Remake do aclamado clássico do cinema musical lançado em 1961, “Amor Sublime Amor” traz de volta uma das histórias de amor, conflitos e tragédia que comoveu o espectador há 60 anos atrás, porém, a ideia de trazer essa história para os dias de hoje exigiria muita remodelação e renovação para que o filme funcione na atualidade, e o resultado final acaba acertando em algumas coisas, e errando feio em outras.
Comandado por Steven Spielberg (“The Post” & “Jogador N° 1”), a nova adaptação da peça de Jerome Robbins, em termos técnicos, encanta pelo visual. Nisso o diretor não decepciona: o filme tem grandes figurinos e ótimas coreografias, que misturam dança com os sentimentos que seguem os passos das emoções dos personagens que dominam o ambiente do momento, trazendo um pouco da essência dos clássicos musicais da Era de Ouro de Hollywood. O filme traz inúmeros de danças para as mesmas músicas compostas por Leonard Bernstein, mas de uma forma mais enxuta e equilibrada, para não esticar demais nas cenas de dança, o que para o público atual poderia ser bem maçante.
A fotografia consegue remeter ao tempo de quando a história se passa, criando a sensação de uma Nova York antiga, que ficou para trás, cheio de lugares sujos e destruídos, o que chega a ser charmoso pela palheta de cores escolhida e o contraste da iluminação que realça a tonalidade do lugar.
A montagem transmite bem a passagem curta de tempo, ao mostrar que todo o filme se passa em apenas um dia, deixando os acontecimentos seguirem naturalmente, sem perder muito tempo nos números musicais, diferente da versão original, que se esticava principalmente nos números de dança e dava a sensação de um período mais longo. Aqui o diretor muda a ordem dos acontecimentos, principalmente se formos comparar com o filme de 1961, mas essa nova edição é bem certeira, principalmente ao mostrar a primeira tragédia que afeta todos os personagens, seguida pelo último momento alegre e feliz que descontrai por um momento a tensão antes do clima de ódio e discórdia tomar conta por completo e permanecer até o fim.
Da mesma forma que a montagem realça a passagem de tempo, isso acaba destacando também o romance entre Tony e Maria, que ocorre totalmente nesse único dia em que a história se passa, um romance que se fosse construído em um período mais longo, até seria mais fácil de se compreender, mas como essa relação foi criada e finalizada em torno de 24 horas, no estilo de romance “Romeu e Julieta” é muito forçado e ultrapassado, mesmo que a história tenha mesmo como base a obra de William Shakespeare. Esse tipo de romance instantâneo, com amor à primeira vista, não funciona nos tempos atuais.
Tirando o mal desenvolvimento, o romance consegue ser convincente, pelo menos por parte de Maria(Rachel Zegler), que dentre as atuações, é a atriz que mais se destaca sustentando todo o amor que existe entre o casal. Já Tony (Ansel Elgort) só tem um único momento em que convence, pois no restante do filme, principalmente ao demonstrar seu amor por Maria, não sentimos nenhuma química vinda dele.
O conflito entre os Jets e os Sharks é bem estabelecido pelo roteiro, desde o motivo da rivalidade entre as duas gangues por domínio de território até a relação de ambas com a polícia local, a principal ameaça em comum para as duas gangues. São acrescentos vários elementos pelo roteiro a fim de fazer de tudo para o sintamos antipatia por eles, tais como a personalidade xenofóbica do tenente Schrank (Corey Stoll), que simpatiza com os Jets, mas somente para interesses próprios.
Comparando também com a antiga versão, o casal principal tem mais história em seu passado, no que apenas é nos mostrado nessa nova trajetória, tentanndo entender um pouco mais os seus lados ao tomar algumas atitudes, como o arco de Tony, que fora preso, mas tenta reparar o erro de seu passado ao tentar se redimir com os porto-riquenhos e Maria, que quer tomar suas próprias decisões, sem a interferência constante do irmão Bernardo (David Alvarez).
O roteiro cria bastante diálogos no idioma nativo dos porto-riquenhos, no caso o espanhol, o que dá ainda mais autenticidade e naturalidade aos personagens, algo que raramente era utilizado no antigo filme. Para dizer que o roteiro não é perfeito, existe alguns elementos ou informações que são esquecidos ou ignorados, depois de serem apresentados como algo importante e que podem prejudicar o protagonista.
Confira o Trailer!
O remake de “Amor, Sublime Amor” trás a obra original para os tempos atuais, principalmente nos quesitos técnicos, mas em termos narrativos o romance não se sustenta, por ser ultrapassado e sem muito desenvolvimento.
NOTA: 7,5
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