KING’S MAN – A ORIGEM : Novo capítulo traz a origem da organização britânica, mas… esse novo filme era mesmo preciso?

 

A franquia Kingsman baseada na HQ criada por Mark Millar, tem sido muito bem recebida por trazer uma abordagem bem mais escapista e exagerada para o gênero de super espiões. E o novo capítulo dessa história que estreia hoje nos cinemas, “King’s Man – A Origem“,  traz a origem dessa organização britânica, o que faz o público questionar o porquê de fazer um filme que mostra como tudo isso começou? Era necessário?

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

Esse prequel é ambientado no Reino Unido durante a primeira guerra mundial e atrai a nossa atenção ao reproduzir cenários autênticos da época, que vão desde os objetos e tecnologia da época, até os figurinos e visuais das pessoas, notando-se o ótimo trabalho da direção de arte e do design de produção, que deixam o filme mais autêntico para que consigamos imergir naquele tempo.

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

A história até que desperta um certo interesse ao misturar ficção com fatos históricos que ocorreram durante a primeira guerra, mas um dos problemas é o modo como o roteiro acaba forçando o encaixe de alguns acontecimentos na história, ao mostrar que muitas das tragédias que ocorreram nesse período foram minuciosamente orquestrada por uma organização maligna que trabalha nas sombras e através de seus membros infiltrados nas grandes superpotências. Esse é o caso de Rasputin (Rhys Ifans), uma figura que realmente existiu e que era muito próxima da família do czar da Rússia antes da revolução industrial e que aqui permanece bastante de sua reputação, mas também criando novas motivações para o personagem, ligadas ao plano megalomaníaco da organização na qual ele faz parte.

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

Assim como os dois filmes anteriores, a direção usa como base de referência a franquia de 007, mas em vez de fazer alguns deboches sobre alguns métodos utilizados pelo agente James Bond, o diretor usa mais a obra de Ian Fleming para construir a estrutura narrativa, inspirando-se em alguns recursos usados nos filmes de 007, como por exemplo a própria organização maligna chefiada por uma figura misteriosa que nunca tem o rosto revelado, o arqui-inimigo de Bond, Ernest Stavros Blofeld criado por Fleming e presente nos primeiros filmes da franquia da Era Sean Connery, e até mesmo pela escalação do ator Ralph Fiennes, que protagoniza King’s Man, mas que também participou dos últimos filmes da Era Daniel Craig interpretando M. Tudo isso para dar mais familiaridade com os filmes de 007, mas sem toda a modernidade que existe naquela franquia e até mesmo na própria franquia Kingsman, pois esse capítulo respeita a tecnologia e recursos de armamentos da época. Mesmo assim, ainda permanecem os exageros que já são esperados  em filmes King’s man, principalmente nos combates e nas cenas de morte.

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

O roteiro se empenha em colocar as referências de James Bond no filme e em  criar as conexões entre os vilões e os fatos históricos, mas esquece de desenvolver o arco principal, que é o nascimento da King’s Man.  Isso é pouco aprofundado e quando se começa falar mais sobre essa origem, é abordada de forma bem rasa e sem boas ramificações sobre como uma coisa levou a outra. Tirado as poucas cenas em que falam sobre a criação de um serviço secreto que esteja além de qualquer poder superior, poderia dizer que esse filme é apenas mais uma missão da King’ss Man que ocorreu muito antes da história que nos foi apresentada no primeiro filme lançado em 2014.

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

Apesar da boa atuação entregue por Ralph Fiennes, os personagens mais carismáticos são os interpretados por Djimon Hounsou, e principalmente a de Gemma Arterton, que toda vez em que aparece em cena, sempre tem algo relevante a dizer, além de tomar conta do ambiente sendo a pessoa mais astuta entre todos, o que faz o publico gostar logo de cara, gerando uma grande empatia pela personagem.

Cena de “King’s Man – A Origem”. Foto: Divulgação 20th Century Studios.

O diretor conduz bem o filme até a metade do filme, quando, de um momento para outro, muda completamente o ritmo ao transformar o filme, que estava caminhando para o gênero de espionagem, para um filme de guerra ao aprofundar a história da Primeira Guerra Mundial colocando-a na linha de frente. Mesmo sendo uma sequência bem emocionante e tensa nesse momento, quebra totalmente o ritmo que estava se estabelecendo e demora ao retomar, já que o roteiro coloca o protagonista em um momento de autopiedade que chega a ser ridículo por ser tão genérico e pela forma como reage a uma tragédia, totalmente incondizente à sua personalidade construída e revelada ao percorrer do filme.

CONFIRA O TRAILER

“King’s Man: A Origem” é um prequel que não tem muito a oferecer a franquia, mas é divertido ver um filme de espionagem em uma época antiga, diferente do que os fãs do gênero estão acostumados a ver, mas o longa é infelizmente, até o momento, o mais fraco dessa franquia.

NOTA: 6

BRUNO MARTUCI


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Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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