INDIANARA: Canal Brasil exibirá premiado documentário que teve a première no Festival de Cannes de 2019

Primeiro filme a apresentar Marielle Franco, é ainda o único representante brasileiro no Istanbul Film Festival, que começa esta semana. Após estreia em Cannes 2019, pela mostra ACID, e exibição em mais de 50 festivais internacionais, filme sobre ativista ícone da causa transexual chega finalmente ao Canal Brasil. Como uma dupla lente, o documentário é um retrato da revolucionária Indianarae Siqueira, fundadora da Casa Nem, abrigo para pessoas LGBT, no Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, é um retrato do Brasil recente e de seus acontecimentos políticos, vistos pelos olhos de um grupo marginalizado de ativistas transexuais.

 

Já em clima das avaliações de fim de ano, nossas esperanças e nossos problemas estruturais e existenciais voltam a receber nossa atenção. É justo aí que se insere o filme INDIANARA, que estreia, no próximo dia 15, na programação do Canal Brasil.

A obra é um retrato de Indianarae Siqueira, matriarca e fundadora da Casa Nem, abrigo do Rio de Janeiro voltado para pessoas LGBTI em situação de vulnerabilidade. Vegana, anticapitalista e puta, como se define, Indianarae milita pela sobrevivência das pessoas LGBTI+, mas também pelos oprimidos da sociedade em geral. Prestes a completar 50 anos, cansada dos embates e às vésperas de se casar, ela ensaia abandonar a política das ruas. Mas, diante da perda da companheira de luta, Marielle Franco, e do avanço do totalitarismo no Brasil, ela arranca forças para partir para um último ato de resistência.

CONFIRA O TRAILER:

 

 

 

 

O filme é uma parceria entre os diretores Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa:

“Para fazer este filme nós precisamos entrar para o bando de Indianarae e nos deixar nos transformar. É um filme de observação, mas, em nenhum momento, pensamos em fazer um filme neutro”, comenta Aude Chevalier-Beaumel. “Desde o início, o desejo era de que o filme fosse um grito, a nossa resposta dura, mas esperançosa a tudo de sombrio que vivemos nesses tempos, daí a importância de ele chegar ao grande público”, explica Marcelo Barbosa.

 

Confira algumas imagens do documentário (Fotos: Divulgação):

 

Cicatrizes históricas e momento atual

Ao mergulhar em sua intimidade e nos embates cotidianos com o marido “macho alfa”, o documentário entrelaça a busca incansável de Indianarae por novas formas de ser e de se relacionar e de fazer política com a própria história do País. Momentos cruciais do nosso tempo foram capturados: o “Fora Temer”, a prisão de Lula e a eleição de Jair Bolsonaro são alguns dos palcos de luta de Indianarae.

É também o primeiro filme a apresentar Marielle Franco, então vereadora, assassinada em 2018 num crime ainda sem explicação. Companheira de batalhas de Indianarae, ela tem presença importante na trama. Seu assassinato reabriu cicatrizes seculares do País e impacta o filme ao refletir essa tragédia no olhar de Indianarae e de seu grupo. O filme é um instantâneo impactante, mas esperançoso, do Brasil recente.

Carreira internacional

“Indianara” ganhou projeção internacional ao estrear no Festival de Cannes, em 2019, selecionado para a mostra da Association du Cinema Independant pour sa Diffusion (ACID). Teve uma recepção de público emocionante em todas as sessões. Ainda em Cannes, “Indianara” concorreu à Palma Queer, premiação LGBT paralela do festival, ao lado de filmes de Pedro Almodóvar, Céline Sciamma, Xavier Dolan e de “Bacurau”.

Foi selecionado para mais de cinquenta festivais internacionais e apresentado em mais de vinte países da Europa, da América e da Ásia. Ganhou prémios, como o de melhor filme do Festival Chéris Chéries, de Paris; melhor filme do Festival de Cerbère, também na França; melhor filme do público, no Festival Visionär, de Berlim; melhor filme do público, no Festival Fire, de Barcelona; entre outros. Pela plataforma MUBI, foi apresentado em quase 200 países e está em sua lista dos 1.000 principais filmes de todos os tempos, como o segundo brasileiro mais bem avaliado, atrás apenas de “Cidade de Deus”.

Na França, foi lançado em circuito comercial em 70 salas de cinema e também em DVD e no VOD. Recebeu grande cobertura da mídia francesa com ótimas críticas nos jornais Le Monde e Libération e nas revistas Telérama e So Film, entre outras.

O filme mereceu atenção da crítica So Mayer, que escreve na histórica revista britânica Sight and Sounds, fundada em 1932, como o colocou como um dos dez melhores filmes do ano passao. Também a revista espanhola Fotogramas, de mais de 70 anos de existência, o elegeu como um dos 20 melhores documentários não espanhóis de todo o mundo, em 2019.

Nesse momento é único filme brasileiro no prestigioso Instanbul Film Festival, da Turquia, e do Insideout Human Rights, do Canadá e do Sex Works’ Film Festival, da França.

Brasil

No Brasil, “Indianara” participou na 43ª Mostra de São Paulo, esteve no Janela de Recife; foi o vencedor do Festival Mix Brasil; vencedor da Mostra Ecofalante; ganhou menção especial no Festival de Curitiba; prêmio da crítica no Fest Aruanda e prêmio de melhor filme do Festival Arch Cine, de filmes sobre cidades.

 

Poster do Documentário. Foto: Divulgação.

SERVIÇO

“Indianara”, 84 min.

  • No Canal Brasil, nestas datas:
  • Dia 15/12, às 18h.
  • Dia 24/12, às 5h35.
  • Dia 28/12, às 16h5.
  • Nas plataformas digitais: Telecine Play, iTunes, Google Play, NOW, Looke e Vivo Play.

 

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Ficha técnica

  • Direção, imagem e som: Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa.
  • Roteiro: Aude Chevalier-Beaumel, Marcelo Barbosa, Michele Frantz.
  • Montagem: Quentin Delaroche.
  • Música original: Malka Julieta, Nicolau Domingues e Lucas Porto.
  • Produção executiva: Aude Chevalier-Beaumel, Marcelo Barbosa e Ana Lima.
  • Produção: Santaluz.
  • Distribuição digital no Brasil: O2 Play.

Diretores

Aude Chevalier-Beaumel nasceu na França, e é formada na Escola de Belas Artes de Montpellier. Mora no Brasil há 15 anos, e aqui realizou todos os seus filmes até então. Seus últimos documentários, “Rio Ano Zero” (2013) e “Sexo, Pregações e Política” (2016) circularam em festivais e canais internacionais.

Marcelo Barbosa nasceu em Guaratinguetá, e estudou Comunicação na Universidade de Brasília. É fotógrafo retratista e diretor de filmes experimentais. Atualmente, está em processo de pré-produção de seu próximo trabalho, uma série sobre os sonhos.

Produtora – Santa Luz

A Santaluz é uma produtora, sediada em São Paulo, que trabalha com grandes clientes do mercado e também com projetos especiais de audiovisual. Ana Lima e Marcelo Barbosa são seus os sócios e também realizadores.

Distribuidora – O2 Play

A O2 Play é dirigida por Igor Kupstas, sob a tutela de Paulo Morelli, sócio da O2 Filmes, que tem também como sócios o cineasta Fernando Meirelles e a produtora Andrea Barata Ribeiro, e faz parte do grupo O2. Lançou filmes como “Cidade de Deus”, indicado, em 2004, aos Oscars de melhor diretor, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia e melhor edição.

 

 

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