AC Entrevista – Isadora, revelação do R&B que lança hoje a empoderada “Mulher 21”, fala mais sobre seu novo projeto e carreira, em entrevista exclusiva para o ArteCult

 

Em uma sonoridade envolvente, a voz promissora da cantora Isadora — revelação do R&B no Brasil — dá vida ao propósito de homenagear e empoderar ainda as mulheres que lutam todos os dias por seus direitos e liberdade. Assim, hoje, segunda 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a cantora divulga a música “Mulher 21”, que promete trazer à tona o poder dessa figura moderna para sociedade e valorizar seus processos internos e para com os outros. Em uma produção predominantemente feminina, a canção e o clipe estão disponíveis em todas as plataformas digitais.

Confira o clipe de “Mulher 21”:

 

 

O ArteCult bateu um papo descontraído com a cantora, que falou mais sobre o seu novo projeto, suas referencias, carreira e muito mais.

Confira abaixo a entrevista na íntegra 

 

Isadora – Foto: Divulgação

“Mulher 21” exalta a mulher de uma maneira muito livre e moderna, sem rótulos ou padrões. Como foi escrever essa faixa?
Essa faixa compõem um disco que tem uma temática feminina. A ideia surgiu quando eu estava ouvindo um grupo chamado Destiny ‘s Child, que era um grupo que a Beyoncé fazia parte no final dos anos 90, início dos anos 2000. Um grupo que eu gosto bastante, que é um grupo de R&B e elas cantam uma música chamada “Independent Women”. Ai eu falei: Caramba, dentro de todas as músicas autorais que nós temos para o disco, não temos uma música que seja mais direta, mais reta, que aborde esse tema da liberdade, da mulher moderna, dessa rotina, da mulher sem rótulos. Então, para mim, foi um gatilho para me unir com a Tália, que é uma das outras compositoras dessa faixa comigo, liguei para ela pelo zoom e falei que tinha essa referência. Começamos a partir disso e ela começou a nascer e é isso, “Mulher 21” vem de “Independent Women”, que nada mais é do Mulher Independente.

Quando escutamos a música dá vontade já de tirar tudo que tem no caminho e cair no ritmo com o corpo, é algo automático. Você acredita que essa característica também é uma forma de empoderamento?
Essa música é muito dançante, ela tem uma onda mais urbana, tem essa pulsação, me transmite coisas muito boas, pensamentos positivos, esse empoderamento da mulher. Essa posição da mulher de garra, de batalhas, lutar pelos seus sonhos e isso automaticamente me reflete em uma canção um pouco mais para cima, uma música animada, que traga um sorriso e sim uma vontade de dançar. A dança nada mais é do que uma expressão da liberdade, então realmente faz todo sentido a gente querer se jogar na pista e dançar muito. Mas temos que esperar essa pandemia passar para que isso seja possível e enquanto isso a gente curte ela no quarto mesmo!

Porque o nome “Mulher 21”?
“Mulher 21”, vem da mulher contemporânea, da mulher de 2021, dessa mulher que conquista, que é independente, guerreira, equilibrista, malabarista, que consegue ocupar diferentes lugares e empenhar diferentes funções dentro da sua área. Aquela que trabalha, que estuda, que cuida de si mesma, cuida da família e às vezes tudo isso ao mesmo tempo. Ela tem essa multiplicidade nos papéis, então a “Mulher 21” vem muito dessa mulher contemporânea. A mulher do dia-a-dia, essa mulher rotineira, que batalha, tem muita garra e está no ‘corre’.

Isadora – Foto: Divulgação

Você teve dificuldade de montar uma equipe totalmente feminina para essa produção?
Tem muitas profissionais na área, muitas que são pouquíssimas valorizadas e dificilmente elas são colocadas no mesmo ambiente, fazem uma mesma produção todas juntas. Durante a gravação do clipe, várias meninas me abordaram e falaram que em tantos anos de carreira, aquela era a primeira vez que eu me junto com uma equipe 100% de mulher. É algo novo para elas, novo para mim também, que como artista nunca tinha trabalhado com uma equipe 100% feminina e foi uma experiência incrível, maravilhosa. Existe sim, uma dificuldade de montar uma equipe 100% feminina, porque não tem espaço no mercado para essas mulheres. Justamente esse lado do mercado fonográfico e visual, ele ainda é muito masculino. Mas as meninas mandaram super bem e o clipe vai ficar muito lindo!

