É bastante animador para nós, cinéfilos de plantão, como o cinema do nosso país está em ascensão e progredindo cada vez mais em diversos aspectos como: efeitos especiais, variedade de histórias, fotografia e acima de tudo originalidade nas suas produções. E isto é notório nos dois últimos filmes brasileiros que eu pude conferir recentemente. Nesta semana vou falar de um deles. Na próxima do outro.
A produção da vez é “Malasartes e o Duelo com a Morte”, filme nacional lançado nos cinemas brasileiros no ultimo dia 10/08. Seu roteiro possui nada menos que 28 anos e chegou às mãos do diretor Paulo Morelli (“Cidade dos Homens”) desde o início dos anos 80! E esta espera valeu a pena.
O filme segue como proposta de uma gigantesca mostra de efeitos visuais para propor a narrativa da saga de um trambiqueiro icônico e muito conhecido na cultura popular nordestina, o “Pedro Malasartes”, vivido de maneira espetacular pelo grande ator Jesuíta Barbosa. Pedro Malasartes, o personagem-título, é considerado o mais esperto dos homens e consegue enganar a todos a sua volta, desde Áurea (Ísis Valverde), sua namorada, ao bravo irmão dela, Próspero (Milhem Cortaz), com quem ele tem uma dívida preocupante.
Baseando-se nas produções como os grandes blockbusters americanos, o filme traz um espetáculo de efeitos visuais em um produto exclusivamente nacional, trilha sonora típica brasileira e com a presença de figuras conhecidas, destacando assim a cultura do povo brasileiro e o seu modo de vida. Muitos irão se identificar com essas correlações. Apesar do personagem principal ser um caipira malandro e com aquele famoso jeitinho brasileiro de conseguir suas proezas , no fundo, no fundo, ele tem um coração bom. A aventura abordado no filme traz elementos de fábula e literatura de cordel. Numa época um pouco mais antiga da qual nós vivemos, o Malasartes precisa trapacear a Morte (Julio Andrade), que está em busca de um substituto.
A proposta do “Mundo Obscuro” realizado digitalmente é um espetáculo a parte, empolga muito e através do resultado final, podemos perceber a evolução notória do cinema brasileiro neste aspecto técnico.
E é neste mundo que encontramos uma proposta mitológica para a história com a Morte o seu assistente Esculápio (Leandro Hassum) e o trio de bruxas (Vera Holtz, Luciana Paes e Julia Ianina) que tecem as cordas através dos seus teares ligados ao mar de velas acesas, tudo bastante conectado e conciso a vida das pessoas e o seu destino. Onde muitos acreditam que este já se encontra traçado ou não.
Muito podem sentir uma correlação notória com o classico “O Auto da Comparecida” (2000), por apresentar elementos em comum, mas ao meu ver o “Malasartes” pra se tornar icônico precisava apenas de um desenvolvimento maior dos seus personagens e uma narrativa mais concisa. Mesmo assim, vale ressaltar que esta fábula possui uma trama envolvente, leve, que diverte e encanta o telespectador. E traz um humor que não é escrachado nem de comédia pastelão, e com isto entretém bastante.
Corram pra conferir e prestigiar nosso cinema nacional , que precisa cada vez mais de nossa valorização e reconhecimento !!
Até a próxima pessoal ! Forte abraço!!