Ao pensarmos no universo da dança de salão, imediatamente temos a lembrança do deleite do “dois pra lá dois pra cá” dos animadíssimos bailes. Porém os artistas Marlon Cruz e Mayara Araujo nos nos apresentam essa dança no contexto competitivo, onde o show fica a cargo da competência e empenho dos casais de dançarinos.
Campeões do prêmio Swing do Black 2017, um dos maiores prêmios do Brasil, que tem como intuito valorizar o dançarino profissional pela cultura do Samba de Salão Brasileiro, e troféu revelação do Gafieira Brasil 2017, o maior espetáculo de gafieira do mundo, que busca divulgar o samba de gafieira, deram uma pausa em sua árdua rotina de ensaios para nos contar um pouco de sua trajetória e preparação para os campeonatos, deixando em evidência que trabalho duro e dedicação são elementos essenciais para, em 2018, conquistarem o terceiro título, Gafieira Brasil elenco principal.
Rafeli Mattos (ArteCult) – Fale um pouco da trajetória de vocês e como chegaram ao universo competitivo
Marlon – Antes de vir morar no Rio, eu morava em Pernambuco, a Mayara também. Eu venho sempre estudando no Rio. Eu sou natural do Rio de Janeiro, Nilópolis, mas me considero pernambucano porque morei lá por 8 anos, todo meu caráter foi formado no nordeste. Cheguei lá com 18 anos , então essa etapa de sair de casa, estudar, trabalhar foi no nordeste, por isso me considero nordestino. A Mayara nasceu em Pernambuco, lá conheceu o meu trabalho e veio estudar comigo. Ela é formada em danças folclóricas, em seus estudos conheceu a dança de salão e o meu trabalho, e veio se envolver na dança de salão.
Somos da academia do Jimmy de Oliveira. Vim morar recentemente no Rio de Janeiro para estudar dança, a Mayara também veio morar no Rio à procura de aperfeiçoamento do que ela já havia aprendido comigo em Pernambuco. Ela é minha aluna, aprendeu a dançar comigo do zero. Daí nos encontramos no Rio e formalizamos um trabalho para show. Eu buscava sair um pouco do cenário da sala de aula e ir em busca do business mesmo, da visibilidade. Assim comecei a investir em outros trabalhos como viagens, workshops fora do estado, aulas particulares e em outros ambientes, além do que já fazemos na academia do Jimmy de Oilveira.
RM (AC) – Fale sobre suas referências na dança.
Marlon – Jimmy de Oliveira é uma referência mundial em samba de gafieira, ele criou uma proposta nova de dançar samba, o samba funkeado. É por isso que eu vinha de 6 em 6 meses para o Rio estudar na oficina dele. Por isso tenho ele como meu principal mestre, meu principal instrutor. Sem ele, muita coisa não teria acontecido.
RM (AC) – Como funcionam esses eventos do circuito competitivo da dança de salão?
Marlon – É como qualquer outra competição MMA, boxe, por exemplo. Nós tentamos nos reinventar, nos reformular, apurar nossa técnica e a competição é como se fosse nossa prova. A competição é uma grande oportunidade de mostrar nosso trabalho para o mundo. Pessoas do Brasil e do mundo inteiro assistem, então tem aí uma chance de divulgar nosso trabalho. Mas, para mim, é uma possibilidade de testar minha dança, provar se realmente o que estou fazendo é agradável aos olhos dos mais antigos, os jurados digo.
RM (AC) – Fale para nós um pouco sobre a rotina de ensaios.
Marlon – O ensaio começa ao meio dia e termina às cinco, mas depois disso não termina. Ainda vamos para academia fazer aula de dança, fazemos aulas com outros profissionais, além do nosso mestre, estamos sempre procurando renovar o que a gente faz. Então temos o horário que treinamos, estudamos, e o horário que fazemos aulas. Nas aulas, adquirimos as informações e depois estudamos as informações que recebemos.
RM (AC) – Quem coreografa as coreografias de vocês?
Marlon – Eu sou o coreógrafo do trabalho, porém recebo de outros profissionais dicas, apoio, não construo nada sozinho. Depois de montar tudo, vejo o que fica acessível a minha dama, porque nem tudo que fica confortável em mim é bom pra ela e vice e versa. Recebo incentivo de profissionais de outros estados, como o casal terceiro lugar na nacional em salsa, Kelson Tavares e Líli Vidal. Eles que deram a parte show das movimentações aéreas e eu completei com samba funkeado. Tem o Marcelo Moragas que fez a direção de nossas coreografias, fora o que aprendemos todos os dias com o mestre Jimmy de Oliveira.
Marlon Cruz e Mayara Araujo,
nós do ArteCult estamos na torcida para que 2018 seja mais um ano de sucesso para vocês !
Abaixo seguem os links para os leitores que quiserem conferir o talento e simpatia dessa dupla e segui-los nas redes sociais:
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