“CARTOGRAFIA DE PASSAGEM – ENTRE VAZIOS” é um espetáculo de dança inédito com apenas duas apresentações online, que estará disponível nos dias 17 e 18 de Abril, sábado e domingo às 21h, no canal da Inova Brand no Youtube. Marcando assim a democratização de acesso à cultura e também com audiodescrição cumprindo a acessibilidade no projeto.
O Projeto é a continuação da parceria de Daphne Madeira com o ator, músico e performer Fernando Alves Pinto, que se iniciou no ano de 2004. A primeira parceria partiu da relação da música composta pelo Serrote tocado com o arco do Violoncelo e os movimentos repercutiam no diálogo composto entre as sonoridades e a dança. O instrumento cortante “serrote” originou o Título: “Fragmentos–entre cortes no espaço”.
O projeto atual intitulado “CARTOGRAFIA DE PASSAGEM – ENTRE VAZIOS”, ainda inédito ao público, teve sua investigação iniciada no mestrado em artes visuais da UFRJ (2014). Como instalação sonora no espaço onde dispomos de 100 copos de vidro e no teto 100 garrafas furadas no fundo com água, na performance as ações aconteciam na rítmica de gotas d’água que caiam do teto nos copos de vidro, e assim sonorizam o espaço do acontecimento ao transformar o tempo dos corpos em movimento. A ação do transbordar da água nos copos, onde os sons variam de acordo com a quantidade de vazios em cada copo de vidro.
O projeto visa investigar este paradoxo do vazio-cheio na visualidade, copos vazios que vão enchendo no decorrer da performance até transbordar nos espaços vazio entre os copos, e nos espaços vazios se dão os movimentos dos corpos na performance.
Confira o teaser de divulgação:
Neste momento da pesquisa, o projeto “CARTOGRAFIA DE PASSAGEM – ENTRE VAZIOS”, visa adensar a pesquisa de movimento em um espetáculo que mistura a visualidade das artes visuais, a pesquisa sonora da música através dos elementos (água e vidro), os movimentos dos corpos entre a dança contemporânea e a performance dançada. A pesquisa conceitual do projeto é sobre os vazios, a cartografia (mapas do espaço geográfico), o espaço entre os corpos, os espaços entre copos, e nossas passagens neste momento pandêmico. A pesquisa para a coreografia será embasada em técnicas que vão da Metodologia Angel Vianna ao sistema Laban de movimento, da técnica de Alexander ao Butoh.
A conceituação sobre o vazio atravessa várias disciplinas de campos investigativos variados, indo da matemática à filosofia, da física ao corpo, da meditação oriental à comunicação tecnológica, da física quântica à história da mitologia grega. Nas artes visuais, artistas abordam/abordaram o vazio em suas composições como temática: Lygia Clark falava do vazio-pleno, Malevich com sua obra Quadrado negro – este que sobrevoa no atmosférico da tela em branco, Robert Smith com seu Black Box, todos são cubos ocos.
No palco estarão dispostos 100 copos de vidro, e no teto 100 garrafas que pingam gotas nos copos, a sonoridade se dá ao som das gotas ao acaso, e na interferência dos sons compostos ao vivo pelo performer, ator e músico Fernando Alves Pinto, com direção e composição coreográfica da performer, atriz e bailarina Daphne Madeira. Faremos uma abertura na percepção da plateia à escuta da musicalidade dos pingos nos copos, as imagens das gotas que caem nos copos até transbordar.
A movimentação dos bailarinos/performers se dará entre os copos, entre os espaços vazios e na rítmica da música composta ao acaso, o que desse modo prevê uma abertura à escuta dos performers em cena. O paradoxo se faz presente na instalação sonora do espaço cênico: o espaço é cheio de copos vazios (vaio-cheio) e que aos poucos no pingar das gotas vão enchendo, e transbordam. Entre os copos: os espaços vazios que se locomovem e dançam os bailarinos. Entre o silêncio e os ruídos de gotas (silêncio-sonoridades) que pingam nos copos – o movimento dos corpos que dançam no espaço.
A poética da instalação se converge com o momento presente dos estados entre os corpos: entre os vazios e o excesso de informação. Entre o copo cheio que é preciso esvaziar, entre algo que transborda e pode ser a gota d’água, entre o cuidado de não tocar nos copos para não os quebrar, a fragilidade do toque na pele e a fragilidade dos corpos no contágio.
Todas as ações se dão entre os copos, entre corpos: numa rítmica ditada pelos acontecimentos.
Nossa proposta é refletir sobre os vazios que estamos enfrentando no momento pandêmico, e a poesia disso para a constituição de um mundo que está sendo gestado, em silêncio, na virtualidade – Virtus em sua etimologia como potência de um vazio, em imagens breves e nos acontecimentos que se dão ao acaso, e no virtual das forças que interceptam a velha noção de tempos e espaços que pedem para serem atualizadas, momento de passagem, momento de dar passagem para, talvez, um outro mundo que é gestado.
SERVIÇO
CARTOGRAFIA DE PASSAGEM ENTRE VAZIOS
Quando: dias 17 e 18 de Abril, sábado e domingo às 21h,
Onde: no canal da Inova Brand no Youtube
FICHA TÉCNICA
Concepção, Direção e Composição Coreográfica – Daphne Madeira
Composição musical – Fernando Alves Pinto
Performers Criadores – Felipe Padilha, Flávio Arco-Verde, Tago Oli e Thiago Nunes
Figurino – Josef Chasilew
Iluminação – Fernanda Mantovani
Direção de Vídeo – Maurício Tavares
Assistência de Direção – Maicon Lima
Produção Geral e Marketing – Inova Brand
Realização – SL Produções
Direção de Produção – Mancuzo Entretenimento
Registro Videográfico – Leonardo Moura
Registro Fotográfico – Claudia Wer e Josef Chasikev
Assistente de produção – Marcela Rosario e Michele Spindola
Contrarregras – Nivaldo Vieira e Roberto da Rocha
Uma realização: Inova Brand, Governo Federal, Governo do Estado do Rio de Janeiro, Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, Através da Lei Aldir Blanc