HALLOWEEN KILLS: O novo capítulo que se aprofunda na origem do instinto maligno de Michael Myers

 

Dando seguimento aos eventos da última noite de horror no dia de Halloween, a segunda parte dessa nova trilogia da franquia (que será finalizada com Halloween Ends), Halloween Kills se distancia um pouco da fórmula padrão do slasher. O diretor David Gordon Green (Halloween) tenta focar mais na exploração da motivação de Michael Myers em ter cometido todos esses assassinatos brutais, originada em sus infância ao matar sua irmã.

Cena de “Halloween Kills”. Foto: Divulgação Universal Pictures Brasil

Ainda assim, o diretor mantém elementos básicos para classificar esse filme como um terror slasher, apresentando mortes bem grotescas e sangrentas, com um altíssimo nível de gore explícito, que, para os fãs do gênero, é uma satisfação visual, criando sempre ótimos momentos de tensão para o preparo do próximo ataque de Michael. O filme consegue proporcionar várias cenas de susto bem elaboradas, mas quando se fala no desenvolvimento de personagens, principalmente envolvendo o Michael e seu instinto assassino, o roteiro não é muito criativo ao se aprofundar nessa parte da personalidade do serial killer.  Isso faz com que se distancie da conexão entre Michael e Laurie Strode (Jamie Lee Curtis), mas tem êxito ao explorar melhor a mitologia de Michael e do que ele representa, sendo a essência do mal, que vive por conta do medo e do caos, algo que é muito bem feito em um momento do filme, quando mostra a influência de Michael Myers sobre outras pessoas, quando estão movidas pelo desespero e pavor.

Cena de “Halloween Kills”. Foto: Divulgação Universal Pictures Brasil

A presença de Laurie é bem menor quando comparada ao filme anterior, com a desculpa de seus ferimentos graves causados pelo último confronto com Michael, mesmo assim, quando aparece, a personagem ainda tem algo a contribuir.

Cena de “Halloween Kills”. Foto: Divulgação Universal Pictures Brasil

Esse novo capítulo não tem um protagonista assumido pela narrativa, isso pelo fato de vários arcos criados pelo roteiro a fim de apresentar alguma informação crucial para a continuidade da história, mas isso traz ao filme um problema de excesso personagens e, muitos deles, estão lá apenas para morrer, após estabelecer a função que carregavam.

Entre esses arcos é apresentado o grupo dos sobreviventes composto por pessoas que jã cruzaram com Michael no passado. O interessante é que esse grupo tem personagens do primeiro filme, como por exemplo as crianças que Laurie cuidou quando Michael atacou no Halloween de 1978. Eles conhecem bem a gravidade do perigo que assombra a cidade, mas ao sairem à caça do assassino para impedir que o massacre continue, possuem decisões impulsivas e atitudes estúpidas, sem nenhum tipo de preparação.

Cena de “Halloween Kills”. Foto: Divulgação Universal Pictures Brasil

A introdução responde algumas perguntas feitas no filme anterior e que tinham sido mal explicadas, como a captura de Michael no final dos eventos de Halloween do John Carpenter, mostra tudo que aconteceu desde o fim do filme de 1978 até o momento em que ele é capturado. Isso não só responde de forma satisfatória essa questão levantada em Halloween de 2018, mas também faz com que o roteiro se aprofunde sobre a vida do oficial Hawkins (Will Patton) e sua relação com Michael. Isso nos faz compreender melhor o que fortalece Michael e faz com que ele continue a matar, fazendo com que Hawkins compartilhe da mesma visão de Laurie, ou seja,  a necessidade de exterminar de uma vez esse mal que só cresce colocando cada vez mais em perigo a cidade de Haddonfield.

Cena de “Halloween Kills”. Foto: Divulgação Universal Pictures Brasil

Os confrontos de grandes grupos contra Michael já não têm regras narrativas estabelecidas, já que no início Michael sozinho consegue exterminar brutalmente vários homens armados. A direção até consegue disfarçar com enquadramentos com ângulos mais fechados, mas novamente algo parecido se repete no desfecho, que não corresponde o que foi estabelecido bem no início.

Confira o trailer

Halloween Kills é um estudo sobre a personalidade maligna de Michael Myers, disfarçada de terror slasher, mas pouco dessa dissecação do serial killer consegue explorar bem a motivação que o faz ele matar sem parar, o que acaba tornando o prõprio horror criado o ponto mais intrigante do filme, mesmo sem grandes escolhas inventivas ou renovadoras.

NOTA: 6

BRUNO MARTUCI

 

Obs: aproveite e veja esse lançamento da Macabra Fimes sobre essa franquia :

HALLOWEEN: O LEGADO DE MICHAEL MYERS


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Author

Colaborador de Teatro Musical e CINEMA & SÉRIES dos sites ARTECULT.com, The Geeks, Bagulhos Sinistros, entre outros.

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