ME TIRA DA MIRA: Uma comédia policial, que foca mais no humor que nos dois gêneros

A comédia policial “Me Tira da Mira” protagonizada por Cleo, tem o humor como o ponto forte do filme, porém com uma direção que não sabe conduzir e estruturar a história que envolve a protagonista e todos os outros personagens que ajudam a compor os arcos para desenvolver a trama.

Tudo relacionado à personagem de Cleo, a policial Roberta, é até bem apresentado, desde suas motivações que a fizeram entrar para a polícia até conflitos que precisa lidar diariamente, como por exemplo com seus próprios superiores, machistas e que a ignoram por completo mesmo se demostrando sempre competente e eficaz, ou com a super proteção do pai, que é chefe da polícia federal e que insiste que a filha trabalhe ao lado dele, mesmo ela querendo alcançar suas próprias conquistas, sem depender de atalhos.

Roberta segura toda a seriedade da história durante sua trajetória em desvendar o suicídio de uma grande atriz (Vera Fisher), que acaba se tornando um MacGuffin para algo maior, relacionado a outro caso que está sendo investigado pelo ex-parceiro profissional e pessoal de Roberta, Rodrigo (Sergio Guizé).

O romance entre Roberta e Rodrigo não tem tanta relevância, não atrapalha, mas também não contribui em nada para o desenvolvimento da narrativa, além de servir para fazer uma piada feita pelo pai de Roberta, que é interpretado pelo pai de Cleo, Fabio Jr.

Cena de “Me Tira da Mira”. Foto: Divulgação.

O roteiro faz diversas piadas e referências às obras de Fabio, além da familiaridade não só com a filha, mas também com seu filho Fiuk, que também compõe o elenco, interpretando o parceiro de Roberta, Lucas, com o qual o roteiro não perde a oportunidade de brincar com a situação, e em alguns momentos, essas piadas são engraçadas, isso quando o roteiro não extrapola e começa a perder o limite do moderado.

Cena de “Me Tira da Mira”. Foto: Divulgação.

Boa parte dos momentos cômicos fica por conta da personagem Natasha Ferrero (Júlia Rabello), que além da grande dedicação do humor físico no maior estilo pastelão, ela ainda é usada para representar a mãe de Cleo, Gloria Pires no filme, com características de personagens que a Gloria interpretou no passado, o que foi uma ideia criativa, porém, assim como as piadas entre família, o diretor Hsu Chien não soube dosar bem o humor físico de Natasha.

Cena de “Me Tira da Mira”. Foto: Divulgação.

A montagem não favorece a história, existe muitas boas ideias e uma trama bem interessante, mas a direção não sabe interligar bem todos os arcos de modo que mantenha a coerência e que faça parecer que a conexão seja algo orgânico. Ao invés disso, aparecem um monte de coisas aleatórias que, se juntar tudo, assim como o diretor faz, fica uma enorme bagunça narrativa. Caso cada informação fosse separada dava para as cenas serem melhor aproveitadas, criando-se um filme divertido e intrigante de acompanhar. Infelizmente o arco policial é praticamente deixado em segundo plano, para priorizar o humor que não sabe o limite de uma piada, que é usada ao máximo, antes de partir para a próxima situação cômica.

Por conta da má montagem, o desfecho é acelerado e cheio de resoluções mal desenvolvidas, deixando alguns arcos sem serem resolvidos. E quando finalmente chega o momento de finalizar o filme é quando o roteiro se estende para acabar. Mesmo assim “Me Tira da Mira” é uma opção para se divertir e arrancar boas risadas, mas perde a chance de ser também um bom filme policial por falta de ousadia do diretor que não soube bem aproveitas os elementos que o roteiro proporciona.

Confira o trailer:

NOTA: 6

BRUNO MARTUCI

 

 


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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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