Em novembro de 1995, “Toy Story” foi lançado e já começou a mudar o mundo da animação, influenciando gerações com seus gráficos inovadores, histórias comoventes e personagens cativantes. O sucesso foi tanto que mais 3 longas foram produzidos e tiveram excelentes recepções de crítica e público. Assim, quando foi anunciado o spin-off focado no Buzz, muitos não entenderam qual seria o apelo para um filme sobre o parceiro de Woody. A resposta é: por que não? Depois de 26 anos produzindo as animações mais bem sucedidas dos últimos tempos, não há motivo para desconfiar que a Pixar entregaria um projeto no mínimo satisfatório. Quando a figura central é um de seus maiores ícones, então é certo que toda dedicação do estúdio estaria voltada para fazer jus a tudo o que Buzz representa.
Lightyear conta a história do Patrulheiro Espacial dedicado ao Comando Estelar, Buzz Lightyear. Ele e sua tripulação avistam um planeta com recursos e resolvem explorá-lo. Ao descer da nave acompanhado de sua melhor amiga Comandante Alisha Hawthorne, os dois são atacados por um ser nativo que destrói as chances de a nave decolar novamente. A única alternativa é fazer testes com a fusão cristalina, que daria a hipervelocidade necessária para trazer todos para a Terra. Buzz se sente culpado pelo acidente e se voluntaria para os testes. Porém, o trajeto que dura 4 minutos para o piloto, equivale a 4 anos nas vidas do restante da população. Enquanto Buzz se dedicava obsessivamente a devolver a antiga realidade para as pessoas, ele sacrificava sua chance de aproveitar a vida. A cada retorno, ele encontrava sua amiga em uma nova fase pessoal e profissional, progredindo na carreira, se apaixonando, casando, tendo filho e neta, até o momento em que ela parte sem ele sequer conhecer sua esposa e família. Após anos de promessas não cumpridas, o estúdio enfim inseriu de representatividade LGBTQIA+ ao retratar claramente um casal lésbico demonstrando afeto, constituindo família e sendo feliz. Um pequeno passo que significará muito para tantas pessoas.
Lightyear é o blockbuster de ficção científica que o Andy e seus amigos assistiram, foi a partir dessa história que os brinquedos foram desenvolvidos. Até entender que era essa a proposta, achei a história pouco inovadora, sem a originalidade característica da Pixar. Considerando isso, o filme é de fato muito empolgante, com cenas de ação tão boas quanto à de muitos live actions, além de ser visualmente incrível. Os personagens secundários também logo nos conquistam ao esbanjarem carisma, mas o destaque fica para o gato robô SOX. A Pixar sempre entrega sidekicks apaixonantes, mas o gatinho que se torna a única constante na vida de Buzz consegue ser igualmente fofo, engraçado e engenhoso. O desenvolvimento do antagonismo, por outro lado, acabou sendo ofuscado pela trama do Buzz consumido pela missão de levar a nave de volta para casa.
O personagem principal, na versão brasileira, é dublado por Marcos Mion, que teve a escalação bastante criticada após o anúncio. Depois de assistir 4 filmes do Buzz com a mesma voz, é normal que a mudança cause estranheza. Mas mesmo na versão original, o ator que deu voz ao brinquedo, Tim Allen, foi substituído por Chris Evans, conhecido por interpretar o Capitão América. Apesar de ser conhecido como apresentador, Mion é formado como ator e foi bastante competente ao representar a versão humana de Buzz Lightyear.
O Buzz que conhecemos está lá, mas nos apresenta suas características de forma mais profunda e real. A confiança dele sempre foi muito evidente, afinal, ele é o Buzz Lightyear, ele sempre tem certeza. Mas a gente vê as consequências que isso traz num contexto novo, ao mesmo tempo que vibramos a cada aceno aos filmes anteriores. Pela primeira vez, vi uma sala de cinema repleta de adultos comemorando tanto com uma frase em filme de animação. Agora podemos entender o motivo do boneco ter sido tão cobiçado!
CONFIRA O TRAILER
Foi uma experiência super divertida e nostálgica. Coincidentemente, eu também cheguei ao mundo naquele mesmo mês e ano, e assistir Lightyear foi como reencontrar e reconhecer um amigo de infância.
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