Aos 91 anos de idade, Clint Eastwood mostra que ainda consegue entregar uma obra dentro do gênero que o trouxe à fama, o Western. Em Cry Macho – O Caminho para Redenção vemos toda a experiência do artista adquirida durante seu trabalho com o cineasta Sérgio Leone.
A história, baseada no livro homônimo de N. Richard Nash, tem um enredo simples e sem grandes reviravoltas, mostra a vida de Mike (Clint Eastwood), um ex-caubói de rodeio que faz um favor a seu antigo chefe, o de ir até o México para buscar seu filho. Mas o que era para ser algo simples e sem grandes complicações, se torna uma jornada perigosa e cheia de contratempos. Esse é o tipo de filme em que a jornada é mais importante que o desfecho, tanto que a história não tem tantos elementos originais, mas o diretor sabe bem trabalhar a simplicidade da história, através das várias desventuras que o protagonista acaba se encontrando, e esse tem um grande desenvolvimento nessa jornada , pois se redescobre. No final do filme o diretor não se estende demais, ao invés de gastar 10 minutos contando o que aconteceu depois que a trajetória de Mike chega ao fim, de forma desnecessária, apenas entrega um desfecho sem mais delongas, que acaba condizendo com a proposta do filme.
Embora o filme seja ambientado na década de 70, o diretor utiliza diversos métodos e recursos de um velho oeste clássico, seja no clima tenso de perseguição e confronto, ou na fotografia contemplativa, que por sua vez, tem cenário e planos espetaculares pela composição completa do momento e a paleta de cores que só reforça o estilo.
O primeiro ato, que apresenta todo o contexto e os problemas pessoais dos personagens, é o mais franco, não que a condução seja ruim, mas o ritmo é mais lento até engajar para a trama principal. A introdução apresenta algumas informações do passado de Mike, que o roteiro entrega de modo nada sutil, revelando o que causou seu afastamento dos rodeios, embora depois é revelado que algo grave de seu passado afetou drasticamente também seu estilo de vida. O roteiro despista as conclusões feitas pelo espectador, quando no percorrer do filme, acontece um bom desdobramento do personagem através da interação com o Rafa (Eduardo Minett), que assim como Mike, também possui um passado turbulento cheio de abusos, mostra como a convivência com a mãe afeta ambos.
Temos diversas situações vividas pela dupla, seja nas tentativas de voltar para os EUA ou em momentos calmos e tranquilos, em que ambos conseguem paz e sossego – algo que não têm há muito tempo, chegando a ser relaxante, mostrando o prazer dessa vida simples e serena que Mike e Rafa conseguem desfrutar antes de seguir o caminho.
A direção cria com boa intensidade os obstáculos, muitos até lembram a tensão de olhares criada antes de um duelo de faroeste, mas o que tem de tenso, falta na transmissão de ameaça nos antagonistas que até representariam algum perigo significável para o protagonista, mas quando se encontram, acaba sendo muito fácil derrotá-los ou simplesmente acrescenta uma falsa ameaça, que só serve para atrasar o protagonista. Por conta disso, o roteiro tem que acrescentar elementos preguiçosos para a história prosseguir.
CONFIRA O TRAILER
Cry Macho: O Caminho para Redenção é um ótimo retorno de Clint Eastwood para o gênero que é bem familiar à ele, entregando um western moderno, que, mesmo sem muita renovação, acaba sendo um filme deslumbrante, simples, atrativo e com uma história que dá gosto de acompanhar.
NOTA: 7,5
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