Em sua trajetória como pintor, gravador, ilustrador, desenhista, vitralista e professor, o artista carioca Eduardo Sued (1925) estabeleceu uma relação única com a cor, a partir de uma linguagem abstrata. Passou muito brevemente pelo figurativismo e logo mergulhou em fontes como a Bauhaus, o neoplasticismo e desenvolveu sua própria trajetória dentro do movimento do construtivo e do moderno brasileiro. Foi aluno de nomes-chave da história da arte brasileira, como Iberê Camargo (1914-1994) e Henrique Boese (1897-1982).
Para a crítica Ligia Canongia, a cor em Sued é cubista “porque recorta, fraciona o espaço, intervém e desbarata a própria estrutura onde se instaura, ou onde cor e estrutura juntas criam um campo paradoxal”, segundo frisa em texto de monografia sobre o artista da editora Cosac Naify. Sued faz um exercício filosófico da visão, despertando inquietude e curiosidade, aliado a valores plásticos modernos.
Dentro da proposta de viabilizar obras de grandes artistas brasileiros por valores acessíveis, a Galeria de Arte André apresenta uma série de gravuras de Sued em serigrafia, em que é bastante perceptível a habilidade do artista em unir linhas, volumes e cromatismos.
Painel da fachada lateral do galpão das artes do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, 1999