“Menos Que Um” – Romance de Patrícia Melo escancara um Brasil invisível e assombrado pela sua história recorrente de descaso e desigualdade

 

A urgência de enxergar um Brasil invisível – e mais, de trazê-lo para as nossas mãos, literal e metaforicamente – foi o fio condutor de Patrícia Melo, uma das mais premiadas e consagradas autoras da literatura nacional contemporânea, para a escrita de seu novo romance. Menos que um chega ao mercado agora em maio, pela LeYa Brasil.

Ao longo dos séculos, a literatura, sempre levou a humanidade a conhecer o que há de melhor e de pior em si mesma. Ler é o espelho em que nos reconhecemos, em que vislumbramos o monstro e também o anjo. E Menos que um realiza plenamente essa tarefa de nos deixar boquiabertos diante de nós mesmos.

Neste romance cuja potência se agita como um tanque de um líquido inflamável submetido a grande pressão, Patrícia Melo encontrou o cerne do que somos, como indivíduos e como sociedade. E, com seu talento inquieto, sempre em transformação, tentou responder à pergunta mais humana de todas: o que existe quando o que há é menos que um?

Resultado de quase dois anos de trabalho disciplinado e contínuo, Menos que um reconstrói numa narrativa caleidoscópica, as inúmeras batalhas cotidianas, de sobrevivência, de uma vasta gama de personagens – camelôs, flanelinhas, desempregados, bêbados, ladrões, cracudos e catadores, gente que tem como destino inevitável o fato de, por força das circunstâncias, ter que viver nas ruas.

E a resposta que emerge de suas palavras é uma só: por debaixo da sujeira, do vício, da fome, do frio, da invisibilidade, da violência, do medo e da solidão, esses homens, mulheres e crianças são pessoas que ainda sonham, ou já sonharam um dia.

“A gente é gente!”, esbraveja uma de suas personagens incômodas e malcheirosas, um homem jovem, negro, quase analfabeto, que cresceu num lixão e trabalha como catador. Mas o que ele não sabe é que invertemos o verso da canção: gente não é pra brilhar e, sim, pra morrer de fome.

Menos que um apresenta sua miríade de personagens construídas à perfeição: Douglas acredita na bondade sem religião, Seno despreza toda essa gente que procria como ratos, Jéssica sonha em parir um bebê-futuro, Glenda quer ser feliz como Glenda, e não como Weverton, Dido divide sua comida com um cão, Regiana interpreta a Bíblia, Zélia perdoa, e várias outras mais. Em meio a tantas caras, magras, sujas, carcomidas, desfiguradas, lá estamos todos nós.

Menos que um promete uma revolta permanente, quando nos desperta do sono e da indiferença com seu texto, ao mesmo tempo, poético, preciso e provocador. Patrícia Melo desenha em cores fortes o nosso tempo e a nossa cara: um Brasil, em pleno século XXI, que vê o futuro chegar, mas é incapaz de ir de recebê-lo, porque puxa, a reboque de si, sua história recorrente, transecular, de descaso, desigualdade e violência social.

Menos que Um
LeYa Brasil
Formato: 16x23x1,8 cm
Páginas: 368
Preço: R$60,00
Preço e-book: R$42,00

Sobre a autora:
Patrícia Melo é uma das mais consagradas escritoras da literatura brasileira contemporânea, autora de livros clássicos como InfernoO matadorElogio da mentiraGog Magog Mulheres empilhadas. Suas obras são publicadas nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha, França, Itália, Holanda, Suécia, Espanha e Portugal. Ao longo de sua carreira recebeu o prêmio Jabuti de melhor romance, o Deutscher Krimi-Preis, o LiBeraturpreis, o Deux Océans e também foi finalista do Prix Femina. Menos que um é seu décimo terceiro livro.

Assessoria de Imprensa
Andrea Drummond – andrea@dedicatacomunica.com.br

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