ser difícil a escolha, pois os dois são muito importantes para a vida dela. Ser medica e mãe solteira seria muito difícil, sem ajuda de Tertulino. A personagem Candoca está sendo para minha vida, algo transformador, tenho aprendido muito com a personagem, sobre o empoderamento numa sociedade tão machista, com a coragem e força de se colocar e entender que pode mudar a situação do lugar e passar a mensagem de irmandade feminina. Isso tem sido um presente não só para minha carreira, mas para minha vida, minha alma. Trabalhar com esse elenco e trabalhar com essa equipe fico muito grata de trabalhar com todos eles. E o mais especial dessa novela é que todos estão animados para contar essa história e todos muito generosos entre sim e dá um ‘fogo’ de gravar.”
José Abreu: “O coronel é dono da água, logo é completamente direcionado por esse poder e dinheiro. Mas é enfrentado por Candoca.”
José de Abreu completou dizendo que o texto é maravilhoso, cheio de humor. Disse que discutiu com o autor, as relações, sempre tem um humor permeando a trama. Ele tá curtindo muito. Desde a Avenida Brasil não fazia algo assim: “Nesses 40 e poucos de Globo, já fiz alguns papéis rurais, sertanejo, nordestino, diálogos com pitadas de comédia. Mas nesse caso fiquei muito impressionado com a escrita do Autor (premiado por um prêmio Jabuti, inclusive). Percebi que pelas redes sociais, as pessoas ainda não têm a noção da realidade que estamos criando, fantasiosa, logo acredito que estamos fazendo uma obra de arte dentro de outra obra de arte, isso me lembra muito as super novelas de Dias Gomes, com certeza dará muito prazer de assistir.”
Débora Bloch: “Teodora, mulher do coronel, é mãe que mima muito Tertulino e é também movida a poder e dinheiro. Ela não é nada feminista… risos. Mas sobre a novela, não é a toa que Pantanal faz sucesso, o Brasil gosta de ver o Brasil. Para ela, acho que esse elenco é o que vai encher o coração, pois é repleto de atores nordestinos com seus sotaques… é algo muito especial e com uma química prazerosa.”
Renato Goes (Tertulino): “Acho que o que enche e enlouquece o coração do meu personagem é a Candoca, faz ele cometer os grandes erros e as grandes mudanças. Uma paixão avassaladora.” E, usando o sotaque do personagem, disse: “Zé Paulino vai se lascar na minha mão! risos”
Ao ser perguntado como foi a criação do seu personagem, ainda mais vindo de um personagem mocinho e agora ter que interpretar um vilão, Renato comentou: “Realmente a transição me preocupava, mas acabou sendo um presente ter personagens tão diferentes, mas foi baseado no que foi escrito pelo autor, pois quer construir em cima das características dadas pelo roteiro, pois é um trabalho muito bom. O dia a dia do Tertulino dá muito prazer, principalmente com o núcleo familiar em que o personagem está inserido, grandes atores.”
Sergio Guizé (Zé Paulino): “Sem dúvida, o que também enche o coração do personagem é a Candoca.”
Sobre a preparação do personagem, comentou: “De fato, entrei faltando pouco tempo para o início da novela, li 16 capítulos em 2 dois e fiquei encantado. Estava em casa, achando que iria fazer outro projeto de teatro e, de repente, aparece esse presente. Foi rápido e intenso. Além de me apaixonar pelo texto que trata de temas tão necessários, como corrupção e meio ambiente, deparei-me com um elenco maravilhoso, gente vinda de todo o lugar do Brasil e de várias escolas. Uma novela que tem, no seu elenco, várias companhias de teatro relacionadas. Isadora que vem com muita luz e energia… Ela está dominando a coisa toda… Acho que, em relação ao Zé Paulino, até fevereiro acho que vou estar descobrindo e construindo o personagem. O personagem tá tomando conta da minha vida e espero que a gente não perca essa poesia, vamos continuar jogando com os demais do elenco. Zé Paulino é bom caráter, vive para o trabalho e para sua noiva. Depois do acidente, é considerado morto… é interessante para a construção do personagem, tentando virar a chave depois de 10 anos, se preocupando com a cidade, justiça social e meio ambiente…, mas continua um apaixonado.”
Giovana Cordeiro (Xaviera): “Minha personagem é uma mulher muito sensual e muito notada quando chega nos lugares. O público vai encher o coração de leveza, pela certa ingenuidade e carinho entre os personagens. Aliás, a novela entrega muito carinho, leveza, humor e muita beleza, tanto nas imagens, como na relação dos personagens.”
Érico Bras (Cidão): “Tudo é discutido com muito humor e isso com certeza vai agradar o público e vai encher o coração de quem gosta de novelas, pois é muito gostosa, com boa direção, um grande elenco, texto alegre. Quanto ao personagem Cidão, ele é dono do jornal e muito próximo do poder.”
Enrique Diaz (Timbó): “A família de Timbó é uma família muito cuidadosa, um com o outro, estão numa situação de fome, e que reflete o dia a dia da sociedade brasileira, uma situação cada vez mais gritante e urgente. Logo os personagens estão nessa situação, mas a estrutura familiar é muito sólida…”
Clarissa Pinheiro (Teresa): “Teresa e Timbó tiveram 7 filhos e 3 sobreviveram. Apesar de muito pobres, são muito ricos em valor.”
Welder Rodrigues (Bodó) : “É a primeira vez que faço sotaque nordestino, já pedi inclusive ajuda dos colegas atores para ser corrigido caso precise.”
Comentários do Diretor e Autor
Allan: “Agradeço ao Mario que está escrevendo a história que já está enchendo o coração de todos envolvidos. A gente tá fazendo com todo coração e espero que curtam nosso trabalho”
Mario: “Gostaria de falar também da minha expectativa com a novela: espero que seja um sopro de vida no deserto que estamos vivendo. Ainda estamos na pandemia, às vésperas de uma eleição que será conturbada, mas espero que a novela emocione as pessoas e consigam esperar anos melhores que os anos que vivemos. Seja um brilho no horizonte das pessoas.”
‘Mar do Sertão’ é uma novela criada e escrita por Mario Teixeira com direção artística de Allan Fiterman. A obra é escrita com Marcos Lazarini, Claudia Gomes e Dino Cantelli, e com colaboração de Carol Santos. A direção geral é de Pedro Brenelli com Bernardo Sá, Natália Warth e Rogério Sagui. A produção é de Silvana Feu e a direção de gênero de José Luiz Villamarim.