O que é empoderamento para a Isadora?
Acho que é bem similar, senão igual o empoderamento para outras mulheres. A gente quer passar a ter domínio sobre a nossa própria vida, ser capaz de tomar nossas próprias decisões. Ter autoridade, ter um lugar de falar, ter domínio sobre os processos.
Acho que é sobre o se tornar poderoso, mas, na verdade, sobre se tornar igual, o equivalente, essa é a busca. Preciso escolher o que melhor me representa, o que melhor me satisfaz, o que me completa e as escolhas que melhor me convém, isso para mim, é o empoderamento. Dentro desse existir feminino, podemos nos adaptar a todas as possibilidades do nosso ser, então acho que cada mulher deve pensar assim sobre o empoderamento, acho que é uma boa mensagem.

Quais são suas referências femininas na música? Se possível, um nacional e um internacional.
Difícil citar uma de cada, mas vou falar sobre duas referências nacionais que abriram muitas portas, para esse tema do feminino. Elza Soares, que vem com um discurso muito forte e importante, falando muito sobre a violência doméstica e a Rita Lee que é uma grande porta-voz para tudo isso, com suas músicas um pouco mais debochadas, mas que também são super relevantes para esse tema. Duas artistas muito fortes, mulheres resilientes, que já passaram por poucas e boas na indústria fonográfica e nas suas vidas pessoais. Internacional eu vou falar a Beyoncé, que também tem uma grande força, uma voz tremenda, uma referência do pop, do R&B, uma artista que admiro muito também.

R&B é um dos ritmos mais diversificados que temos e mesmo assim, não é muito consumido no Brasil. Como iniciou a carreira nesse estilo?
R&B no Brasil está em ascensão, sinto que ele está começando a entrar nessa esfera um pouco mais comercial, apesar de ser um comercial mais conceitual. Tem muitos artistas fazendo parcerias com cantores de R&B. O Rap e o hip-hop também estão muito ligados ao R&B sempre. Nos EUA já se tornou comercial, aqui ainda estamos correndo um pouco atrás, mas também já temos mais espaço e mais visibilidade. Em relação ao meu trabalho autoral, eu sempre digo que ele é uma fusão de estilos, ele não é só R&B. Ele é POP, tem algumas nuances de batidas eletrônicas e o R&B super inserido dentro desse trabalho, mas com várias vertentes dentro disso.

Música é algo universal e completamente apaixonante e envolvente. De onde surgiu a sua paixão pela música e o seu contato com o R&B?
Minha paixão e contato do R&B, surgiu acho que por conta dessa fusão musical. Eu cresci em um ambiente muito eclético, ouvindo referências da minha mãe que era mais voltado para o Soul Brasil, Tim Maia, Cassiano, Sandra de Sá… E meu pai ouvindo músicas dos anos 70, 80, que tem uma mistura de Motown com Disco Music. Ai eu fui afunilando e pegando um pouquinho de cada, para começar a entender o que eu ia ouvir e consumir. Por uma época eu consumia muito jazz, blues, soul music, de tudo um pouco. O R&B nada mais é do que o Rhythm and Blues, ou seja, ele é uma fusão que partiu do jazz com algumas características dos blues, que foi se desenvolvendo ao longo dos anos. Então esse meu apego com o R&B, ele vem desde cedo, desde quando eu ouvia Whitney Houston, que mesmo sendo uma artista pop é considerada R&B, que cresceu dentro de um ambiente gospel. Comecei a ouvir muito cedo e tenho muitas referências de artistas contemporâneos R&B, tanto internacionais como nacionais que me encantam, que sigo muito o trabalho. Vejo quanto isso está crescendo e fico muito feliz por isso.

Como surgiu a ideia do seu novo álbum ter “lados”? Essa era uma prática bem comum, que agora aos poucos estamos vendo aos poucos voltar.
Essa ideia de ter dois lados, na verdade, ela surgiu porque eu me identifico como uma cantora brasileira, que compõe em português, que está com um trabalho em português, mas eu tenho um histórico em inglês também. A primeira música minha que surgiu no mercado, foi uma música em inglês e a minha trajetória, história de vida, porque eu morei fora do Brasil por anos, minha adolescência inteira foi fora do Brasil, eu me conectei muito com a música internacional. Então achei bacana fazer esse disco de dois lados porque faz parte da minha história, meu lado brasileiro, admirador e apreciador da música brasileira, assim como está inserido na minha história o inglês. Esses dois lados, partiu muito disso. Dentro desses dois lados, vamos ter músicas autorais e versões, resgates de músicas compostas, interpretada por artistas mulheres, falando sobre esse universo feminino. Estou muito animada para vocês ouvirem, em breve, neste mês de março teremos muitos lançamentos.

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Jornalista por paixão. Música, Novelas, Cinema e Entrevistas. Designer de Moda que não liga para tendência. Apaixonada por música e cinema. Colunista, critica de cinema e da vida dos outros também. Tudo em dobro por favor, inclusive café, pizza e cerveja.

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