Nascida no interior de São Paulo, em Socorro, Simone Zucato viveu grande parte da sua infância e adolescência nos Estados Unidos, onde ingressou no teatro aos sete anos de idade. De volta ao Brasil, Simone frequentou renomadas escolas de artes cênicas com grandes nomes da área em São Paulo e no Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos também estudou com profissionais renomados.
Uma grande curiosidade sobre Simone é que a pedido do seu pai, ela se formou em medicina. Porém o amor pela arte falou mais alto:
“ Meus pacientes iam me ver no teatro e como eu ficava feliz em poder proporcionar isso a eles. Eu apenas resolvi dar uma pausa na “Doutora Simone” porque estar num palco ou estar num estúdio é o que realmente me faz feliz.”
Verdadeiramente apaixonada por teatro, Simone pretende seguir se auto produzindo nos palcos brasileiros. A carreira internacional também está nos planos da atriz que tem vasta carreira experiência como produtora de peças internacionais, as quais adquire os direitos autorais de montagem no Brasil.
Confira mais sobre a vida e carreira de Simone Zucato na entrevista abaixo:
Qual foi o seu primeiro trabalho no teatro?
Minha estreia profissional no palco foi com a peça “De Corpo Presente”, com texto e direção de Mara Carvallio em 2007, em SP. Eu interpretava Lilia, a filha caçula de um casal de artistas que era homoafetivo. Foi algo muito emocionante e importante, pois além de finalmente meu sonho em fazer arte está se realizando, também estava dando voz a questões essenciais que são necessárias e importantes até os dias de hoje. Acredito que como artista, esse é o meu papel.
Quando você pensou em começar a atuar?
Eu atuo desde a minha infância. Eu comecei com aulas de teatro no ensino primário, e essa é a minha paixão desde então. Eu nunca pensei em ser outra coisa que não uma atriz na minha vida. A arte é um aprendizado contínuo.
Qual você acredita ter sido o trabalho de mais destaque da sua carreira até aqui?
Eu ganhei bastante popularidade ao participar de “O Sétimo Guardião”, novela da Rede Globo, até porque a novela foi escrita pelo ganhador do Emmy, Aguinaldo Silva e dirigida pelo também ganhador do prêmio Emmy, Rogério Gomes. Mas eu tenho vários trabalhos de grande notoriedade no teatro como: Isa Corbett em “A Toca do Coelho” , Vera em “Trair e Coçar É Só começar”, Sylvia em “Sylvia”, entre outros.
Como você vê a retomada do teatro neste momento atual?
Minha experiência como produtora infelizmente me fez ver que o brasileiro frequenta muito pouco o teatro. Não é apenas uma questão cultural. É muito mais complexo do que isso. É uma questão educacional somada a uma questão sócio-econômica. Muitas pessoas não vão ao teatro porque mal conseguem pagar suas contas. E mesmo sabendo que existem estratégias para dar um maior acesso dessas pessoas ao teatro, mesmo oferecendo ingressos gratuitos à população de baixa renda, muitas vezes nos deparamos com a falta de uso dessa cota de ingressos não por uma falta de interesse e sim pela falta de tempo, pela falta de energia de quem tem que trabalhar muito e não sente vontade de sair depois de uma semana de muito trabalho, e por aí vai… Aos poucos estamos vendo as peças voltarem e espero que o público volte a frequentar o teatro também, mas confesso que apesar de ter meus projetos e lutar por eles, estou bastante desanimada com o cenário que temos.
Na sua opinião, quais os maiores desafios os produtores têm enfrentado para as peças aos palcos?
Produzir teatro no Brasil não depende só de quem o produz. Às vezes, você tem os direitos autorais por um período de tempo e leva três vezes mais tempo para iniciar a produção, por exemplo. Às vezes você nem sabe se vai conseguir produzir aquela peça ou não. Isso já aconteceu comigo algumas vezes. Adquiri os direitos autorais, mas não consegui produzir as peças porque não consegui o patrocínio para realizá-la . E isso acontece muito porque no Brasil os patrocinadores se interessam mais por comédias e musicais do que por peças do gênero drama e também porque geralmente quem decide para quem vai o patrocínio está fortemente vinculado à ideia de que é necessário se ter grandes nomes da televisão. Portanto, se você trabalha principalmente no teatro e não é uma estrela de TV, provavelmente não obterá patrocínio para a sua peça e é muito difícil fazê-la sozinho, com uma reserva pessoal.
Você tem planos de voltar a atuar em novelas?
Não sei se ainda, agora 2022 acredito que não, porque já estamos na metade do ano. Atualmente estou pré-produzindo um projeto que pretendo re-estrear novamente nos teatros e que vai encantar muitas pessoas.