A artista plástica mineira Du Flausino apresenta a exposição individual “…no silêncio das flores” , no Centro Cultural Correios RJ, com curadoria e produção cultural de Cota Azevedo, onde apresenta cerca de 40 trabalhos de diferentes mídias – pinturas (óleo e acrílica), fotografias, bordados, vídeo-performance e trabalhos instalativos, distribuídos em duas salas, até o dia 9 de julho de 2022, trazendo, como temática central, a simbologia das flores na cultura contemporânea, como ícones, usados como metáforas que preenchem as lacunas deixadas pelo tempo, pela distância, pelas perdas, pelas relações afetivas.
As obras apresentadas nesta exposição trazem, em suas poéticas, dualidades como morte e vida, exageros e delicadezas. São trabalhos que revelam os antagonismos das linguagens do humano nas relações, nos valores e nas atitudes em seu cotidiano. As flores são metáforas encontradas por Du Flausino para debater as conexões afetivas em seu tempo. “O que as flores dizem a respeito de nós? Por que estamos sempre recorrendo às flores para decorar e perfumar nosso dia a dia? Faço uma reflexão sobre as delicadezas que existem em torno da utilização deste símbolo no cotidiano, como elas nos proporcionam sentido a um estado psíquico”, explica Du Flausino.
A exposição “…no silêncio das flores” reflete sobre o humano e as suas questões, na relação com o meio, na sua representação social, seus desejos, afetos e sentimentos. Em muitas situações, a flor tem o papel de dar significância às existências, a citar: a casa decorada com flores para que ela se torne agradável e aconchegante; flores oferecidas como presente para declarar amor e amizade, aos que nascem como boas vindas, aos que morrem como despedida.
Desde 2010, Du Flausino, expõem trabalhos com o foco na poética floral, e apresenta, agora, a sua primeira individual no Rio de Janeiro, do conjunto dos seus estudos e práticas, em séries. Em “Flores de plástico”, o olhar cria um viés que projeta perdas e objetifica sentimentos. Em a “Casa de Fernanda”, as relações afetivas perpassam pelas vivências e valores. A casa é como a possibilidade de encontros e afetos transcritos pelas imagens e flores.
Sobre a exposição
. “Flores de plástico desbotam” (série de pinturas e vídeo performance) – a flor artificial faz alusão às perdas, à vaidade e à morte.
. “Casa de Fernanda” (bordado e fotografias) – local de encontros, afetos, amor, sonhos, miudezas e delicadezas.
. “Sobre o gelo” (fotografia) – imagens de locais públicos (in)ocupados.
. “Sudário” (bordado e trabalhos instalativos) – quando se preenche a vida com o kitsch.
Sobre Du Flausino
Du Flausino nasceu na cidade de Dom Cavati, Minas Gerais, e reside atualmente em Belo Horizonte. Artista plástica, bacharelada em pintura e fotografia, pela Escola Guignard, MG, atua também como professora de pintura e arteterapeuta. Em seu currículo consta a exposição individual “#floresdeplasticodesbotam”, Galeria da Assembleia Cultural do Estado de Minas Gerais, via edital, em 2019. Fotografias da série “A pele que habito”, Galeria ‘Estação das Artes’ do Museu Cabo Branco de João Pessoa, Paraíba, em 2019. Participou de várias coletivas pelo Brasil. A artista utiliza várias técnicas em seus trabalhos, como pintura sobre tela, costura em tecidos, fotografia, performances, instalação e vídeo. Sua linguagem permeia a estética da arte barroca, com suas dualidades – morte/vida, brutalidade/delicadeza, pureza/sedução, originalidade/imitação, entre outros.
Trecho do texto curatorial ‘O Antropomorfismo da natureza-morta’, de Cota Azevedo
“As inscrições de uma pessoa no mundo sempre se valem de mitologias individuais que navegam por territórios da imagem e da palavra. E o artista parece carregar para si a tarefa de evocar estas percepções humanas, particulares e coletivas, das encenações da vida, das alegrias e das dores, como um modo de atravessamento simbólico do existir. Na exposição “No silêncio das flores”, há uma enunciação, ainda no ‘tempo’ contemporâneo, à temática natureza-morta -, por denominação se trataria das representações de objetos estáticos como flores, fruto e utensílios comuns do cotidiano, nas obras artísticas. Para além desta terminologia exata, a mineira Du Flausino aponta para o deslocamento das significâncias concretas dos motivos florais a um outro lugar, o do antropomorfismo, que atribui para as formas e/ou aos seres irracionais, as condições humanas.”
(‘O antropomorfismo da natureza-morta’, de Cota Azevedo, curadora, jornalista crítica e artista multidisciplinar).
Sobre Cota Azevedo
Cota Azevedo é curadora independente, jornalista crítica e artista multidisciplinar. Com formação de pós-graduação em Curadoria, Museologia e Gestão de produção; e em História da Arte; pela Universidade Estácio de Sá; além de pós em Psicanálise e a Psicologia; pela Faculdade Metropolitana. Entre os anos de 2021 e 2022 atuou com cerca de dez curadorias, idivididuais e coletivas. Como Comunicadora, Cota se formou em Jornalismo, no ano de 2009, no Centro Universitário Newton Paiva e desde então produzir textos críticos para difentes mídias. No que tange a sua produção artística cita-se as suas duas exposições individuais.Em 2021 -2022, “O avesso e a lenda dos dias”, exibidas em São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ).; Em 2020 – 2021, “Sopros’ expostas também no Centro Cultural dos Correios do Rio de Janeiro, com divulgações em grandes veículos especializados como Veja, Diário Carioca, ArtRio, Revista das Artes e dentre outros.
Serviço
Exposição: “… no silêncio das flores”
Artista: Du Flausino
E-mail: dumariaflausino@gmail.com
Instagram: @du.flausino
Curadoria e produção cultural: Cota Azevedo
E-mail: cotaazevedo.azevedo@gmail.com
Instagram: @cotaazevedo
Local: Centro Cultural Correios RJ
Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro – RJ
Visitação: até o dia 09 de julho de 2022
Dias e horários: de terça a sábado, das 12h às 19h
Assessoria de Imprensa: Paula Ramagem @_paula_r_soares
Entrada franca
Censura livre
Acessibilidade